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China alcança maior nível histórico de produção apícola enquanto população de abelhas desaba nos EUA

Enquanto os Estados Unidos enfrentam o maior colapso já registrado em suas colônias comerciais de abelhas, a China segue o caminho oposto e alcança números históricos em sua produção apícola. A disparidade entre os dois países evidencia não apenas um problema de saúde ambiental, mas também diferenças estruturais no modo como cada nação conduz a […]

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Produtor de abelhas olhando uma colônia do inseto no Nebraska, EUA. Foto: Macy Byars/Nebraska Public Media

Enquanto os Estados Unidos enfrentam o maior colapso já registrado em suas colônias comerciais de abelhas, a China segue o caminho oposto e alcança números históricos em sua produção apícola. A disparidade entre os dois países evidencia não apenas um problema de saúde ambiental, mas também diferenças estruturais no modo como cada nação conduz a atividade.

Nos EUA, aproximadamente 62% das colônias manejadas desapareceram entre junho de 2024 e janeiro deste ano, em um cenário alarmante para o setor agrícola, que depende das abelhas para polinizar cerca de um terço das lavouras. A causa foi identificada em junho por cientistas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O problema se origina no vírus transmitido por ácaros parasitas resistentes ao Amitraz, um acaricida amplamente utilizado há décadas, que deixou as colmeias vulneráveis a infestações. A constatação, publicada na revista Science, reforça a gravidade da crise.

Enquanto isso, a China registrou em seu último levantamento um aumento de 25% no número de colônias, alcançando a marca de 15 milhões no ano passado, segundo dados do Instituto de Pesquisa em Apicultura da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (IAR). O professor Xu Shufa, pesquisador da instituição, atribuiu a diferença às práticas de manejo. De acordo com ele, os Estados Unidos concentram sua produção em grandes operações, onde milhares de colônias se aglomeram em um mesmo apiário, sendo transportadas para áreas ricas em néctar e submetidas a mínima intervenção até a colheita do mel.

A China, por outro lado, adota métodos mais descentralizados e diversificados, o que, segundo Xu, reduz riscos e fortalece a resiliência das populações de abelhas.

O contraste deixa claro que não se trata apenas de um problema sanitário, mas de modelo produtivo. Enquanto os EUA veem a base de sua agricultura ameaçada pela fragilidade de sistemas intensivos, a China fortalece sua posição como potência apícola ao investir em estratégias menos vulneráveis. A questão, agora, é compreender que a sobrevivência das abelhas não é apenas uma questão econômica, mas uma condição essencial para a segurança alimentar global.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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