O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu para um almoço reservado, nesta segunda-feira (1), o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal. O encontro ocorre em meio ao desgaste entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), responsável pela condução das sabatinas e votações de autoridades na Casa.
O almoço no Palácio do Planalto foi interpretado por aliados como um movimento para reduzir tensões com Alcolumbre, que nas últimas semanas tem sinalizado insatisfação sobre a forma como a articulação política do governo tem tratado indicações do Executivo.
Embora Weverton seja aliado de Lula e próximo a Alcolumbre, o clima no Senado é de incômodo crescente entre lideranças do Legislativo, que cobram contrapartidas do governo nas negociações.
Weverton Rocha não deve impor obstáculos à aprovação de Messias. O parlamentar é visto como “amigo da Casa” e interlocutor frequente de Alcolumbre, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado responsável pela sabatina e pelo parecer inicial.
A expectativa é que o relator apresente um parecer favorável ainda nesta semana, abrindo caminho para a votação no plenário antes do recesso.
Jorge Messias — atual advogado-geral da União e ex-subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência — tem apoio consistente de ministros do STF e de integrantes do governo. No entanto, enfrenta resistências pontuais entre senadores independentes, que demandam mais espaço político e reclamam do que consideram pouca abertura do Planalto nas tratativas.
Nos bastidores, parlamentares afirmam que o principal foco de turbulência não é o nome de Messias em si, mas o desgaste acumulado entre o Executivo e o Senado, intensificado após divergências sobre vetos, emendas e prioridades legislativas.
Apesar da crise momentânea, lideranças do Congresso afirmam que nenhuma indicação ao STF avança sem o aval direto de Alcolumbre, considerado um dos políticos mais influentes do Senado. O gesto de Lula ao receber Weverton é visto como tentativa de reaproximação — e um recado de que o governo pretende evitar novas fricções antes da sabatina.