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Governo Lula promete tirar oito ferrovias do papel em 2026 e projeta R$ 530 bilhões em investimentos

O governo federal pretende realizar oito leilões de concessões ferroviárias em 2026, com potencial de movimentar cerca de R$ 530 bilhões em investimentos de longo prazo. A previsão foi apresentada pelo secretário nacional de Ferrovias do Ministério dos Transportes, Leonardo Ribeiro, em entrevista ao NeoFeed. Segundo ele, o próximo ano será marcado  por uma “transformação […]

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O governo federal pretende realizar oito leilões de concessões ferroviárias em 2026, com potencial de movimentar cerca de R$ 530 bilhões em investimentos de longo prazo. A previsão foi apresentada pelo secretário nacional de Ferrovias do Ministério dos Transportes, Leonardo Ribeiro, em entrevista ao NeoFeed. Segundo ele, o próximo ano será marcado  por uma “transformação ferroviária” no país, apoiada por um novo modelo de financiamento e marcos regulatórios para atrair capital privado.

A agenda representa o avanço mais ambicioso no setor após um período de paralisação. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), 19 mil dos 30,6 mil quilômetros da malha ferroviária brasileira estão ociosos, com apenas 26% da capacidade efetivamente utilizada.

Ribeiro afirma que o governo estruturou um modelo capaz de viabilizar concessões de linhas ainda não construídas, com participação do Estado concentrada na fase inicial de implantação e estímulo a instrumentos privados de financiamento, como debêntures de infraestrutura. “A ideia é transferir ao setor privado a construção e operação, com apoio governamental a fundo perdido, sem custo de financiamento público na operação”, disse.

O modelo é inspirado em práticas de países asiáticos, como China e Índia, e combina três frentes: repactuação de contratos, execução direta de trechos públicos e previsibilidade orçamentária. Segundo o Ministério dos Transportes, cerca de R$ 30 bilhões já foram arrecadados com repactuações e poderão ser redirecionados ao setor, enquanto R$ 500 milhões estão previstos no orçamento de 2026 para obras ferroviárias.

Entre os projetos em destaque estão o corredor Fico-Fiol, com cerca de 2.700 km, além da relicitação da Malha Oeste, o leilão da EF-188 (Nova Iguaçu–Santa Leopoldina) e trechos da Ferrovia Norte-Sul. A Ferrogrão, projeto de 933 km entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), também está no plano, mesmo com discussão pendente no Supremo Tribunal Federal sobre questões ambientais.

Especialistas reconhecem avanços na modelagem, mas consideram desafiadora a execução do cronograma ainda em 2026, ano eleitoral e com necessidade de audiências públicas e análises pelo TCU antes dos certames. O custo médio de construção, estimado em R$ 25 milhões por quilômetro, também reforça a necessidade de forte coordenação público-privada.

O governo aposta ainda em novas autorizações ferroviárias e no conceito de “ferrovias inteligentes”, que reutiliza trechos ociosos da malha por meio de chamamentos públicos para exploração privada. O trecho devolvido da Ferrovia Centro-Atlântica em Minas Gerais e a ligação da Arauco no Mato Grosso do Sul estão entre os primeiros exemplos.

Segundo Ribeiro, o objetivo da política ferroviária é dobrar a participação do modal na matriz de transporte nacional, hoje em torno de 20%. “Sai dinheiro, entra patrimônio ferroviário. A economia se torna mais eficiente e o custo logístico cai”, afirmou o secretário.

Se o cronograma for confirmado, 2026 marcará o maior pacote ferroviário da história recente do país, com expectativa de atrair novos operadores e ampliar a integração logística nacional — tema considerado estratégico tanto para o aumento da competitividade quanto para o equilíbrio regional do transporte de cargas.

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