Na sexta-feira, 5 de dezembro de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro oficializou o nome de seu filho Flávio Bolsonaro como candidato do bolsonarismo à Presidência da República nas eleições de 2026. A decisão, confirmada pelo presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, marca a primeira vez que Jair, atualmente preso, declara publicamente a intenção de transferir o “legado político” para um dos filhos.
Flávio, senador pelo Rio de Janeiro, anunciou oficialmente sua candidatura nas redes sociais, afirmando que assume a missão confiada pelo ex-presidente para “dar continuidade ao nosso projeto de nação”.
Motivações da escolha
Fontes próximas afirmam que Jair Bolsonaro optou por Flávio por considerar que o senador — em tese — poderia reunir “musculatura política” para liderar o PL e tentar unificar o campo bolsonarista. A avaliação é que o sobrenome, combinado ao controle interno do partido, ainda gera mobilização expressiva, mesmo após condenações e turbulências judiciais.
Além disso, substitui o nome de Tarcísio de Freitas como possível candidato da direita: com a confirmação de Flávio, aliados consideram que Tarcísio deverá concentrar-se na reeleição ao governo de São Paulo.
Reação imediata e impactos
A oficialização da candidatura gerou repercussão imediata: o mercado financeiro brasileiro reagiu negativamente — o real desvalorizou mais de 1,5% frente ao dólar e o índice Bovespa recuou cerca de 2% no dia da notícia. Analistas assinalam que a indicação de Flávio representa maior incerteza do que a de um nome com perfil considerado mais “moderado” ou “técnico”.
No plano interno do PL e entre os aliados, a movimentação reacende disputas: há expressiva expectativa de que a escolha de Flávio reorganize a cúpula do partido e concentre as negociações de alianças em torno de sua candidatura. Para muitos, trata-se de uma tentativa de manter hegemonia da família Bolsonaro sobre o bolsonarismo.
Desafios à frente
Apesar da confirmação de sua postulação, Flávio Bolsonaro parte em desvantagem diante de vários obstáculos estruturais. Entre eles, a rejeição pública associada ao nome Bolsonaro após a crise institucional de 2023 e os processos judiciais que envolvem parentes e aliados. A credibilidade e viabilidade eleitoral do senador ainda são incertas.
Outro desafio reside em ampliar a base de apoio além da base tradicional bolsonarista: conquistar partidos de centro e eleitores moderados será essencial para viabilizar uma candidatura competitiva — algo reconhecido por aliados próximos ao PL.