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Milei corta verba para a educação e estudantes ocupam universidades

Todas as 62 universidades publicas estão em pé de guerra em toda a Argentina e declararam uma greve geral de 24 horas enquanto milhares de estudantes protestavam diante do congresso nacional. Os deputados votaram contra mais investimento no ensino publico. Protocolo repressivo foi acionado e juventude que se manifestava pacificamente foi violentamente reprimida, 7 pessoas […]

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Policia do regime de Milei prende e reprime opositores que saem as ruas a protestar pacificamente ao longo de todo ano. Foto: Somos Telam

Todas as 62 universidades publicas estão em pé de guerra em toda a Argentina e declararam uma greve geral de 24 horas enquanto milhares de estudantes protestavam diante do congresso nacional. Os deputados votaram contra mais investimento no ensino publico. Protocolo repressivo foi acionado e juventude que se manifestava pacificamente foi violentamente reprimida, 7 pessoas foram presas. Mostrando a admiração de Milei a regimes repressivos, como o sionista e genocida de Israel. Governo fascista usa de violência para transformar a Argentina em uma colônia dos EUA.

Bruno Falci, de Buenos Aires, para o Portal O Cafezinho


A universidade está de luto: greve nacional e reação dos estudantes, que ocuparam todas as universidades do país, após veto de Javier Milei. Os deputados se venderam diante da motosserra do governo. Na Câmara, a Casa Rosada conseguiu manter o veto presidencial com o apoio do Proposta Republicana (PRO), partido neoliberal comandado pelo ex-presidente Maurício Macri. A manifestação nas ruas, em todo o país, demonstrou que a sociedade argentina não está disposta a renunciar à universidade pública.


A oposição não conseguiu aprovar a Lei de Financiamento Universitário. Reuniu 160 votos, que foram insuficientes contra os 85 dos legisladores governistas. As 5 abstenções ocorridas no local jogaram a seu favor. Desta forma, não foram alcançados os 2 terços necessários. De concreto, o partido no poder conseguiu proteger a decisão de Milei contra a lei que estabelecia um aumento para os trabalhadores das 62 universidades públicas do país.


A Argentina tem 2,5 milhões de estudantes universitários. A maioria deles continua a carreira na grande Buenos Aires, onde existem 25 universidades nacionais, das quais 16 estão localizadas nos subúrbios. A Universidade de Buenos Aires (UBA) teve como estudantes e professores nada menos que 15 presidentes argentinos e formou cinco ganhadores do Prêmio Nobel: Carlos Saavedra Lamas (Paz, 1936); Bernardo Houssay (Fisiologia,1947); Luis Federico Leloir (Química, 1970); Adolfo Pérez Esquivel (Paz, 1980) e César Milstein (Fisiologia, 1984). É esse patrimônio que o governante negacionista pretende aniquilar.


“A vontade popular foi fraudada e a democracia cedeu à gestão antirrepublicana de governar por decreto do Governo Nacional”, começa o texto divulgado poucos minutos depois de os legisladores terem votado. ´E continua: “Formou-se uma aliança política que não se deixa abalar pelo sofrimento das grandes maiorias, pela exigência de todos os setores de apoiar o que é fundamental: a universidade pública, a educação pública”.


De imediato, a Frente Sindical das Universidades Nacionais convocou uma greve nacional total para esta quinta-feira e os diferentes centros estudantis do país já convocaram assembleias para definir as novas medidas de força.


Enquanto os deputados tinham nas mãos a possibilidade de salvar a educação pública, estudantes de diversas universidades aproximaram-se do Congresso Nacional, que estava completamente cercado, por ordens de um Governo que não trabalha para o povo, mas para o confronto. Mais uma vez, foi acionado o protocolo repressivo da Ministra de Segurança Patrícia Bulllrich, com as forças policiais ameaçando os manifestantes pacíficos, jovens estudantes universitários, com cassetetes, bombas e gás de pimenta.


Após semanas de discussão parlamentar, Javier Milei voltou a receber o apoio de Mauricio Macri – e de um setor da União Cívica Radical (UCR), partido de centro-direita – e conseguiu que a Câmara dos Deputados apoiasse o veto à Lei de Financiamento Universitário.

Governo de extrema-direita usa mecanismos de ditaduras para tentar controlar a insatisfação. Enquanto universidades e hospitais são sucateados por Milei, mais da metade do país se encontra na linha da pobreza.

Para tentar controlar a inflação, Milei retirou direitos do povo e criou uma crise econômica no país através da diminuição do poder de compra do trabalhador, seja diminuindo seus salários, seja criando um verdadeiro exército de desempregados.


Argentina parece não ter luz no fim do túnel, porém, pelo contrário, a mobilização do povo mostra que mesmo em meio a escuridão, sempre há esperança em um amanhã melhor. Com resiliência e organização.

Universidades ocupadas

Após a validação do veto no Congresso, multiplicam-se as manifestações de universidades em todo o país. Após a Câmara dos Deputados ratificar o veto presidencial à Lei de Financiamento Universitário, os estudantes aprofundaram seus planos de luta e multiplicaram-se as ocupações de Universidades em diferentes pontos do país.


A secretária-geral da Associação Sindical Docente da UBA, Ileana Celotto, anunciou que a greve total das universidades nacionais desta quinta-feira, 10 de outubro, é “em repúdio” à ratificação na Câmara dos Deputados do veto de Javier Milei à Lei de Financiamento Universitário.


“Hoje, quando estivemos no Congresso, combinamos convocar amanhã em plenitude todas as universidades nacionais que fecharão as portas num claro sinal de repúdio a esta situação. A reação em todos os grupos do WhatsApp é de absoluta raiva e indignação. Mas junto com a raiva aparece a vontade de continuar a luta”, finalizou.


O secretário-geral do Centro Estudantil da Faculdade de Filosofia e Letras da UBA, Lucas Bonfante, falou sobre a reação estudantil à ratificação do veto de Javier Milei ao financiamento universitário no Congresso Nacional. “A novidade não está no que aconteceu no Congresso, mas nas faculdades, porque Milei conseguiu despertar o movimento estudantil”, disse o dirigente universitário em diálogo com a rádio 750.

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Bruno Falci

Jornalista e Historiador com mestrado em Historia Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa. Correspondente da teleSUR na Venezuela, colunista do Portal O Cafezinho, da Agência de Notícias das Favelas (ANF) e Monitor do Oriente (MEMO)

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