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Índia sofre com queda histórica no investimento estrangeiro que expõe sua frágil economia

Um estudo recente feito pela mídia indiana mostrou que o Investimento Estrangeiro Direto (FDI) no país tem desabado em 99% mês a mês e despencou 98% em relação ao ano anterior. Por causa disso, a comunidade econômica internacional tem chamado o país de “cemitério do investimento estrangeiro”. Como um país emergente que participa do BRICS […]

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O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Foto: Divulgação/Kremlin.

Um estudo recente feito pela mídia indiana mostrou que o Investimento Estrangeiro Direto (FDI) no país tem desabado em 99% mês a mês e despencou 98% em relação ao ano anterior. Por causa disso, a comunidade econômica internacional tem chamado o país de “cemitério do investimento estrangeiro”.

Como um país emergente que participa do BRICS e faz parte do sul global, a Índia vem sofrendo para alcançar bons níveis de desenvolvimento e industrialização. Os principais fatores que atrasam a decolada do país são tecnologia datada, capital interno limitado e uma infraestrutura muito precária. Esses são dados importantes que investidores estrangeiros tendem a olhar antes de colocar seu dinheiro em alguma nação.

Nos últimos anos, a retórica nacionalista indiana, liderada pelo primeiro-ministro Narendra Modi, tem colocado o país no papel de antagonista da China e um possível polo industrial que ultrapassaria a economia Beijing.

Muitos investidores do ocidente têm visto essa narrativa com bons olhos, procurando minar a potência socialista que a China representa. Entretanto, o conflito na região da Casimira, que ocorreu em 2020, levou a uma lenta reaproximação diplomática entre ambas as nações.

Em outubro de 2024, foi firmado um acordo de patrulhamento ao longo da Linha de Controle Atual (LAC), restaurando as patrulhas em áreas como Depsang e Demchok, e responsáveis diplomáticos confirmaram que essa iniciativa está ajudando a reestabilizar as relações em andamento.

A atual crise econômica mundial criada por Donald Trump e seu tarifaço também têm levado a Índia a se reaproximar da China, em um âmbito de cooperação sul-sul que procura minimizar os impactos econômicos da queda comercial com os Estados Unidos.

Mesmo assim, o déficit comercial de Nova Déli com Beijing continua exorbitante, chegando ao montante de US$ 99,2 bilhões. Isso causa uma cautela governamental quanto a investimentos chineses, apesar de existirem discussões sobre relaxamento de barreiras econômicas.

A Índia também sofre uma forte dependência da China em setores-chave de produção, como eletrônicos, telecomunicação, farmacêutica, energia renovável e bens de capital, incluindo números expressivos de importações de hardware, APIs, equipamentos solares e maquinário pesado.

Essa dependência estrutural, aliada com o subdesenvolvimento econômico, aumenta a dificuldade de alcançar a almejada autonomia industrial do país e limita os esforços de conseguir chegar a uma forte produção “Made in India”.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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