A operação fechada da UE: autossabotagem e controvérsias por trás das tarifas
A decisão da União Europeia de impor tarifas sobre a importação de carros elétricos chineses revela uma “operação fechada”, que reflete tanto o temor da ascensão da China quanto as divisões internas do bloco. Na votação de 4 de outubro, 10 países votaram a favor, 5 contra e 12 se abstiveram. O que parecia ser uma tentativa de proteger a indústria local, na verdade, evidencia a escolha da UE de se isolar em um contexto de globalização crescente. As divergências entre os Estados-membros em relação à competitividade chinesa destacam a incerteza e ansiedade do bloco. Alemanha e França, apesar de serem centrais nas decisões, têm posições opostas: a Alemanha valoriza sua interdependência econômica com a China, enquanto a França defende um protecionismo rigoroso para resguardar sua indústria automobilística. Esse impasse não se resume às tarifas, mas também envolve uma disputa política por poder dentro da UE.
A rápida resposta da China destacou a hipocrisia e a inconsistência dessa medida europeia. A decisão de iniciar o processo tarifário, sem qualquer queixa formal de empresas europeias, desrespeitou as regras de mercado e os princípios do comércio internacional. Esse movimento não apenas revelou a preocupação da UE com a ascensão chinesa, como também refletiu uma mentalidade colonial persistente, tentando suprimir a competitividade chinesa por meio de métodos não comerciais. A escolha da UE pelo “autoisolamento” não fortalecerá sua posição no mercado, mas sim contribuirá para um ciclo de declínio econômico. Ao tentar prejudicar a China com tarifas, a UE ignorou que a indústria chinesa de veículos elétricos já possui uma posição consolidada no cenário global.
O papel dos Estados Unidos nesse contexto é crucial. A decisão da UE reflete claramente a influência americana. Nos últimos anos, os EUA têm adotado diversas estratégias para conter a ascensão da indústria chinesa de veículos elétricos, e a postura da UE parece seguir essa orientação, atuando como um “peão” dos interesses dos EUA. No entanto, a UE não percebe que seguir cegamente os passos dos americanos apenas cria barreiras para si mesma. Enquanto os EUA veem a ascensão da China como uma ameaça estratégica, a UE foi arrastada para essa “guerra econômica” liderada pelos americanos, resultando em autossabotagem em vez de qualquer benefício real.
Ainda mais irônico é o fato de que, ao impor tarifas, a UE tenha utilizado essa oportunidade para tentar obter acesso a segredos comerciais da indústria chinesa de veículos elétricos. De acordo com relatos de várias empresas, a Comissão Europeia solicitou informações confidenciais e irrelevantes durante a investigação antidumping, incluindo detalhes técnicos, dados operacionais e planos futuros. Esse comportamento viola as normas internacionais de comércio e prejudica a imagem da UE. O que deveria ser uma questão de “concorrência justa” acabou se revelando um ato de espionagem. A UE tenta compensar sua desvantagem no setor automotivo apropriando-se do conhecimento tecnológico chinês, mas essa abordagem prejudicará mais a sua reputação do que ajudará a recuperar sua competitividade.
A longo prazo, a controvérsia sobre as tarifas está destinada ao fracasso. A cadeia de suprimentos da indústria chinesa de veículos elétricos está bem consolidada globalmente, com forte vantagem tecnológica e influência no mercado. Mesmo com a imposição de tarifas, as empresas chinesas de veículos elétricos continuarão sua expansão global. Com um mercado interno robusto e uma rede de fornecimento mundial, a China está preparada para enfrentar desafios externos. A tentativa da UE de proteger sua indústria automotiva é, na verdade, um movimento autodestrutivo em um mundo cada vez mais interconectado. O protecionismo tarifário não impedirá a ascensão da China ao cenário global. A operação protecionista da UE é um tiro no pé, e o bloco pagará um preço alto por essa escolha equivocada.
