Ibovespa fecha 2025 em alta de 33,9% e registra maior ganho nominal anual desde 2016
O Ibovespa encerrou o último pregão de 2025 em alta e consolidou o maior ganho nominal anual desde 2016, após uma sessão marcada por correção de preços e oscilações ao longo do dia. O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,40% nesta terça-feira, fechando aos 161.125 pontos, segundo dados divulgados pelo Valor Econômico.
Depois de ter encerrado a sessão anterior em queda, o índice voltou ao campo positivo e manteve um desempenho firme ao longo do dia, apesar da perda de fôlego na parte da tarde. Pela manhã, o Ibovespa chegou a subir quase 1%, tocando a máxima intradiária de 162.075 pontos, mas recuou parcialmente com o ajuste de preços em ações de maior peso. Ainda assim, o índice permaneceu bem acima da mínima do dia, de 160.491 pontos, confirmando o tom de recuperação no fechamento do ano.
Desempenho mensal e anual confirma ciclo de valorização
O resultado do último pregão confirmou um encerramento positivo também para o mês de dezembro. No período, o Ibovespa acumulou alta de 1,29%. No balanço anual, a valorização chegou a 33,95%, o maior avanço nominal desde 2016, quando o índice havia subido 38,93%.
O desempenho expressivo de 2025 ocorreu após um fim de 2024 marcado por forte correção. No último pregão do ano passado, o índice havia fechado próximo de 120.283 pontos, patamar considerado baixo em termos históricos, o que ampliou a diferença percentual na comparação anual.
Dados do mercado de trabalho e leitura econômica
A sessão positiva ocorreu mesmo após a divulgação de dados considerados fortes do mercado de trabalho brasileiro. Os números reforçaram a percepção de que a economia segue aquecida, o que, por outro lado, reduziu as apostas de que o Banco Central do Brasil possa iniciar um ciclo de cortes de juros já em janeiro.
Apesar dessa leitura, o mercado acionário reagiu de forma construtiva, especialmente no início do pregão, refletindo a avaliação de que a atividade econômica resiliente favorece resultados corporativos, principalmente de grandes empresas com forte geração de caixa.
Bancos e Petrobras sustentam a alta
Entre os principais vetores de sustentação do índice no pregão estiveram as ações do setor financeiro e os papéis da Petrobras. As units do Santander Brasil lideraram os ganhos entre as chamadas blue chips, com alta de 2,10% no dia.
As ações preferenciais da Petrobras avançaram 0,29%, contribuindo para manter o Ibovespa em terreno positivo. O desempenho do papel refletiu um movimento mais contido, mas ainda relevante, diante do peso da companhia no índice.
Na outra ponta, as ações da Vale encerraram a sessão em leve queda de 0,22%, após alternarem entre altas e baixas ao longo do dia. Apesar do recuo pontual, a mineradora foi um dos principais destaques positivos do mercado em 2025.
Vale e utilities explicam parte do avanço anual
Segundo Pedro Gonzaga, sócio e analista-chefe da Mantaro Capital, a valorização acumulada de 48,01% das ações da Vale em 2025 teve papel central no desempenho do Ibovespa. De acordo com o analista, a alta do papel surpreendeu parte do mercado, que manteve posições vendidas na companhia durante parte do ano.
“O preço do minério conseguiu mostrar resistência em um patamar elevado por mais tempo do que se imaginava no começo do ano”, afirmou Gonzaga. Ele destacou ainda a disciplina financeira da empresa e a boa geração de caixa. “A Vale apresentou boa geração de caixa e surpreendeu em termos de gestão e em relação à distribuição de capital para os acionistas”, disse.
Além da mineradora, ações de empresas de utilities e do setor financeiro também contribuíram de forma relevante para a alta do índice ao longo do ano.
Itaú e setor financeiro puxam valorização
O setor financeiro foi outro pilar importante do desempenho do mercado em 2025. Gonzaga ressaltou a alta de 98,76% das ações preferenciais do Itaú Unibanco no acumulado do ano. Segundo suas estimativas, cerca de 31% da valorização do Ibovespa em 2025 foi impulsionada por companhias do setor financeiro, além de utilities e da própria Vale.
Essa composição ajudou a sustentar o índice mesmo em períodos de maior cautela por parte dos investidores, especialmente diante da perspectiva de juros ainda elevados e de um cenário econômico que segue resiliente.
Base de comparação influencia leitura do desempenho
Apesar do resultado expressivo, analistas ponderam que parte da alta nominal do Ibovespa pode ser explicada pela base de comparação. Gonzaga observa que o fechamento de 2024 em um patamar historicamente baixo ampliou a percepção de valorização na comparação anual.
“Houve uma coincidência que potencializou essa valorização entre 2024 e 2025. Se compararmos o nível atual do Ibovespa com o patamar de novembro do ano passado, a diferença não seria tão gritante”, avaliou.
Brasil sobe enquanto Wall Street recua
O desempenho positivo do mercado brasileiro contrastou com o comportamento das bolsas norte-americanas no último pregão do ano. Em Wall Street, os principais índices encerraram o dia em queda: o Nasdaq recuou 0,24%, o Dow Jones caiu 0,20% e o S&P 500 perdeu 0,14%.
Com isso, o Ibovespa encerra 2025 com uma das maiores valorizações entre os principais mercados globais, consolidando um ciclo de alta sustentado por grandes empresas dos setores financeiro, de energia e de mineração, em um ano marcado por forte recuperação dos preços dos ativos no Brasil.
Bolsa brasileira fecha 2025 com pregão explodindo e maior ganho em 10 anos
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