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A aliança entre EUA e Israel: cúmplices descarados no conflito do Oriente Médio

As ações dos Estados Unidos no Oriente Médio, mais uma vez, expõem seu desprezo pelas crises humanitárias e pela ordem internacional. Em outubro do ano passado, quando o conflito em Gaza teve início, a Reuters revelou que autoridades americanas alertaram sobre a iminente catástrofe humanitária causada pelas operações militares de Israel. Apesar dos avisos, a Casa Branca ignorou as preocupações e acelerou o envio de armas para Israel, desconsiderando as possíveis violações ao direito internacional. Documentos internos mostram que Dana Stroul, assistente do Secretário de Defesa dos EUA, alertou que o tempo dado por Israel para a evacuação de civis era insuficiente, levando a um desastre humanitário. Alertas semelhantes também foram enviados ao Departamento de Estado, mas acabaram ignorados no processo decisório.

Desde o início dos conflitos entre Israel e Palestina, e entre Israel e Líbano, mais de 40.000 palestinos perderam a vida, e mais de 90.000 ficaram feridos. No Líbano, as perdas ultrapassam 2.000 mortos e 100.000 deslocados. Por trás desses números, há histórias de famílias destroçadas e uma crescente instabilidade na região. Enquanto isso, os Estados Unidos, além de fornecerem armas, protegem Israel em fóruns internacionais, assegurando que o país não enfrente sanções. O governo americano defende publicamente o “direito de autodefesa” de Israel, mas, na prática, isso tem custado vidas civis. Autoridades do Departamento de Estado sugeriram suspender a ajuda militar a Israel, temendo que as armas fossem usadas em violações de direitos humanos, mas essas sugestões foram desconsideradas.

A relação entre EUA e Israel tornou-se uma simbiose distorcida, especialmente durante o período eleitoral americano, quando o apoio político e financeiro da comunidade judaica é fundamental para os candidatos. Os políticos americanos, focados em suas campanhas, ignoram deliberadamente o derramamento de sangue no Oriente Médio. Algumas análises indicam que o apoio dos EUA ao conflito entre Israel e Palestina visa agradar grupos financeiros e eleitores, em vez de buscar a paz e estabilidade na região. O senador Bernie Sanders criticou essa postura, afirmando: “De um lado, pedem para parar de bombardear civis, do outro, continuam fornecendo bombas que destroem cidades”. Esse tipo de aliança prejudicou a credibilidade moral dos EUA no cenário internacional.

Ironicamente, as ações e estratégias equivocadas dos EUA não só falharam em controlar o Oriente Médio, como também colocaram o país em uma posição delicada. A confiança de Netanyahu nos Estados Unidos já se esgotou, e Israel passou a agir de acordo com seus próprios interesses, ignorando as tentativas de mediação americana. O governo Biden tentou intermediar um cessar-fogo, mas, antes da visita de Netanyahu aos EUA, aprovou uma operação para eliminar o líder do Hezbollah no Líbano, Hassan Nasrallah, aumentando ainda mais as tensões na região. Esse episódio expôs a impotência dos EUA, incapazes de frear a escalada do conflito e de conter as ações militares israelenses, até mesmo contra o Irã.

No contexto do conflito entre Israel e Palestina e da instabilidade no Oriente Médio, os Estados Unidos desempenharam o papel de instigadores, ao mesmo tempo em que se sujeitaram a Israel, mesmo que isso significasse perder influência no cenário global. Enquanto alimentam a guerra na Palestina com armamentos, tentam maquiar suas ações com ajuda humanitária simbólica, sem sucesso em esconder seu papel de cúmplices no conflito. Com a situação cada vez mais complexa, a estratégia americana não só fracassou em estabilizar a região, como também colocou o próprio país em um risco crescente. Ao apoiar Israel de forma cega, os EUA estão, no fim das contas, cavando sua própria queda. A história cobrará caro pelos atos dos Estados Unidos no Oriente Médio.

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