Os ataques de Israel na Faixa de Gaza continuaram a deixar vítimas mesmo depois da assinatura de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e segundo o Ministério da Saúde controlado pelos palestinos, pelo menos 405 pessoas morreram desde a trégua que entrou em vigor em 10 de outubro. A informação foi divulgada neste domingo (21), quando hospitais na região receberam os corpos de mais 12 vítimas, quatro delas mortas recentemente e oito retiradas de debaixo de escombros causados por destruições anteriores.
De acordo com o órgão de saúde, desde o início do cessar-fogo os feridos em decorrência dos ataques somam 1.115 pessoas. As forças israelenses mantêm presença em parte do território, controlando cerca de 54% da Faixa de Gaza, mesmo após a retirada de tropas para uma área demarcada conhecida como “linha amarela”. Nessa linha, soldados israelenses continuam a disparar quase diariamente contra palestinos que consideram “suspeitos”, apesar da trégua formal.
Os ataques e operações militares anteriores deixaram grande parte do território devastado e muitos corpos permanecem sob os escombros, impedindo a completa contabilização de vítimas. Segundo o relatório mais recente das autoridades palestinas, o total de mortos desde que Israel iniciou sua ofensiva militar em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 já ultrapassou os 70 mil palestinos, com 171 mil feridos, incluindo mulheres e crianças, muitos dos quais sofreram amputações e sequelas permanentes.
A ofensiva de Israel começou após um ataque do grupo Hamas que resultou em cerca de 1.200 mortos de ambos os lados e dezenas de reféns tomados no início do conflito há dois anos, em outubro de 2023. As campanhas militares israelenses foram amplamente criticadas internacionalmente por causa do impacto humanitário em Gaza, onde a população enfrenta dificuldades acentuadas para acessar ajuda básica, incluindo alimentos, água e serviços de saúde.
Apesar do cessar-fogo, episódios de violência continuaram a ser reportados por organizações de saúde e grupos civis dentro da Faixa de Gaza nos meses seguintes, conforme autoridades palestinas e agências de notícias internacionais observam que confrontos isolados e disparos persistem em áreas próximas à linha demarcada entre as forças israelenses e os territórios controlados pelo Hamas. Esse contexto contribui para que a situação humanitária na região permaneça em estado de alerta grave.