Por Emerson Andrada, coordenador-geral do Sindieletro MG
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, mesmo com o prazo ampliado para adesão ao Propag, segue obstinado na sanha de rifar empresas estatais estratégicas, como a Copasa e a Cemig. O povo mineiro resiste bravamente, apesar de ouvir tantos nãos. Não para valorização profissional, para a saúde, educação, meio ambiente e segurança. E enquanto houver trabalhadores dispostos a lutar, a cada tentativa de entrega de Zema do patrimônio do povo mineiro, mais crescerá a nossa resistência.
Hoje, lutamos os trabalhadores da Copasa e Cemig unidos, os profissionais da saúde, do meio ambiente, os professores e funcionários da educação, da segurança pública e de tantas outras áreas, que sustentam este Estado de pé. E é em nome dessa Minas que trabalha, produz e serve, que dizemos: não aceitaremos o desmonte nem a privatização do que é nosso.
Zema se apresenta como “gestor eficiente”, mas sua política é a da exclusão. Em vez de investir nas pessoas, ele aplica a lógica do mercado dentro do Estado. Enquanto o funcionalismo estadual amarga reajuste de pouco mais de 4%, o governador aprovou para si mesmo um aumento de quase 300% — um retrato da desigualdade que ele mesmo cultiva. A promessa de valorização dos servidores virou discurso vazio. O arrocho salarial e a precarização do serviço público são marcas da sua gestão.
Na saúde, sua política é de enxugamento e fechamento. Hospitais regionais seguem sem recursos, unidades de atendimento são desativadas, deixando a população à própria sorte. Os profissionais enfrentam condições cada vez mais precárias. Essa é a face social de um governo que trata direitos como despesas e vidas como números em planilhas.
Na educação, o cenário não é diferente. O projeto de militarização das escolas estaduais avançou sem diálogo com a comunidade – professores e famílias, e está suspenso. A promessa de “melhorar a disciplina” esconde o verdadeiro objetivo: controlar o pensamento, impor o autoritarismo e enfraquecer o papel transformador da escola pública. É um retrocesso disfarçado de modernização.
Os profissionais do Meio Ambiente já estão em greve há mais de um mês. A categoria segue lutando contra a corrupção e o conluio do governo estadual com as empresas mineradoras. O que a operação “Rejeito”, da Polícia Federal está investigando, já era denunciado por técnicos concursados da área: as empresas mineradoras devastam regiões inteiras, sugando tudo, sem o mínimo respeito à legislação ambiental, e à população mineira.
A arma que os trabalhadores tem é parar e ocupar as ruas! Por isso, os servidores da Copasa, também, estarão em greve nos próximos dias 21 a 23, datas previstas para votação da PEC!
Porque o coração desse projeto de destruição do Estado está nas privatizações. Zema quer, a todo custo, entregar a Copasa e Cemig ao mercado financeiro. Quer transformar água e energia — bens essenciais à vida — em mercadoria. Mas enfrenta forte resistência. Os trabalhadores e o povo mineiro sabem que essas empresas são estratégicas, geram lucro, garantem soberania e qualidade de serviço. Privatizá-las é abrir mão do futuro, é vender o Estado. E nós não deixaremos.
Zema, Bolsonaro, Trump e Milei são figurinhas repetidas
A postura autoritária e de extrema direita de Zema não é diferente da de seus ídolos: Bolsonaro, aqui, Trump, Nos Estados Unidos, e Javier Milei, na Argentina. Ambos aplicaram a mesma cartilha ultraliberal — o Estado mínimo, que leva o povo ao máximo de sofrimento. Milei já afundou a Argentina em dívidas e cortes sociais, e Zema segue o mesmo caminho. Mas em Minas há história, somos o berço da democracia, há consciência e há organização popular.
Se o governador planeja usar seu mandato como trampolim para a Presidência da República, encontrará no caminho a força de quem defende o público, o social e o justo. Minas Gerais não está à venda, porque o povo mineiro não tem preço. Seguiremos juntos até a última batalha.


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