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Novo artigo de Malu Gaspar joga mais lenha na fogueira do caso Master

Um novo artigo da jornalista Malu Gaspar, publicado nesta segunda-feira (29), reacendeu o debate público em torno do caso que envolve o Banco Master, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Banco Central do Brasil. No texto, a colunista sustenta que decisões do ministro Dias Toffoli teriam favorecido a estratégia de defesa do banqueiro Daniel […]

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Um novo artigo da jornalista Malu Gaspar, publicado nesta segunda-feira (29), reacendeu o debate público em torno do caso que envolve o Banco Master, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Banco Central do Brasil. No texto, a colunista sustenta que decisões do ministro Dias Toffoli teriam favorecido a estratégia de defesa do banqueiro Daniel Vorcaro, ao mesmo tempo em que reformula pontos centrais de narrativas anteriores publicadas por ela própria.

O artigo chama atenção especialmente por revisar acusações feitas em dezembro, quando a colunista afirmou que o ministro Alexandre de Moraes teria exercido pressão direta sobre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para favorecer interesses do Banco Master. À época, a versão foi negada tanto por Moraes quanto por Galípolo, que esclareceram que os encontros trataram exclusivamente das sanções impostas ao ministro e à sua esposa com base na Lei Magnitsky.

Recuo parcial e mudança de enquadramento

Na nova publicação, Malu Gaspar abandona a afirmação de que Moraes teria feito “pelo menos quatro” contatos de pressão e altera o enquadramento dos fatos. Segundo a colunista, em julho de 2025 teria ocorrido apenas uma reunião na qual Moraes mencionou o Banco Master. Em seguida, conforme a própria narrativa do texto, o ministro teria recuado ao ser informado por Galípolo de que o Banco Central havia identificado fraudes na instituição.

Ao ser informado por Galípolo de que o BC havia descoberto as fraudes, Moraes recuou e disse que tudo precisava ser investigado”, escreveu a jornalista, reconhecendo que não houve insistência nem interferência continuada após a comunicação técnica da autarquia monetária.

Mesmo com essa mudança, o artigo volta a mencionar o contrato de prestação de serviços jurídicos firmado entre o Banco Master e o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, no valor de R$ 130 milhões. O vínculo já havia sido citado anteriormente em reportagens sobre a disputa entre grupos bancários envolvendo o Master e o Banco de Brasília (BRB).

Acareação no STF e críticas à atuação de Dias Toffoli

O foco central do novo texto recai sobre a decisão de Dias Toffoli de marcar uma acareação entre Daniel Vorcaro, o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. Para Malu Gaspar, a iniciativa faria parte de uma estratégia da defesa do banqueiro com o objetivo de “minar a credibilidade do Banco Central” e tentar reverter a liquidação do banco.

A colunista sugere que a acareação poderia criar elementos para justificar uma decisão judicial contrária aos técnicos da autarquia. Em tom crítico, escreve que o “histórico do ministro autoriza supor” que essa estratégia poderia prosperar, retomando episódios passados envolvendo Toffoli que já foram alvo de controvérsia pública.

Questionamentos sobre dirigentes do Banco Central

No mesmo texto, Malu Gaspar passa a direcionar questionamentos à atuação de Ailton de Aquino, diretor de fiscalização do Banco Central. Segundo ela, Aquino teria resistido internamente à liquidação do Banco Master e, nos bastidores, seria visto como um aliado da instituição financeira. A colunista afirma ainda que o diretor que mais dominaria tecnicamente as fraudes seria Renato Dias de Brito Gomes, então responsável pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC.

De acordo com a narrativa apresentada, teria sido a área comandada por Gomes que identificou irregularidades em contratos de crédito consignado que sustentaram o repasse de R$ 12,2 bilhões do BRB ao Master, ainda antes da operação de fusão entre os bancos. Para a colunista, isso indicaria que o conhecimento técnico mais aprofundado sobre o caso não estava concentrado na área de fiscalização.

Reconhecimento de decisão técnica e colegiada

Apesar das críticas, insinuações e reconstruções de bastidores, o próprio artigo reconhece um ponto central: a liquidação do Banco Master foi uma decisão técnica tomada de forma unânime pela diretoria colegiada do Banco Central.

“A liquidação foi decidida com a aprovação unânime da diretoria colegiada do BC, incluindo o voto sim do presidente, Gabriel Galípolo”, escreve Malu Gaspar. Ao acrescentar que “a responsabilidade, portanto, é de toda a cúpula da autarquia”, a colunista admite que não houve decisão isolada nem ato unilateral que sustentasse, formalmente, uma interferência externa comprovada.

Esse reconhecimento reforça que, até o momento, a medida que levou ao fim do Banco Master permanece respaldada por deliberação institucional do Banco Central, dentro dos procedimentos legais e administrativos previstos.

Narrativas, bastidores e ausência de provas documentais

O novo artigo reacende o debate político e institucional em torno do caso, mas também expõe fragilidades recorrentes apontadas por críticos das colunas de bastidores: o uso predominante de fontes anônimas, reconstruções em off e interpretações subjetivas, sem a apresentação de documentos públicos que comprovem, de forma objetiva, pressões ou interferências indevidas.

Enquanto isso, a decisão do Banco Central segue válida e sustentada por votação colegiada. As disputas em torno do caso continuam no campo das narrativas jornalísticas e das estratégias jurídicas, sem que haja, até o momento, comprovação documental de irregularidades no processo decisório da autoridade monetária.

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