Diretor da Apcef/SP destaca que crescimento expressivo do banco exige reconhecimento do esforço das equipes através da PLR
Na noite desta quarta-feira (17/9), a Caixa Econômica Federal divulgou os resultados financeiros referentes ao primeiro semestre de 2025, mostrando um desempenho robusto. O lucro contábil alcançou R$ 9,784 bilhões, representando um crescimento de 70,21% em relação ao mesmo período de 2024, quando o banco registrou R$ 5,748 bilhões. O resultado operacional foi ainda mais expressivo, atingindo R$ 12,552 bilhões, um salto de 171,30% ante os R$ 4,627 bilhões do ano anterior.
Nos próximos dias, a Apcef/SP deve divulgar detalhes adicionais sobre outros aspectos financeiros da Caixa, oferecendo um panorama mais completo sobre o desempenho da instituição.
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Antecipação da PLR em pauta
Com a divulgação das demonstrações financeiras, o banco já tem condições de calcular o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) a que cada empregado tem direito e realizar o pagamento, mesmo antes da data limite prevista no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que é 30 de setembro. Historicamente, as entidades representativas dos empregados têm solicitado a antecipação do pagamento, e a Caixa, nos últimos anos, costuma atender à reivindicação.
No entanto, o que deveria ser um motivo de comemoração nem sempre se concretizou. Em 2023, por exemplo, a antecipação da PLR foi calculada com base em 26% da remuneração-base, embora o ACT preveja um limite de 45% para a regra básica. Em 2024, a situação se repetiu: o banco utilizou 28% da remuneração-base, novamente abaixo do percentual máximo previsto. Na ocasião, a instituição alegou uma postura conservadora no cálculo, prometendo ajustes na parcela seguinte, prevista para março.
Para os representantes dos empregados, o cenário atual traz novas expectativas. O diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros, enfatizou que o crescimento do lucro do banco não deixa justificativa para repetir os critérios restritivos de cálculo da PLR.
— “Com este crescimento do lucro, que certamente será comemorado pela direção do banco, não há qualquer justificativa para que a Caixa não calcule o valor da regra básica adotando os 45% da remuneração-base previstos no ACT. Os empregados, que construíram este resultado, merecem este reconhecimento”, afirmou Quadros.
O tema promete gerar atenção nos próximos dias, à medida que empregados e a direção da Caixa discutem o valor final da antecipação da PLR, que reflete diretamente o reconhecimento do esforço da equipe que contribuiu para os resultados históricos do banco no primeiro semestre de 2025.
Lucro da Caixa cresce 12% e chega a R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quarta-feira (17) que registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 12% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o relatório de resultados divulgado pela instituição.
O desempenho positivo se refletiu também no acumulado do primeiro semestre, quando o lucro líquido recorrente atingiu R$ 8,9 bilhões, representando um salto expressivo de 44,9% em relação aos primeiros seis meses de 2024. Esse avanço reforça a tendência de fortalecimento financeiro do banco, que busca consolidar sua posição no mercado mesmo em um cenário econômico desafiador.
Outro indicador que chamou atenção foi o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) recorrente, que chegou a 11,86% no trimestre, um aumento de 2,32 pontos percentuais na comparação anual. O resultado demonstra maior eficiência na gestão dos recursos da instituição e confirma o crescimento sustentável do banco.
A margem financeira da Caixa também apresentou expansão, atingindo R$ 16,4 bilhões, uma alta de 5,7% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo o banco, o crescimento foi impulsionado principalmente pelas receitas da intermediação financeira, que avançaram 29,9%. Esse aumento reflete a capacidade da Caixa de alavancar suas operações e diversificar fontes de receita, garantindo estabilidade mesmo em tempos de incerteza econômica.
O setor de crédito da instituição apresentou desempenho sólido. A carteira de empréstimos e financiamentos alcançou R$ 1,294 trilhão em junho de 2025, um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. O destaque ficou para o crédito imobiliário, que registrou aumento de 11,7%, evidenciando a força do banco no financiamento de imóveis e sua contribuição para o setor habitacional do país.
No entanto, a instituição registrou leve aumento no índice de inadimplência, que fechou o trimestre em 2,66%, 0,46 ponto percentual acima do mesmo período de 2024. Apesar do avanço, especialistas afirmam que o nível continua sob controle e não representa risco imediato à saúde financeira do banco.
Os números divulgados pela Caixa refletem não apenas o crescimento do banco, mas também sua capacidade de adaptação em um mercado competitivo. Com expansão consistente em lucro, crédito e retorno sobre patrimônio, a instituição reforça sua importância no sistema financeiro nacional e seu papel estratégico no apoio a famílias e empresas brasileiras.
Com informações de Apcef/SP e Money Times*


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