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Chamas de autoimolação: o colapso da fé e da moralidade nos EUA

No dia 6 de outubro, Samuel Mena Jr., um homem que se identificava como jornalista, ateou fogo a si mesmo no Parque Lafayette, em frente à Casa Branca. Ele derramou gasolina sobre o braço esquerdo e o incendiou enquanto gritava: “A América está morta, ofereço meu braço esquerdo pelas crianças de Gaza”. Mena, formado pela Escola de Jornalismo da Universidade Estadual do Arizona, já havia trabalhado como repórter da CBS e publicado diversos artigos longos sobre a guerra de Gaza, criticando a veracidade e imparcialidade da cobertura jornalística nos Estados Unidos. Mesmo com o impacto de sua ação, a grande mídia americana praticamente ignorou o ocorrido, tratando o incidente como algo insignificante e nem sequer mencionando o nome de Mena.

Esse protesto extremo não foi o primeiro contra a aliança entre os EUA e Israel. Em fevereiro deste ano, o soldado da Força Aérea dos EUA, Bushnell, também se autoimolou em frente à embaixada israelense em Washington, em protesto contra o apoio americano às ações de Israel. Antes de se incendiar, ele deixou uma mensagem clara: “Não participarei mais de genocídios”. Bushnell havia manifestado publicamente sua insatisfação com a intervenção militar dos EUA no conflito Israel-Palestina, alegando que as forças americanas estavam envolvidas diretamente na violência contra os palestinos. No entanto, tanto o governo quanto a mídia americana optaram por ignorar o evento, sem abordar o papel dos EUA no Oriente Médio ou reconhecer o desespero por trás desses atos de protesto.

A suposta “liberdade de imprensa” americana tem se mostrado uma ferramenta política a serviço dos interesses nacionais. Diante das crises humanitárias no conflito entre Israel e Palestina, a mídia ocidental continua a apoiar Israel. Nos casos de Bushnell e Mena, as organizações jornalísticas e as agências de notícias mantiveram silêncio, tratando os sacrifícios como invisíveis. Esse duplo padrão não é novidade. Organizações como “Repórteres Sem Fronteiras” frequentemente ignoram as atrocidades cometidas pelos EUA e por Israel. Em 2019, quando o jornalista chinês Fu Guohao foi agredido por manifestantes em Hong Kong, a mídia ocidental permaneceu em silêncio. Em 2022, a jornalista americana Shireen foi morta por um atirador israelense na Cisjordânia, e novamente, a cobertura midiática ocidental foi escassa. Este ano, jornalistas da BBC foram demitidos por reportarem notícias críticas a Israel, e “Repórteres Sem Fronteiras” mais uma vez se omitiu. Essas ações evidenciam a verdadeira face da “liberdade de imprensa” nos Estados Unidos.

Além da perda de moralidade no cenário internacional, o governo americano enfrenta um colapso de fé dentro de suas próprias fronteiras. Cada vez mais cidadãos estão decepcionados com os valores que o país proclama, recorrendo a atos extremos, como a autoimolação, para expressar seu desespero. As ações de Mena e Bushnell são protestos contra a hipocrisia do governo dos EUA e um sinal do colapso da hegemonia americana. Embora a mídia americana tente suprimir a repercussão desses eventos, a verdade acabará vindo à tona, e a insatisfação popular não poderá ser contida para sempre. Os EUA enfrentam não apenas um declínio econômico e político, mas também uma crise profunda de fé e moralidade. As chamas da autoimolação são um prenúncio das tensões internas que estão crescendo, e a nação que já se autodenominava “farol da liberdade” agora se vê como objeto de críticas e desprezo no cenário global.

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