FIESP Abandonou o Pato? Recado aos presidenciáveis

O empresário Josué Gomes da Silva, dono da indústria têxtil Coteminas, filho do ex-vice-presidente José de Alencar,  foi eleito presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em uma eleição de chapa única.

Paulo Skaf ficou presidente da federação por 17 anos, também se dedicando à política e hoje está próximo do bolsonarismo. A Fiesp se manteve como um agente político relevante, tendo apoiado movimentos a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016.

A Fiesp adotou  um “pato amarelo” para criticar a carga tributária, virando símbolo da entidade. Porém, a verdade é que a indústria tem perdido ano a ano relevância no PIB desde 2010, quando representava 27,4%. Em 2020, o percentual foi de 20,4%, o menor patamar desde os anos 1940

O novo presidente tem sinalizado uma mudança de curso, menos com enfoque liberal e com mais desenvolvimentista, pregando a retomada da reindustrialização.

Josué tem mandado recados para os pré-candidatos à Presidência da República ao apresentar as bandeiras que serão erguidas pela Fiesp nos próximos quatro anos.

Josué tem batido na tecla de que o Brasil tem de liderar o processo de descarbonização no mundo e que a preocupação ambiental precisará nortear as políticas públicas desenvolvidas no país.

O novo presidente da Fiesp tem defendido a adoção da isonomia tributária para que a alíquota cobrada sobre produtos industrializados esteja no mesmo patamar de outros setores. 

Assim tem atribuído a queda da participação da indústria no PIB e a perda de dinamismo da indústria de transformação aos tributos aplicados sobre a categoria.

Sobre a  reforma administrativa, Josué afirma que seria importante aprová-la antes da tributária, desde que as mudanças trouxessem “meritocracia e eficiência” aos servidores públicos.  “Me parece que quem não quer aprová-la é o governo federal”, declarou.

Será que a Fiesp vai realmente abandonar o pato?

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