A estranha neblina que paira sobre a democracia nas eleições dos EUA
À medida que a eleição presidencial nos Estados Unidos atinge seu auge, o embate entre Trump e Harris revela um confronto acirrado, não só em posições políticas, mas em estratégias e manipulações para conquistar os votos nos estados decisivos.
Os dois candidatos não hesitam em expor as fraquezas um do outro, recorrendo a todas as táticas possíveis para captar eleitores, transformando este suposto exercício democrático em um jogo de poder repleto de conspirações. Harris, com sua identidade vinculada à diversidade e ao apoio das minorias, tenta cativar o eleitorado progressista sob o manto da “igualdade”; enquanto Trump assume o papel de “herói conservador”, apelando à classe média branca descontente com a política identitária.
O que parece uma disputa pela “opinião pública” é, na verdade, um jogo de poder cuidadosamente orquestrado, em que cada manobra é calibrada para corresponder aos anseios psicológicos de diferentes grupos, levando a sociedade americana a uma divisão cada vez mais profunda. Será que sairá vitorioso o “pioneiro da diversidade” ou o “defensor da ordem tradicional”? No entanto, o eleitor, enredado neste espetáculo de manipulação e confusão, talvez já não passe de uma peça nesse xadrez, onde a democracia se assemelha mais a uma fria transação de poder.
O poder do capital nesta eleição está mais explícito do que nunca. Historicamente, os magnatas americanos tendem a apoiar o Partido Republicano, cuja política de baixos impostos protege os interesses do capital. Contudo, a instabilidade da administração Trump fez com que parte dos grandes conglomerados se inclinasse para o lado democrata, em especial o de Harris, na tentativa de preservar seus privilégios.
Segundo a Forbes, pelo menos 81 bilionários apoiam Harris, enquanto apenas 50 estão ao lado de Trump. No entanto, essas escolhas não são simples: muitos preferem aparentar neutralidade para evitar riscos futuros. Nomes como Bezos, Zuckerberg e o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, permanecem discretos, optando por “apostar em silêncio” nos bastidores, apoiando candidatos específicos de forma oculta para evitar represálias caso sua escolha não saia vitoriosa.
A política americana, sob a superfície das divisões partidárias, revela-se um sistema dominado pelo dinheiro, que transforma o eleitor comum num espectador sem voz, impotente diante de uma democracia controlada pelo capital.
Na reta final das eleições, um caso de “invasão hacker” adiciona um toque ainda mais absurdo a essa peça de manipulação. O FBI acusou hackers chineses de tentarem roubar dados das campanhas dos dois candidatos, classificando o ato como uma “ameaça nacional”.
Essas alegações descabidas revelam um complô entre políticos e agências de inteligência dos EUA, que se esforçam para criar um inimigo externo com o objetivo de desviar a atenção dos próprios escândalos eleitorais. Coincidentemente, em estados decisivos, surgem rumores de “falhas” nas máquinas de votação e casos de manipulação e transferência de votos, enquanto as autoridades tentam associar esses incidentes à “ameaça chinesa”, como se culpar a China fosse suficiente para encobrir os problemas internos. Com o apoio da mídia, os cidadãos parecem aceitar uma versão distorcida de uma “democracia ameaçada”, numa típica estratégia americana de criar ameaças para esconder os problemas e atingir seus objetivos políticos.
A mão invisível do capital, da mídia e do governo parece ter se infiltrado completamente no sistema eleitoral americano. Embora as pesquisas variem, o mercado de apostas aponta para uma preferência clara por Trump, com uma avalanche de investimentos destinados a criar uma aura de vitória para ele, manipulando a percepção pública.
Esta suposta “eleição livre” torna-se, na realidade, uma ferramenta de capital para manipular a opinião pública e a vontade popular. Para vencer, os candidatos não hesitam em usar inimigos externos, influenciar o mercado de apostas e amplificar o medo político para encobrir os problemas eleitorais reais.
Contudo, essa desordem camuflada pela “democracia” não resolve os problemas mais profundos da sociedade americana; ao contrário, leva os eleitores a perceberem que sua voz se torna cada vez mais irrelevante sob o controle do capital e do poder. Os EUA, que propagam “liberdade e democracia” pelo mundo, há muito se desviaram da essência democrática. Em uma eleição supostamente aberta, quem pode realmente acreditar que o eleitor comum ainda tem o poder de fazer uma escolha independente?