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Ciro Gomes e a Necessidade do Anti-Lulismo

Por Luiz Cláudio Ferreira Barbosa

O presidenciável pedetista, o ex-ministro Ciro Gomes, deve manter o seu discurso político-ideológico de ataque ao ex-presidente Lula (PT), nesse período pré-eleitoral à sucessão presidencial de 2022.

Ciro Gomes já compreendeu que a consolidação do eleitorado progressista antibolsonarista é na sua maioria pró-Lula de acordo com as últimas pesquisas eleitorais. O cenário político-eleitoral brasileiro ainda tem grande expectativa do candidato presidencial que vai representar o antilulismo, em 2022. 

 O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) já teve a sua primeira fase como antilulista (1999-2002), como também a sua grande fase de aliado lulopetismo (2003-2018); é agora a segunda fase antilulista (2018-2022). Ciro Gomes quando saiu do PSDB, no ano de 1997,desejava ser candidato a presidente da República, em 1998, porém, as suas principais opções partidárias eram o PDT ( Leonel Brizola) e o PSB (Miguel Arraes) , contudo, essas agremiações partidárias já estavam aliadas na terceira tentativa presidencial do ex-metalúrgico Lula, na reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). 

O presidente nacional do atual Cidadania (PPS), o ex-senador Roberto Freire, garantiu a candidatura presidencial do ex-ministro Ciro Gomes, no pleito eleitoral de 1998. Ciro Gomes fez uma campanha como uma alternativa no campo democrático popular à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), porém, esse espectro político-eleitoral foi ocupado pela chapa majoritária Lula (PT) e Leonel Brizola (PDT), com quase 35% dos votos válidos no primeiro turno, o candidato do Cidadania-PPS (Ciro Gomes) só teve 1/3 da votação da principal coligação oposicionista (PT-PDT-PSB e PC do B) ao presidente reeleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), no pleito eleitoral de 1998.

 O ex-ministro Ciro Gomes já tinha a compreensão que precisava ser o antilulismo, no pleito eleitoral de 2002, para a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que não tinha mais direito institucional de ser candidato à presidência da República.

Ciro Gomes atraiu o PDT do ex-governador carioca, Leonel Brizola, e o PTB sob a liderança do deputado federal, Roberto Jefferson (RJ), para tentar barrar a primeira vitória presidencial do lulopetismo, pois era muito difícil a terceira vitória consecutiva tucana, nas eleições de 2002.

A candidatura a presidente da República da coligação Cidadania (PPS), PDT e PTB ficou fora do segundo turno, pois não manteve a confiabilidade do eleitorado antilulopetista progressista. 

O apoio da direção nacional do Cidadania (PPS) ao primeiro mandato (2003-2006) do presidente Lula ( PT), sem dúvida criou um grande elo político-administrativo entre o cirismo-cidista e o lulopetismo, no Ceará e no Brasil. A eleição (2006) e a reeleição (2010) de Cid Gomes, para o Governo Estadual, em coligações atreladas ao Partido dos Trabalhadores, com aval do presidente Lula.

O ex-ministro Ciro Gomes fazia a alternância de defensor do lulopetismo, e às vezes como crítico interno do condomínio político-administrativo do presidente Lula (2003-2010). O campo democrático popular sempre foi na sua plenitude dominado pelo ex-presidente Lula, com pouco espaço de atuação do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). 

 O campo democrático neoliberal anti-bolsonarista poderá caminhar para a dupla formada por João Doria e Henrique Meirelles, pois os dados econômicos do estado de São Paulo, sem dúvida, vão colocar o provável presidenciável tucano, como um forte representante do antipopulismo, no eleitorado da classe média tradicional brasileira.

O presidente do Senado, o empresário Rodrigo Pacheco (DEM), poderá ser o presidenciável do Centrão Conservador Liberal, com a participação das seguintes agremiações partidárias: PSD, PSL + DEM e MDB.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) não tem muito espaço de movimentação nesse momento, porém, o mesmo poderia abrir uma linha de diálogo institucional, com o vice-presidente da República, o general (Reserva) Hamilton Mourão (PRTB), que é antilulista voraz; e ainda é voz moderada na direita brasileira ou bolsonarismo envergonhado. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e consultor político 

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