Com a menor taxa desde 2012, o Brasil registra 5,4% de desemprego no governo Lula e bate recorde de empregos formais
O Brasil alcançou um novo marco na sua história recente ao registrar, no trimestre encerrado em outubro, a menor taxa de desemprego desde o início da série da Pnad Contínua, do IBGE, em 2012. Com índice de 5,4%, divulgado nesta última sexta-feira (28), o país consolida mais um ciclo de queda e reforça a tendência de recuperação sustentada do mercado de trabalho.
O movimento ocorre em um contexto de fortalecimento do emprego com carteira assinada, que também atingiu um recorde: são 39,182 milhões de trabalhadores formais. A renda média mensal chegou a R$ 3.528, o maior nível já registrado, impulsionando a massa de rendimentos para R$ 357,3 bilhões — um avanço de 5% em apenas um ano. Para especialistas, esse conjunto de indicadores aponta para um efeito direto das políticas de incentivo econômico combinadas com medidas de inclusão social.
Mais trabalhadores ocupados e menos pessoas buscando emprego
Os dados mostram que o país atingiu 102,6 milhões de pessoas ocupadas e apenas 5,9 milhões desocupadas, o menor número absoluto de desempregados já registrado pela pesquisa. Isso representa uma queda de 3,7% em relação ao trimestre anterior, o equivalente a menos 207 mil pessoas, e uma redução ainda mais significativa de 11,8% — ou 788 mil brasileiros — na comparação anual.
A presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta nacional da CUT, Juvandia Moreira, avalia que a trajetória positiva é reflexo direto da atuação do governo na indução do crescimento. “Estamos assistindo a uma redução constante na queda do nível de desemprego no país, o que indica eficácia das políticas do governo de estímulo econômico com inclusão social”, afirma. Para ela, a diminuição da informalidade é igualmente estratégica, sobretudo para a sustentabilidade do sistema previdenciário.
Avanço da formalização fortalece o INSS
A Pnad Contínua destaca ainda um recorde no volume de contribuintes do INSS: 67,8 milhões de trabalhadores, o equivalente a 66,1% dos ocupados. Esse aumento tem repercussão direta na saúde financeira da previdência social, como explica Juvandia: “A estabilidade de longo prazo da previdência social está diretamente relacionada ao aumento do emprego formal”.
A informalidade, por sua vez, permanece em queda gradual. No trimestre, 37,8% da população ocupada — 38,8 milhões de pessoas — trabalhavam sem carteira assinada ou por conta própria sem contribuição previdenciária. O percentual está estável no comparativo trimestral, mas abaixo dos 38,9% registrados há um ano.
A população desalentada também segue diminuindo. O grupo que inclui pessoas que desistiram de procurar trabalho ficou em 2,6 milhões — estabilidade na comparação trimestral, mas queda de 11,7% em relação a 2024.
Renda maior impulsiona consumo, mas juros seguem como obstáculo
Para o economista e técnico do Dieese, Gustavo Cavarzan, o aumento da ocupação e da renda tem capacidade de movimentar toda a economia, ainda que a taxa básica de juros permaneça elevada. “O aumento da massa de rendimentos dos trabalhadores tende a elevar o consumo, o que redunda em mais investimentos produtivos e geração de empregos”, explica. Ele ressalta, porém, que a Selic, hoje em 15% ao ano, limita o potencial de crescimento: “Ainda que o desempenho siga positivo, já é possível observar uma desaceleração na geração de emprego, e os altos juros têm tudo a ver com isso”.
Mesmo diante desse cenário, os números confirmam um mercado de trabalho mais forte, apoiado por políticas públicas que buscam combinar desenvolvimento econômico, redução das desigualdades e valorização do emprego formal. Para milhões de brasileiros, os novos índices representam mais que estatísticas: significam renda no bolso, segurança para planejar o futuro e uma sensação renovada de que o país pode seguir avançando.