A economia dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada robusta de 4,3% no terceiro trimestre de 2025, superando amplamente as expectativas de mercado, que eram de 3,2%. Este foi o ritmo de expansão mais forte registrado desde o terceiro trimestre de 2023, de acordo com dados oficiais do Departamento de Análise Econômica (BEA).
O desempenho foi impulsionado principalmente pelo vigor dos consumidores, com gastos significativos em serviços de saúde e equipamentos de informática. Aumentos nos gastos federais com defesa e nas exportações também contribuíram, enquanto o investimento empresarial desacelerou e as importações caíram. O comércio líquido foi um fator positivo expressivo, adicionando 1,6 ponto percentual à taxa geral, em um cenário de exportações fortes e importações em queda.
Apesar do resultado forte, um indicador futuro apontou para possíveis desafios. Dados separados do Conference Board mostraram que a confiança do consumidor em dezembro caiu para seu segundo nível mais baixo em cinco anos. Analistas ouvidos pelo **Financial Times** sinalizaram cautela. Thomas Simons, do Jefferies, afirmou que “a barra foi definida extremamente alta para o crescimento contínuo no quarto trimestre”, enquanto Oliver Allen, da Pantheon Macroeconomics, comentou que o grande impulso do comércio líquido, influenciado em parte pelas tarifas e pela limitada retaliação comercial, dificilmente será sustentável.
A reação dos mercados financeiros foi moderada. Os rendimentos dos títulos do Tesouro subiram levemente, com investidores reduzindo apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve para início de 2026. Especialistas, como Andy Brenner da NatAlliance Securities, avaliaram que os dados não devem alterar a postura cautelosa do banco central.
As perspectivas para o último trimestre do ano são mais sombrias. Espera-se que o crescimento seja pressionado pela desaceleração já observada nos gastos dos consumidores, pelos efeitos residuais do recente fechamento do governo – que atrasou a divulgação destes dados – e pela dinâmica dos estoques. Mike Reid, do Royal Bank of Canada, destacou que está atento a esses fatores, especialmente ao impacto crescente das tarifas. Os dados referentes ao quarto trimestre, também afetados pelo atraso, só serão divulgados em 2026.