Sob Lula, indústria de defesa brasileira cresceu 114%

Investimentos contínuos em pesquisa e inovação elevam a capacidade tecnológica brasileira e consolidam a Base Industrial de Defesa como eixo estratégico do desenvolvimento / FOTOS: ÉRICO ALVES, LUIS CARBO, MB, EB E FAB

Durante o atual governo de esquerda, a indústria de defesa registrou um salto de 114% em dois anos, impulsionada por exportações recordes e por uma agenda de modernização que fortalece a soberania e a tecnologia nacionais


Em um cenário geopolítico complexo, um setor estratégico nacional comemora números que falam por si só: a indústria brasileira de defesa não apenas retomou seu fôlego, como está batendo recordes históricos no mercado internacional. Sob uma política de Estado que prioriza a soberania e o desenvolvimento tecnológico interno, o segmento mais que duplicou suas exportações em apenas dois anos, registrando um crescimento acumulado de impressionantes 114% entre 2023 e 2025. O salto é um claro indicador de capacidade reconquistada e de confiança externa renovada.

Os dados, consolidados pela Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), mostram que as autorizações para exportação atingiram a marca de US$ 3,1 bilhões em 2025. O valor representa um aumento de 74% em relação ao ano anterior (US$ 1,78 bilhão) e mais que o dobro do registrado em 2023 (US$ 1,45 bilhão). A carteira de clientes abrange cerca de 140 nações, com destaque para potências e parceiros tradicionais como Alemanha, Estados Unidos, Portugal, Emirados Árabes Unidos e Bulgária. Cerca de 80 empresas nacionais estão na linha de frente dessa conquista comercial.

Muito mais que armas: um projeto de nação e geração de emprego

Com vendas autorizadas que somam US$ 3,1 bilhões, o setor expande participação internacional e reforça a relevância de suas mais de 80 empresas exportadoras / Reprodução

Reduzir este setor à venda de armamentos seria um erro grave. A Base Industrial de Defesa (BID) brasileira é um ecossistema complexo que desenvolve tecnologia de ponta em áreas críticas: desde aeronaves e embarcações até sistemas cibernéticos de proteção de dados, radares de última geração, munições, blindados e soluções seguras de comunicação. Essa diversificação não só moderniza as Forças Armadas, garantindo autonomia em temas sensíveis, como também impulsiona a economia como um todo.

O impacto social e econômico é profundo. O setor responde por 3,49% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e é responsável pela geração de quase 3 milhões de empregos diretos e indiretos, espalhando renda e qualificação técnica por diversas regiões do país. Trata-se de uma política industrial que entende a defesa como um vetor de desenvolvimento, inovação e proteção do patrimônio tecnológico brasileiro.

“O Ministério da Defesa trabalha diretamente ligado para auxiliar a nossa base industrial de defesa a ter condições de produzir equipamentos, munições, enfim, uma gama variada de produtos para atender às forças armadas brasileiras e, com isso, torná-las as capazes de ter produtos com competitividade para a venda no mundo como um todo. O Ministério da Defesa utiliza a Seprod como instrumento para ter esse relacionamento com a nossa indústria de defesa, para que ela continue crescendo, se mantendo em alto grau de tecnologia e continue aumentando suas vendas para o mundo”, afirma o Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues.

A máquina que viabiliza o crescimento: quatro engrenagens em sincronia

Ações coordenadas entre governo, diplomacia, bancos públicos e setor privado ampliam competitividade e abrem novas frentes comerciais em mais de 140 países / Reprodução

O sucesso recente não é obra do acaso, mas resultado de uma arquitetura institucional reativada e focada. No âmbito do Ministério da Defesa, a Seprod atua por meio de quatro departamentos especializados, cada um com um papel distinto e complementar.

A ponta de lança comercial é o Departamento de Promoção Comercial (Depcom), que leva a marca “Defesa Brasil” para feiras internacionais e eventos bilaterais. Em 2025, a estratégia incluiu a promoção de Diálogos de Indústria com países como Turquia e Jordânia, participação na feira LAAD, no Rio de Janeiro, e a organização do “Brazilian Defense Day Embaixadas”, em Brasília, que reuniu diplomatas de cerca de 50 nações e 47 empresas nacionais.

regulação e a qualidade são pilares tocados pelo Departamento de Produtos de Defesa (Deprod). Ele é responsável pela classificação de produtos e credenciamento de empresas, garantindo padrões técnicos rigorosos. Atualmente, 307 empresas e 2.219 produtos estão cadastrados no sistema, com 62 novas empresas e 417 novos produtos integrados apenas em 2025.

Departamento de Financiamentos e Economia de Defesa (Depfin) busca as parcerias e recursos para viabilizar os projetos. Um marco recente foi a assinatura de um acordo de cooperação técnica com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para aumentar a participação do setor nas exportações e elevar os índices de nacionalização de componentes.

Por fim, o coração da inovação bate no Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação (Decti). Seu foco é converter conhecimento científico em produtos competitivos. Nos últimos cinco anos, cerca de 140 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) foram incorporados à carteira do setor, com investimentos de R$ 700 milhões. Adicionalmente, 34 projetos receberam subvenções de agências como Finep e CNPq, totalizando R$ 1,1 bilhão em apoio. Seminários de integração entre governo, indústria e academia completam a estratégia para manter a vanguarda tecnológica.

Os números mostram uma trajetória. A história que contam, porém, é a de um setor estratégico redescoberto, que combina segurança nacional com desenvolvimento industrial, e que está provando, no competitivo mercado global, que a tecnologia verde-amarela tem valor, qualidade e destino certo.

Com informações de Agência Gov | Via Ministério da Defesa

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