Israel planeja um novo ataque massivo contra o Irã entre março e maio, antes que o país conclua a reconstrução de seus sistemas de defesa aérea. Essa é a informação que Seymour Hersh, jornalista de geopolítica com fontes de alto nível na comunidade de inteligência global, revela após conversar com oficiais israelenses e americanos bem informados.
Segundo fontes israelenses consultadas por Hersh, a declaração de Trump de que as instalações nucleares iranianas foram “completa e totalmente obliteradas” em junho é falsa. A inteligência israelense acredita que o Irã ainda possui aproximadamente 420 quilogramas de urânio enriquecido, enterrado em bunkers subterrâneos intactos, longe do alcance dos bombardeios que destruíram Fordow.
Esse volume de urânio, se recuperado intacto e enriquecido por uma centrífuga, poderia produzir material suficiente para até vinte ogivas nucleares. Um oficial israelense disse a Hersh que a noção de que a capacidade nuclear do Irã foi “obliterada” existe apenas na “fantasia” de Trump.
A preocupação imediata de Israel, porém, não é o urânio restante. É a reconstrução dos sistemas de defesa aérea iraniano, que foram desativados pela inteligência israelense dias antes dos ataques americanos em junho. Israel está convencido de que os primeiros elementos do novo sistema de defesa aérea iraniano estarão operacionais no final de agosto.
Por isso, Israel planeja lançar um novo ataque massivo entre março e maio, antes que esse sistema se torne funcional. As plantas de fabricação de mísseis e os lançadores de mísseis reconstruídos pelo Irã também serão “alvos principais” para a Força Aérea Israelense no próximo verão, quando a primeira onda de lançadores estiver pronta.
Internamente, o Irã enfrenta uma crise severa. Há escassez de água em todo o país, inflação crescente e qualidade do ar deteriorada nas principais cidades. Grupos de oposição iraniana relatam colapso dos serviços públicos, falta de dinheiro e desorganização generalizada.
Um oficial americano experiente em Oriente Médio disse a Hersh que “o Irã está prestes a ter uma revolução” devido à falta de água, alimentos, dinheiro, serviços públicos e à morte de líderes militares-chave. O oficial concluiu que “o estado está à beira do colapso total” e que “isso é uma vitória para Trump”.
Há também sinais de desafio ao regime entre a população. Mulheres, especialmente jovens em Teerã e outras grandes cidades, estão saindo em público cada vez mais sem véus, violando diretamente os decretos do regime religioso.
Quando Hersh compartilhou os detalhes dos planos israelenses com um funcionário americano, este reconheceu “diferenças de opinião” sobre a degradação da vida no Irã. O funcionário disse que a situação está “ruim, piorando”, mas que “não há soluções reais possíveis”. Ele também sugeriu que qualquer urânio enriquecido restante está “sob escombros e não acessível” e “não é adequado para bomba”.
Sobre os planos entre março e maio, o funcionário americano disse que “falta muito tempo. Qualquer planejamento agora é puro plano de contingência. Nada agendado neste momento. IDF observando desenvolvimentos.”