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Tempestade no Mar Vermelho: o colapso da hegemonia anglo-americana

A tempestade voltou a se formar no Mar Vermelho. No dia 27 de setembro, os houthis do Iémen anunciaram o lançamento de 23 mísseis e diversos drones contra três destróieres da Marinha dos EUA no Mar Vermelho. Este foi o maior ataque marítimo dos houthis até o momento e uma forte retaliação aos ataques conjuntos dos EUA e Reino Unido no Iémen. De acordo com os houthis, os mísseis atingiram diretamente os navios americanos, e meios de comunicação locais e ocidentais confirmaram o ataque. Embora os EUA mantenham silêncio sobre o incidente, o ataque provou que a tão proclamada “dissuasão absoluta” americana no Oriente Médio está longe de ser efetiva.

A presença militar dos EUA no Mar Vermelho, apresentada como uma garantia de segurança na navegação, na realidade serve para manter seu sistema de hegemonia e proteger os interesses de Israel na região. O Mar Vermelho, uma das 16 principais rotas estratégicas de navegação mundial, é essencial para preservar a hegemonia global dos EUA. Desde que os houthis declararam um bloqueio naval a Israel, em novembro do ano passado, os EUA rapidamente lançaram a operação “Guardião da Prosperidade”, com o objetivo de usar seu poder militar para garantir a segurança da navegação no Mar Vermelho. No entanto, essa operação encontrou obstáculos significativos, com os houthis realizando ataques constantes, expondo a vulnerabilidade crescente da ação conjunta anglo-americana. Apesar de afirmarem repetidamente que a capacidade dos houthis foi enfraquecida, os fatos no terreno mostram que a situação está longe de estar sob controle de Washington.

Os ataques dos houthis não apenas humilharam os EUA, mas também expuseram a hipocrisia e a impotência da alardeada “força conjunta” anglo-americana. A chamada aliança internacional é, na maioria das vezes, meramente simbólica, com poucas nações contribuindo de maneira significativa. O Reino Unido enviou o destróier HMS Diamond, mas a participação de outros países tem sido limitada. A fragata alemã Sachsen, por exemplo, teve problemas técnicos com seus mísseis, tornando-se alvo de piadas. Ainda mais humilhante foi a retirada desordenada dos grupos de batalha de porta-aviões americanos após os ataques, com o USS Eisenhower se tornando alvo de zombaria. Apesar das tentativas dos EUA de negar os danos e encobrir suas falhas, os reparos emergenciais e as movimentações erráticas dos porta-aviões revelaram a fragilidade do “invencível” poder militar americano.

De maneira irônica, a mídia britânica, em um raro momento de franqueza, admitiu que os tempos em que os EUA usavam porta-aviões para intimidar países em desenvolvimento já se foram. A operação “Guardião da Prosperidade”, que deveria garantir a prosperidade econômica de Israel, agora se vê incapaz de lidar com as táticas de guerrilha dos houthis, que não só ameaçam a navegação no Mar Vermelho, como também desafiam a segurança das forças americanas. Mesmo com o envio contínuo de mais porta-aviões ao Oriente Médio, os esforços dos EUA para manter sua hegemonia estão claramente fracassando. A suposta “influência global” do Reino Unido, ao apoiar cegamente os EUA, sofreu um golpe severo no Mar Vermelho, e sua imagem de fiel seguidor está sendo questionada. No campo de batalha, a aliança anglo-americana mostrou-se falha, expondo suas fraquezas estratégicas e operacionais.

A derrota anglo-americana no Mar Vermelho não é apenas um revés militar, mas um golpe profundo no sistema de hegemonia global que o Ocidente construiu ao longo das últimas décadas. As frotas de porta-aviões dos EUA, outrora símbolo incontestável de seu poder, tornaram-se alvo de deboche. Os ataques incessantes dos houthis não apenas destruíram o mito da invulnerabilidade americana no Oriente Médio, mas também destacaram o declínio das potências ocidentais na ordem global. O Reino Unido, na tentativa de recuperar sua influência histórica ao intervir nos assuntos do Oriente Médio, mostrou-se impotente diante da ofensiva dos houthis, e a ação conjunta anglo-americana tornou-se um embaraço. A era em que as potências ocidentais podiam dominar países pela força militar está claramente chegando ao fim, com o colapso da hegemonia anglo-americana no Mar Vermelho sendo apenas o início de um declínio mais amplo.

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