Durante uma sessão da ONU sobre o canal do Panamá, um ponto de tensão entre os interesses de Pequim e os Washington devido a sua importância geográfica e comercial, Fu Cong, Embaixador da China nas Nações Unidas, acusou os EUA de “fabricar mentiras” contra seu país para “buscar o controle do canal.”
A fala foi uma resposta à declaração da embaixadora interina dos EUA, Dorothy Shea, que levantou preocupações referentes à “influência exagerada” da China sobre o Canal do Panamá, especialmente em relação à infraestrutura crítica e às operações portuárias. Ela também classificou a influência chinesa como um “risco para o Panamá e os EUA” e uma “ameaça potencial ao comércio e à segurança globais”.
Em seguida, Shea acusou a China de criar “reivindicações marítimas expansivas e ilegais e ações agressivas” no Mar do Sul da China, demonstrando “sua ameaça à segurança marítima e ao comércio”.
Fu Cong retrucou, afirmando que os Estados Unidos “ameaçaram abertamente a operação normal do Canal do Panamá e do Canal de Suez, e desafiaram de forma imprudente a soberania de outros países.” Ele conclamou o país a fazer “uma séria reflexão e a assumir de boa-fé as responsabilidades de uma grande potência.”
Na semana passada, o embaixador dos EUA no Panamá, Kevin Marino Cabrera, pediu a remoção de operadores ligados à China dos principais portos do Canal do Panamá, intensificando a campanha de Washington para conter a suposta influência de Pequim sobre o canal.
A crítica de Cabrera à Panama Ports Company – subsidiária da CK Hutchison, com sede em Hong Kong – adicionou nova incerteza à venda dos portos pela empresa, negócio no valor de US$ 22,8 bilhões que enfrenta resistência de Pequim desde seu anúncio inicial em março. O acordo ficou paralisado após Pequim sinalizar que usaria sua lei anti monopólio para revisá-lo.


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