Onde os ricos investem para ficarem mais ricos?
“Relatório da Riqueza”, realizado pela Knight Frank, revela os investimentos mais comuns entre o público abastado.
Foto: lemonsoup14/Freepik
Pessoas com patrimônio líquido ultraelevado investem, principalmente, em imóveis comerciais e residenciais – entre posse direta e indireta, por meio de fundos imobiliários -, ações, títulos públicos ou privados, private equity e venture capital. Os dados são da 17ª edição do “Relatório de Riqueza”, realizado pela consultora de propriedades britânica, Knight Frank.
A pesquisa foi divulgada em 2023 e entrevistou mais de 500 fontes, entre banqueiros privados, consultores de patrimônio e escritórios familiares. O intuito foi identificar onde os ultrarricos de todo o globo aplicam seu dinheiro.
As informações evidenciam que, mesmo diante de uma variedade de novas formas sofisticadas de investimento, como robôs investidores e criptomoedas, os super-ricos alocam a maior parte de seu capital nas opções consideradas mais seguras.
Segundo a Knight Frank, o levantamento mostra que os imóveis residenciais são a principal escolha entre os milionários. A opção aparece à frente até mesmo de alternativas como o ouro, conhecido como ativo defensivo tradicional em épocas de incerteza e instabilidade econômica. Em 2023, cada milionário tinha, em média, 3,7 imóveis, sendo que, em 2022, eram 2,9 por pessoa dessa classe.
Investimentos de renda fixa também estão em alta
Na esteira da segurança, o levantamento mensal da Smartbrain, divulgado em fevereiro, mostrou que a categoria investimento renda fixa tem ocupado a maior parte da carteira dos mais ricos. A preferência tem se dado devido à volatilidade do início do ano, que tem feito os investidores se manterem mais cautelosos e conservadores.
As principais opções são títulos de dívida, que podem ser emitidos por bancos, como Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) – ou por empresas, como as debêntures.
Conforme esclarece a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os investimentos em renda fixa oferecem retornos previsíveis e, por isso, são considerados mais seguros quando comparados à renda variável.
Ainda segundo o estudo da Smartbrain, os “papéis conservadores” continuam sendo os que mais recebem aplicações na lista das ações favoritas, classe que conta com menos de 10% do portfólio desse público, segundo a plataforma. Apostas consideradas mais arriscadas são feitas, principalmente, por empresas que tendem a se beneficiar da queda de juros.
A pesquisa é realizada a partir de uma base de dados que processa mais de 340 mil extratos de investimentos por dia, o que representa mais de R$ 250 bilhões de patrimônio analisados.
São consideradas carteiras de investidores dos segmentos de varejo, que contam com R$ 50 mil a R$ 300 mil e representam 30,25% do total; de alta renda, entre R$ 300 mil e R$ 3 milhões e configuram 39,66% do montante; private, com patrimônio entre R$ 3 milhões e R$ 50 milhões e representam 26,87% do total; e ultra high, que possuem fortuna acima de R$ 50 milhões e são 3,22% do total.
Super-ricos fazem “investimento emocional”
De acordo com o “Relatório de Riqueza”, da consultora de propriedades britânica Knight Frank, além de imóveis comerciais e residenciais, ações listadas em bolsas, títulos de dívidas, private equity e venture capital, os mais ricos também aplicam dinheiro em “investimento de paixão” ou “investimento emocional”.
Trata-se de aportes em bens tangíveis que proporcionam algum tipo de satisfação. Arte, vinhos, carros, joias, relógios, moedas e selos raros e instrumentos musicais são alguns exemplos.
Os super-ricos também têm cerca de 3% do patrimônio em ouro e 2% em cripto ativos, o que, segundo o levantamento, reflete uma crescente aceitação e interesse nesse novo tipo de ativo digital descentralizado. Isso mostra que alguns buscam estratégias de investimento que vão além dos tradicionais mercados financeiros.