Com R$ 4,64 bilhões aprovados pelo BNDES, 11 aeroportos serão ampliados, modernizados e mantidos, fortalecendo a aviação regional e estimulando desenvolvimento econômico
Num movimento considerado um dos mais robustos do setor nos últimos anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu luz verde a um financiamento de R$ 4,64 bilhões destinado a dar um salto na infraestrutura aeroportuária nacional. O montante, que faz parte de um pacote financeiro total ainda maior, será aplicado na ampliação, modernização e manutenção de onze terminais aéreos administrados pela concessionária Aena Brasil, espalhados por quatro estados. A medida tem como objetivo central elevar a capacidade, a segurança e a qualidade do serviço prestado aos milhões de brasileiros que utilizam essas portas de entrada e saída todos os anos.
Mais do que apenas reformar pistas e terminais, a operação financiada pelo BNDES carrega uma forte vocação para reduzir desigualdades regionais e estimular a economia a partir de bases sólidas. O pacote beneficia aeroportos em estados como Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais, indo muito além dos grandes centros tradicionais. A expectativa é que, ao fortalecer a aviação regional, o investimento sirva como um catalisador para o turismo, o comércio e a integração logística de áreas que precisam de mais atenção do poder público.
“O apoio aprovado pelo BNDES demonstra a determinação do presidente Lula e do Ministério de Portos e Aeroportos em modernizar nossos aeroportos, ampliar capacidade e garantir mais conforto e segurança aos passageiros. Esses investimentos fortalecem a aviação regional, impulsionam o turismo, geram empregos e ajudam a conectar ainda mais o Brasil. Estamos trabalhando para entregar uma infraestrutura à altura do crescimento econômico e das necessidades do país”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Os números traduzem esse impacto social: estima-se a criação de mais de dois mil empregos diretos e indiretos durante a fase mais intensa das obras, com abertura de aproximadamente setecentas novas vagas permanentes após a conclusão dos projetos. Para comunidades locais, essa injeção de oportunidades representa um fôlego novo em meio a desafios econômicos.
A engenharia financeira por trás da transformação
A operação foi estruturada sob um modelo conhecido como project finance non-recourse, no qual o retorno do investimento e o pagamento do financiamento estão totalmente atrelados à receita gerada pelos próprios aeroportos após as melhorias. Esse desenho técnico, que transferiu o risco do contribuinte para o fluxo do projeto, foi essencial para viabilizar a magnitude do aporte. O pacote de R$ 4,64 bilhões do BNDES se divide em R$ 4,24 bilhões em debêntures e R$ 400 milhões através da linha Finem. Somado a uma oferta pública coordenada com outros bancos, o financiamento total para a Aena Brasil alcança a expressiva cifra de R$ 5,7 bilhões.
A solidez do projeto é atestada por uma nota máxima de crédito. A operação recebeu a classificação AAA.br da agência Moody’s Local Brasil, o que indica o mais alto nível de qualidade e o menor risco na escala nacional, refletindo uma elevada capacidade de pagamento. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os investimentos acompanham a expansão real da demanda por transporte aéreo. Prova disso é que, apenas em 2024, os onze aeroportos beneficiados movimentaram 27,5 milhões de passageiros, volume equivalente a 12,8% do total do Brasil e que já supera em 3% os níveis registrados antes da pandemia.
Congonhas no centro e os prazos para a decolagem das obras
Entre todos os terminais, o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será o que receberá o maior volume de recursos, cerca de R$ 3,3 bilhões. O plano é ambicioso e prevê mais que uma simples reforma: a área do terminal de passageiros será mais que duplicada, saltando de 61 mil para 134 mil metros quadrados. Haverá a instalação de sete novas pontes de embarque, a completa reformulação do sistema de embarque remoto e uma significativa expansão das áreas comerciais, que chegarão a 43 mil m².
As intervenções fazem parte da chamada Fase I-B dos contratos de concessão, que reúne os principais investimentos em infraestrutura. O cronograma estabelece que as obras em Congonhas devem ser concluídas até junho de 2028. Nos outros dez aeroportos – que incluem terminais em Campo Grande, Santarém, Uberlândia e Montes Claros, entre outros – a previsão de entrega é mais curta, com conclusão até junho de 2026. O mecanismo financeiro desenvolvido pelo BNDES também garante que, após a finalização das obras, a concessionária poderá refinanciar suas dívidas em condições mais vantajosas, reduzindo custos operacionais de longo prazo.
Com este anúncio, o BNDES e o Governo Federal sinalizam uma aposta clara na infraestrutura como alicerce para um desenvolvimento mais equilibrado e inclusivo. Os céus do Brasil, ao que tudo indica, estão sendo preparados para receber um tráfego maior, mais seguro e que leve prosperidade para mais cantos do território nacional.