Aviões militares dos Estados Unidos têm patrulhado o espaço aéreo internacional ao redor da Venezuela de forma “quase constante” nos últimos dias. A informação foi divulgada neste sábado (29) pelo The Washington Post e repercutida pela agência Sputnik, citando um alto funcionário norte-americano sob anonimato.
Segundo o relato, os sobrevoos fazem parte do aumento da presença operacional dos EUA no Caribe, que Washington atribui ao combate ao tráfico de drogas. A intensificação coincide com a declaração recente do presidente norte-americano, Donald Trump, que pediu a companhias aéreas que considerem fechado o espaço aéreo “acima e ao redor da Venezuela”.
Patrulhas contínuas e pressão sobre rotas comerciais
O funcionário ouvido pelo Washington Post, citado pela Sputnik, afirmou que as ações se inserem em operações antidrogas mais amplas. Em setembro e outubro, navios e aeronaves dos EUA destruíram embarcações que, segundo o governo norte-americano, transportavam drogas próximas à costa venezuelana.
Apesar do apelo de Trump, dados de aeroportos analisados pela Sputnik indicam que voos comerciais seguem programados para Caracas. Aeronaves da Turkish Airlines, da Copa Airlines e da Wingo continuam listadas para partir de Havana, Cidade do Panamá e Bogotá rumo à capital venezuelana.
Operações norte-americanas ampliam tensão regional
A escalada militar ocorre após novos relatos de que os EUA estudariam ações mais agressivas no território venezuelano. Em setembro, a NBC noticiou que militares norte-americanos avaliavam opções para atacar supostos traficantes dentro da Venezuela.
No início de novembro, Trump declarou que, em sua avaliação, “os dias do presidente Nicolás Maduro como chefe de Estado estavam contados”, embora tenha afirmado que Washington “não planejava ir à guerra” com Caracas.
O governo venezuelano não comentou as novas informações, mas historicamente sustenta que operações militares dos EUA no Caribe representam ameaça à sua soberania e fazem parte de um esforço de pressão política.