O Grupo Refit, empresa do setor de combustíveis alvo de uma megaoperação interestadual na manhã desta quinta-feira (27), é responsável por um prejuízo que ultrapassa R$ 26 bilhões aos cofres públicos em todo o Brasil.
As investigações revelaram que o grupo é um dos maiores devedores de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do estado de São Paulo e também figura entre os principais devedores de impostos da União.
A Receita Federal também informou que o grupo investigado mantém vínculos financeiros com empresas e pessoas envolvidas na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025, que apura a infiltração do PCC (Primeiro Comando da Capital) e esquemas fraudulentos no setor de combustíveis.
Auditores fiscais identificaram que, em apenas um ano, o Grupo Refit movimentou mais de R$ 70 bilhões por meio de empresas próprias, fundos de investimento e estruturas offshore — incluindo uma exportadora sediada fora do Brasil — com o objetivo de ocultar e blindar lucros.
O órgão classificou a organização como uma “devedora contumaz”, termo que se refere a contribuintes que deixam de pagar tributos de forma reiterada e deliberada, acumulando dívidas decorrentes não de atrasos isolados, mas de uma prática contínua de descumprimento de obrigações fiscais.
A operação capitaneada pela Polícia Federal, batizada de Poço de Lobato, tem como alvo 190 empresas e pessoas vinculadas à companhia, suspeitas de integrar uma organização criminosa e de cometer crimes contra a ordem econômica e tributária, além de lavagem de dinheiro e outras infrações.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), mais de 621 agentes de segurança cumpriram 126 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Maranhão.