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Diploma X Habilidades: O que realmente importa no momento da contratação?

No cenário brasileiro, a disputa entre diploma e habilidades reflete uma transformação profunda no mercado de trabalho


A disputa entre diploma e habilidades ganha força no mercado, dividindo opiniões entre tradição e inovação na contratação.
Diplomas são mais valorizados nas contratações no Brasil/ Imagem: Freepik

Nos últimos anos, o debate entre diploma ou certificado e habilidades práticas ganhou força no Brasil. De um lado, empresas anunciaram programas de trainees que dispensam a exigência de graduação. De outro, áreas como medicina e engenharia mantêm o diploma como requisito legal inegociável.

Segundo uma pesquisa, 62% dos profissionais brasileiros acreditam que habilidades técnicas são mais importantes do que formação acadêmica, mas 58% dos empregadores ainda priorizam diplomas em processos seletivos.

Esse paradoxo reflete uma transformação em curso, enquanto a transformação digital acelera a demanda por competências específicas, a tradição educacional brasileira ainda enxerga o diploma de graduação como um “selo de qualidade”.

A tradição do diploma no Brasil: Por que ele ainda é tão valorizado?

A valorização do diploma no país está enraizada em um contexto histórico. Entre 2000 e 2023, o número de matrículas em cursos superiores saltou de 2,7 milhões para 8,6 milhões, segundo dados do Censo da Educação Superior (INEP/MEC).

Esse crescimento foi impulsionado por políticas como o FIES e o PROUNI, que ampliaram o acesso ao ensino superior, mas também consolidaram a ideia de que a graduação é um passaporte para mobilidade social.

Profissões regulamentadas e a exigência do diploma de graduação

No Brasil, 54 profissões exigem diploma por lei. Entre elas, destacam-se:

  • Medicina
  • Engenharia
  • Direito

A justificativa é a proteção da sociedade, sem formação comprovada, um “médico” poderia colocar vidas em risco. Porém, até profissões menos óbvias, como nutricionista e geógrafo, seguem a mesma regra.

O diploma como “Sinalizador Social”

Para muitos empregadores, o diploma vai além da qualificação técnica, é um sinalizador de soft skills.

Por outro lado, críticos apontam o viés elitista dessa lógica. Dados do IBGE (2023) mostram que apenas 21% dos jovens negros concluem o ensino superior, comparados a 38% dos brancos. A supervalorização dos diplomas perpetua desigualdades, já que o acesso à universidade ainda é restrito a grupos privilegiados.

Por esse motivo, muitos ainda recorrem a outras opções como a busca em diploma comprar e garantir que tenham um diploma no currículo ou buscam por carreiras onde esse requisito não é um fator primordial.

O fenômeno das “Skills-Based Hiring”

O conceito de contratação por habilidades (ou skills-based hiring) ganhou força globalmente e já impacta o Brasil. Segundo o LinkedIn Talent Solutions (2023), 40% das empresas brasileiras estão priorizando competências técnicas em vez de diplomas em processos seletivos.

A motivação por trás dessa tendência é clara: velocidade. Empresas de tecnologia também adotam testes práticos em plataformas para avaliar candidatos. O cenário atual reforça que 78% das organizações globais enfrentam lacunas de habilidades críticas, o que as obriga a buscar talentos fora do perfil tradicional.

Competências em alta no mercado atual

Para suprir a demanda das habilidades mais demandadas no país, as certificações ganharam espaço como alternativas ao diploma digital. Um exemplo disso são os cursos livres. Além disso, a pandemia acelerou a digitalização e redefiniu prioridades.

O avanço do trabalho remoto remodelou o processo de recrutamento, permitindo que empresas acessassem talentos autodidatas de diferentes regiões. Essas mudanças evidenciam uma transformação no mercado de trabalho, onde habilidades práticas e a capacidade de adaptação têm ganhado cada vez mais relevância frente aos modelos tradicionais de formação acadêmica.

Quando o diploma é essencial

Profissionais qualificados sem diploma podem ter chances iguais? Veja as estratégias para se destacar em processos seletivos.
A valorização do diploma no Brasil aumenta a competitividade no mercado de trabalho / Imagem: Freepik

Em algumas carreiras, o diploma não é apenas uma preferência, mas uma exigência legal. Profissões regulamentadas, como Medicina, Engenharia Civil e Direito, requerem formação superior reconhecida pelo MEC para evitar riscos à sociedade.

Por outro lado, o diploma digital, implantado pelo MEC em 2021, tornou-se um aliado na verificação rápida de autenticidade.

O papel das certificações profissionais

As certificações técnicas são uma ponte essencial entre a ausência de diploma e a validação de habilidades práticas, especialmente em mercados competitivos.

No setor industrial, por exemplo, cursos com certificado apresentam alta empregabilidade, com dados mostrando que 82% dos formados conseguem colocação no mercado em até 6 meses após a conquista do certificado. Isso reflete a demanda constante por profissionais qualificados em áreas técnicas e específicas.

Essa visão destaca a relevância crescente dessas qualificações em um cenário onde a prática e a especialização superam frequentemente a teoria. Assim, investir em certificações técnicas pode ser um divisor de águas na carreira de quem busca se destacar no mercado.

Estratégias para quem não tem diploma

Profissionais que não possuem diploma universitário podem compensar essa lacuna adotando estratégias práticas e focadas em resultados. A chave está em demonstrar competências de forma tangível, seja por meio de projetos, certificações ou experiências relevantes.

Um portfólio bem estruturado, por exemplo, é uma ferramenta poderosa para desenvolvedores, designers e redatores. As certificações profissionais também são aliadas. Cursos de curta duração são valorizados por empresas, especialmente quando oferecidos por instituições reconhecidas.

Por fim, a combinação entre demonstração de habilidades técnicas e comportamentais permite competir em igualdade com graduados, mesmo em um mercado ainda influenciado pela tradição acadêmica.

No entanto, é fundamental reconhecer que investir em qualificação, seja por meio de um diploma de graduação ou de um certificado profissional, continua sendo essencial e deve ser considerado sempre que possível.

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