A ex-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT), voltou a mencionar recentemente a prisão de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, líder do tráfico no Complexo do Alemão e responsável pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, ocorrido em 2002, em comparação com a chacina realizada na última terça-feira (28) pelas polícias civil e militar do Rio de Janeiro na Penha.
Elias Maluco foi preso em 19 de setembro de 2002, na favela da Grota, no Complexo do Alemão, durante uma operação que mobilizou centenas de policiais civis e militares. De acordo com registros da época, o traficante foi localizado após investigações de inteligência e escutas telefônicas, e acabou detido sem oferecer resistência. A ação foi considerada uma das mais relevantes da segurança pública naquele período e encerrou uma caçada que durou pouco mais de três meses, desde a morte de Tim Lopes, em junho daquele ano.
Na ocasião, Benedita da Silva estava à frente do governo do Estado do Rio de Janeiro, cargo que assumiu em abril de 2002, após a renúncia de Anthony Garotinho para disputar a Presidência da República. Em visita recente ao Complexo do Alemão, Benedita afirmou que, em sua gestão, a política de segurança pública priorizava a proteção da população das favelas. “A polícia não entrava para matar, entrava para proteger o povo da favela”, declarou, segundo registro da Agência de Notícias das Favelas (ANF). Ela também mencionou as prisões de líderes do tráfico, como Elias Maluco e Fernandinho Beira-Mar, como exemplos de ações realizadas sem massacres.
De acordo com a cobertura feita à época por veículos como O Globo e a Agência Brasil, a prisão de Elias Maluco envolveu mandados coletivos de busca e apreensão e um cerco a várias comunidades do Complexo do Alemão. A operação teve momentos de tensão, mas terminou com o traficante detido desarmado, em uma casa da favela da Grota. Naquele mesmo dia, o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a parabenizar Benedita da Silva pela condução da política de segurança pública e pela prisão do criminoso.
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