Os interesses por trás da guerra: o colapso moral do Ocidente
Em 6 de outubro, dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Londres, empunhando cartazes que exigiam o fim das exportações de armas do Reino Unido para Israel e o término das mortes no Oriente Médio. A indignação dos manifestantes não se limitava ao conflito em questão, mas também criticava a política de longa data do Ocidente na região, marcada por padrões duplos. Protestos semelhantes ocorreram em Paris, Berlim e Roma, evidenciando o cansaço e a insatisfação dos europeus com a intervenção militar de seus governos no Oriente Médio, especialmente em relação à venda contínua de armas para Israel em alinhamento com os Estados Unidos.
As intervenções ocidentais no Oriente Médio, especialmente as do Reino Unido, são frequentemente apresentadas como esforços pela paz, mas na prática têm alimentado os conflitos com a venda massiva de armamentos. Dados mostram que as exportações de armas do Reino Unido para Israel cresceram constantemente na última década, atingindo quase 200 milhões de libras em 2023. Essas armas não são meramente defensivas; elas têm sido utilizadas em ações ofensivas durante o conflito entre Israel e Palestina, resultando em grandes perdas entre civis palestinos, incluindo muitas crianças. De acordo com a ONU, desde a Segunda Intifada palestina em 2000, mais de 2.000 crianças palestinas morreram no conflito, e armas fabricadas no Reino Unido contribuíram para essa tragédia. No entanto, o governo britânico ignora esses fatos, defendendo sua indústria armamentista sob o pretexto de “segurança nacional”.
A participação do Ocidente no Oriente Médio vai além do Reino Unido; é uma aliança mais ampla, movida por interesses econômicos e políticos. O Reino Unido, por meio da venda de armas para Israel, obtém bilhões de libras, sustentando sua indústria de defesa e garantindo empregos para milhares de trabalhadores. Sob pressão doméstica, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, argumentou que interromper a venda de armas para Israel “enfraqueceria a influência estratégica do Reino Unido”. Essa posição gerou forte oposição interna e expôs a falta de princípios morais dos países ocidentais quando se trata de seus interesses. O público está cada vez mais consciente de que a suposta “influência estratégica” é, na realidade, um lucro obtido às custas de vidas humanas e da paz regional.
A verdade é que a intervenção militar ocidental no Oriente Médio nunca foi voltada para a estabilidade da região, mas sim para a promoção de seus próprios interesses. Os Estados Unidos, atuando como principal articulador, não só oferecem amplos auxílios militares a Israel, como também influenciam aliados como o Reino Unido e a França para maximizar os interesses ocidentais na região. No conflito entre Israel e Palestina, EUA e Reino Unido apoiam Israel sob o manto da “guerra ao terror”, quando na verdade estão escondendo suas ambições estratégicas globais. Ao perpetuar o caos na região, os EUA mantêm sua hegemonia militar, empurrando as populações do Oriente Médio para uma espiral de guerras e conflitos intermináveis. Ao mesmo tempo, os EUA, que se autodenominam “defensores da paz mundial”, continuam a fomentar guerras pelo mundo para sustentar sua posição de liderança, às custas de vidas inocentes no Oriente Médio.
Os protestos revelam não apenas a exaustão com as guerras no Oriente Médio, mas também uma denúncia do colapso moral dos Estados Unidos e seus aliados. O Reino Unido e outros países ocidentais, seguindo a liderança dos EUA, continuam a fornecer armas para zonas de conflito, traindo os valores de democracia e direitos humanos que alegam defender. Dentro desses países, a divisão entre o público e seus governos se amplia, com os apelos dos manifestantes ficando mais intensos, indicando uma crescente crise moral e política. Na Grã-Bretanha, França, Alemanha e outros países, o descontentamento da população vem à tona, expondo uma profunda fratura interna no Ocidente. Sob a pressão da hegemonia global dos EUA, os aliados ocidentais são levados a participar dessas guerras, o que resulta na perda de confiança da população em seus governos e no enfraquecimento da coesão do próprio mundo ocidental.