Seis meses após o início de seu segundo mandato, a popularidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, registrou nova queda e alcançou apenas 38%, enquanto 60% dos americanos desaprovam seu desempenho. O levantamento, realizado pelo Pew Research Center entre 4 e 10 de agosto com 3.554 adultos, mostra também que a percepção pública sobre algumas características pessoais do presidente piorou desde a campanha de 2024.
Entre as principais medidas adotadas na gestão, duas se destacam pela alta rejeição. As políticas tarifárias são desaprovadas por 61% dos entrevistados, enquanto apenas 38% as aprovam. Já a lei tributária e de gastos — apelidada de “One Big Beautiful Bill” — tem 46% de desaprovação, 32% de aprovação e 23% de indecisos. Em ambos os casos, as divisões partidárias são nítidas: a grande maioria dos republicanos apoia as políticas de Trump, e a grande maioria dos democratas as rejeita.
O impacto de Trump no funcionamento do governo federal também é visto de forma predominantemente negativa. Para 53% dos americanos, ele piora o funcionamento do governo, 27% acreditam que ele o melhora e 20% dizem que os efeitos são mistos. A insatisfação cresceu até mesmo entre eleitores republicanos: 55% dos que se identificam fortemente com o partido afirmam que Trump melhora a máquina pública, número inferior aos 76% que tinham essa expectativa no início do segundo mandato. Entre democratas, 87% avaliam que ele piora o governo, uma alta de nove pontos percentuais desde 2024.
A queda de popularidade também atinge grupos que o apoiaram no pleito passado. Entre seus eleitores de 2024, 85% ainda aprovam seu desempenho, mas esse índice era de 95% logo após a posse e 88% em junho. Entre os que não votaram, a aprovação caiu para 32%, ante 45% no início do mandato. Republicanos convictos mantêm índices elevados de aprovação (93%), mas houve recuo expressivo entre republicanos moderados e independentes simpáticos ao partido.
Quanto às características pessoais, Trump ainda é visto por 68% dos americanos como alguém que defende suas crenças, mas perde pontos em outros atributos: apenas 37% acreditam que ele se importa com as pessoas comuns (antes eram 42%), 29% o consideram um bom exemplo (eram 34%) e 48% o veem como inteligente (eram 53%).
O estudo também avaliou a confiança na condução de políticas específicas. Menos da metade dos entrevistados confia em Trump na maioria das áreas, embora ele tenha melhor desempenho em negociações comerciais (47% confiam) e imigração (46%). A confiança para lidar com a guerra entre Rússia e Ucrânia caiu para 40%, ante 45% no ano passado.
Outro ponto de desgaste é a forma como a Casa Branca lida com informações sobre a investigação envolvendo Jeffrey Epstein: 70% desaprovam, incluindo 53% dos republicanos. No total, 63% dizem ter pouca ou nenhuma confiança que o governo divulgue algo sobre o caso, algo prometido por Trump em sua campanha.


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