Duas notas publicadas neste domingo pelo jornalista Lauro Jardim, colunista de O Globo, trouxeram novos detalhes sobre a situação patrimonial e fiscal de Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações ganharam repercussão após a divulgação de um contrato firmado entre Viviane Barci e o Banco Master, que prevê pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões e um valor total estimado em R$ 179 milhões.
Nas publicações, Lauro Jardim detalha a abertura de um novo escritório de advocacia, mudanças societárias e a evolução do patrimônio da empresária, que passou a ser alvo de maior atenção pública em razão do volume financeiro envolvido no contrato e das conexões empresariais descritas na coluna.
Abertura de novo escritório e contexto internacional
Na primeira nota, o colunista informa que Viviane Barci registrou, em 22 de setembro deste ano, um novo escritório de advocacia denominado Barci e Barci. Segundo Jardim, a data chama atenção por coincidir com um episódio de repercussão internacional envolvendo sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos.
De acordo com o jornalista, no mesmo dia em que o escritório foi formalizado, o governo do então presidente Donald Trump estendeu ao Lex Instituto de Estudos Jurídicos os efeitos da Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite a aplicação de sanções a indivíduos e entidades acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. Na nota, Lauro Jardim afirma que Viviane Barci e Alexandre de Moraes já figuravam entre os incluídos nos efeitos da medida.
Ainda segundo a publicação, o Lex Instituto de Estudos Jurídicos é uma empresa pertencente a Viviane Barci e aos filhos do casal. O jornalista destaca que a entidade possui dez imóveis registrados em seu nome, informação que reforça o volume patrimonial associado às atividades empresariais da família.
Sociedade familiar no escritório de advocacia
Na segunda nota divulgada pelo colunista, novos detalhes são apresentados sobre a estrutura societária do escritório Barci e Barci. De acordo com Lauro Jardim, a sócia de Viviane Barci no novo empreendimento é Giuliana, filha do casal. A informação reforça o caráter familiar da sociedade e a concentração das atividades profissionais dentro do núcleo familiar.
Além da composição societária, o jornalista divulgou números relacionados à distribuição de lucros e à evolução patrimonial de Viviane Barci. Segundo a coluna, em 2024, na distribuição de lucros da empresa Barci de Moraes, coube a Viviane a quantia de R$ 57 milhões.
Crescimento patrimonial em um ano
Outro dado destacado por Lauro Jardim refere-se ao crescimento do patrimônio pessoal da empresária em um intervalo de um ano. Conforme a publicação, entre 2023 e 2024, o patrimônio de Viviane Barci teria passado de R$ 24 milhões para R$ 79,7 milhões. A variação representa um aumento expressivo e foi apresentada na coluna como parte do conjunto de informações fiscais levantadas pelo jornalista.
Os números divulgados não vêm acompanhados, nas notas, de detalhamento sobre a origem específica dos valores ou sobre a composição dos bens, limitando-se à menção ao crescimento patrimonial e à distribuição de lucros empresariais no período analisado.
Contrato com banco e repercussão pública
A atenção da mídia sobre Viviane Barci se intensificou após a revelação do contrato com o Banco Master, que prevê pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões, totalizando R$ 179 milhões ao longo do período contratual. Embora as notas de Lauro Jardim não detalhem as cláusulas do acordo, o volume financeiro envolvido foi apontado como um dos fatores que levaram à ampliação do escrutínio público sobre as atividades empresariais da esposa do ministro do STF.
A divulgação dos dados fiscais e patrimoniais ocorre em um contexto de forte exposição pública de autoridades e de seus familiares, especialmente quando contratos de alto valor e relações empresariais ganham repercussão nacional e internacional.
Ausência de manifestação oficial
Até o momento da publicação das notas, não há registro, segundo a coluna, de manifestação pública de Viviane Barci ou de Alexandre de Moraes a respeito das informações divulgadas. Também não foram apresentados, nas notas, questionamentos formais de órgãos de controle ou indicações de irregularidades legais relacionadas às atividades descritas.
As informações publicadas por Lauro Jardim se limitam à exposição de dados empresariais, fiscais e patrimoniais, sem juízo de valor ou conclusão sobre eventual ilegalidade, mas contribuíram para ampliar o debate público em torno da atuação empresarial de familiares de integrantes do Supremo Tribunal Federal.
A repercussão das notas reforça o interesse crescente da opinião pública e da imprensa sobre a transparência patrimonial de figuras próximas a autoridades do Judiciário, especialmente quando envolvem contratos de grande monta e conexões empresariais de alcance internacional.