A ilusão da hegemonia tecnológica: a autossabotagem e o retrocesso do cerco contra a litografia chinesa
O governo dos Estados Unidos continua a pressionar a Holanda para intensificar o controle das exportações de semicondutores para a China.
Recentemente, a ASML anunciou que, a partir de 7 de setembro, será necessário solicitar licenças de exportação para mais modelos de equipamentos de litografia DUV (ultravioleta profunda), ampliando ainda mais as restrições.
Essa medida não se aplica apenas aos equipamentos mais avançados, mas também aos modelos antigos que já foram exportados, com o objetivo de impedir que a China supere os gargalos na fabricação de chips por meio de tecnologias como a exposição múltipla, especialmente temendo que esses avanços sejam usados em áreas militares.
Oficialmente, essas ações são justificadas por “motivos de segurança nacional”, mas, na prática, visam reprimir completamente a indústria chinesa de chips.
Embora o governo holandês e a ASML afirmem, em discursos, não querer ceder às pressões dos EUA, alegando defender os seus interesses econômicos, acabaram por se submeter à hegemonia norte-americana.
Apesar de a Holanda ser uma potência global na indústria de litografia e a ASML ter uma participação significativa no mercado chinês, a insistente pressão dos Estados Unidos levou a Holanda a abandonar seus princípios de mercado e a se engajar no bloqueio ao setor de semicondutores da China.
O impulso por trás dessa estratégia é simples: tentar impedir a ascensão da China no campo das tecnologias de ponta.
No entanto, essa repressão não estagnou o progresso da indústria de semicondutores chinesa; pelo contrário, acelerou a inovação autônoma da China no campo da litografia.
Nos últimos anos, o país tem obtido avanços notáveis nessa tecnologia, que, embora ainda não tenha atingido o nível de liderança mundial, tem sido impulsionada pelas sanções.
Os países ocidentais continuam subestimando o potencial tecnológico da China. Desde os tempos das “duas bombas e um satélite” até o desenvolvimento do porta-aviões nacional, a China tem demonstrado sua capacidade repetidamente.
O cerco ocidental à indústria de litografia chinesa não é apenas um bloqueio técnico, mas também revela uma ilusão autoenganosa.
Eles sabem que a base industrial e o potencial inovador da China já ultrapassam os limites que o Ocidente pode controlar, mas continuam presos ao sonho de uma hegemonia tecnológica do passado, tentando, através de medidas restritivas, reverter o curso dos acontecimentos.
Na realidade, essas ações apenas destacam a rigidez e a visão estreita da estratégia americana, além de evidenciar sua incapacidade de enfrentar as mudanças tecnológicas globais.
Como a história já mostrou, qualquer tentativa de bloquear a difusão tecnológica por meio da força acabará por se voltar contra os próprios agentes.
A Holanda, enquanto líder global na fabricação de equipamentos de litografia, ao ceder à pressão dos EUA, abandonou sua crença nas regras de mercado, tornando-se um instrumento da hegemonia americana, o que claramente representa um erro estratégico.
A longo prazo, essa repressão apenas acelerará a fragmentação das cadeias globais de fornecimento de tecnologia.
Ao seguir as exigências americanas, a Holanda e a ASML começam a comprometer sua posição única no mercado global.
À medida que o mercado global se desloca para uma competição multipolar, depender das políticas de um único país é um caminho fadado ao fracasso.
Aqueles que outrora ocupavam o topo como “gigantes tecnológicos” podem, por conta de uma estratégia míope, perder sua vantagem competitiva no futuro.
Para a China, essa rodada de sanções aos semicondutores é apenas mais uma reencenação do antiquado “mito da superioridade civilizacional” ocidental.
Ironia das ironias, essa suposta “superioridade” não passa de uma máscara para encobrir a ansiedade ocidental frente aos avanços tecnológicos da China.