O influenciador digital Thiago Schoba, conhecido como Thiago Schutz, foi preso em flagrante na cidade de Salto, no interior de São Paulo, após agredir a namorada, Lais Angeli Gamarra, de 30 anos.
A detenção ocorreu depois que a vítima conseguiu acionar a Polícia Militar (PM) e fugir do local, segundo informações registradas no boletim de ocorrência. O caso resultou na abertura de processo criminal e Schutz se tornou réu por violência doméstica e lesão corporal.
De acordo com o documento policial, Lais relatou ter sido agredida com “chutes e tapas” durante uma discussão. Após conseguir se afastar, ligou para a PM e deixou a residência. Ela foi encontrada pelos policiais na rua, com marcas de agressão visíveis pelo corpo. Minutos depois, agentes localizaram e prenderam o influenciador.
Laudo do IML apontou ao menos 11 lesões na vítima
A vítima foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML), onde passou por exame pericial. O laudo constatou, ao menos, 11 lesões corporais provocadas por agressões, incluindo marcas na face e nos membros superiores e inferiores. O documento concluiu que houve violação da integridade física da jovem, reforçando a materialidade do crime descrito no boletim.
As conclusões periciais foram anexadas ao processo e serviram de base para que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentasse denúncia formal contra Thiago Schutz.
MP denuncia e Justiça aceita pedido; influenciador vira réu
A denúncia do MP-SP foi protocolada em 16 de março de 2023. Dias depois, a juíza Sônia Nazaré Fernandes Fraga, da 24ª Vara Criminal do Foro Central, avaliou os elementos apresentados, aceitou o pedido e tornou o influenciador réu pelos crimes de violência doméstica e lesão corporal.
Com a aceitação da denúncia, o processo passa à fase de instrução, na qual serão colhidos depoimentos, provas e possíveis testemunhas antes do julgamento. Schutz passa a responder formalmente pelas acusações.
Caso reacende debate sobre violência contra mulheres e influenciadores
A prisão de Thiago Schutz, que possui ampla presença nas redes sociais, repercutiu entre seguidores e trouxe novamente ao debate público a responsabilidade de figuras digitais diante de condutas que envolvem violência doméstica. O caso também reacende discussões sobre a proteção das vítimas e a resposta institucional aos crimes previstos na Lei Maria da Penha.
Dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que episódios de violência doméstica continuam a crescer no país, com aumento nas denúncias e registros policiais. Especialistas apontam que a visibilidade de casos envolvendo pessoas conhecidas pode estimular outras vítimas a buscarem ajuda, embora também evidencie a necessidade de políticas mais eficazes de prevenção.
Desdobramentos judiciais podem incluir medidas protetivas e penas agravadas
Por envolver violência doméstica, o caso é enquadrado na Lei Maria da Penha, que prevê mecanismos específicos de proteção às vítimas e punições mais rigorosas aos agressores. A depender do andamento do processo, o juiz poderá determinar medidas cautelares, como restrição de contato e aproximação, além de determinar tratamento psicológico.
Caso seja condenado, Thiago Schutz pode enfrentar pena agravada, uma vez que as agressões foram cometidas em contexto de relação íntima e envolveram múltiplas lesões constatadas por exame médico-legal.
Próximas etapas do processo
Com a ação penal em andamento, o rito judicial prevê:
- apresentação de defesa preliminar pelo réu;
- audiência de instrução, quando a vítima e testemunhas são ouvidas;
- alegações finais de defesa e acusação;
- sentença.
O processo segue sob sigilo parcial por envolver violência doméstica, mas informações essenciais foram liberadas pelo Ministério Público e constam em documentos judiciais acessíveis à imprensa.


Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!