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O Risco de um golpe branco. Por Eduardo Magalhães

por Eduardo Magalhães, na páginda da Sede Nacional do MPLA Quando acompanhamos os acontecimentos no Brasil, através da imprensa tradicional, temos a impressão de que naquele país só existem ladrões. Entre esta imagem, artificialmente criada e a realidade existe uma grande lacuna que somente a Constituição brasileira e o tempo serão capazes de nos revelar. Num […]

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por Eduardo Magalhães, na páginda da Sede Nacional do MPLA

Quando acompanhamos os acontecimentos no Brasil, através da imprensa tradicional, temos a impressão de que naquele país só existem ladrões. Entre esta imagem, artificialmente criada e a realidade existe uma grande lacuna que somente a Constituição brasileira e o tempo serão capazes de nos revelar.

Num país onde a população já é superior a 200 milhões de pessoas, será necessária a fiel observação à Carta Magna, acima de tudo, para que os brasileiros saiam fortalecidos da crise política e institucional na qual estão mergulhados.

É inegável que o Brasil vive actualmente a mais aguda crise política desde o início dos anos 60, quando da escalada golpista que culminou com o derrube de um Governo legalmente constituído em 1964 e a imediata instauração de uma intervenção militar.

Foi necessário esperar cinco décadas até que, na quebra de sigilo da CIA (Agência de Inteligência dos Estados Unidos da América) e dos arquivos dos EUA constassem documentos e relatórios que comprovariam aquilo que na década de 60 foi chamado de “teoria da conspiração”: o golpe no Brasil teve a “mão externa”.

Recentemente o Presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que a América do Sul é vítima de um plano de instabilidade aos governos progressistas da região. Correa chegou mesmo a comparar o processo a um novo Plano Condor, uma aliança política entre as ditaduras militares de países sul-americanos nas décadas de 1970 e 1980.

De volta ao Brasil, temos inúmeras razões para desconfiarmos que é artificial o ambiente de ódio e de instabilidade vividos por este país, que é o mais influente player da região.

O Brasil, que hoje é pintado como uma sucursal do inferno, pela chamada “grande imprensa”, desde que o PT (Partido dos Trabalhadores, do Presidente Lula da Silva) chegou ao poder, figurou, até recentemente, entre os países com a população mais feliz do planeta; atingiu os mais baixos índices de desemprego da história; a menor inflação; deixou a condição de devedor e passou a ser credor do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Tirou mais de 40 milhões de cidadãos da linha de pobreza; construiu, em 12 anos, mais universidades do que nos 500 anos da sua história; promoveu uma maior aproximação com os países africanos; fortaleceu o Bloco Económico MERCOSUL e é um dos fundadores do grupo de países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Seria ingenuidade acreditar que tudo isso, em algum momento, não passaria a ser visto como uma ameaça às chamadas grandes potências, tanto na política e geopolítica, como na expansão dos seus negócios.

Se para invadir o Iraque e a Líbia, por exemplo e saquear o petróleo lá existente foram promovidas razões artificialmente transformadas em realidade, no Brasil e outros países da América do Sul há uma adaptação do Plano Condor, citado pelo Presidente equatoriano e o que vemos hoje é a substituição das Forças Armadas por células cooptadas da justiça e sectores públicos estratégicos.

O Brasil tem hoje uma das maiores reservas de petróleo do planeta, a chamada “camada pré-sal”. Para assegurar as suas reservas estava a desenvolver submarinos de propulsão nuclear, com tecnologia própria. As empresas PETROBRAS e Odebrecht passaram a ganhar mercados internacionais e a fortalecer a indústria nacional brasileira, o que gerava emprego e melhorava a auto-estima do seu povo.

A palavra corrupção passou então a fazer parte de todas as refeições dos brasileiros. Uma cobertura jornalística viciada e completamente tendenciosa transmite a impressão de que a corrupção foi uma criação do PT e dos seus representantes.

A confusão provocada pela onda de propaganda negativa contra o Governo chegou a ser uma ameaça à reeleição da actual Presidente. A apertada margem de votos nas urnas em 2014 jamais poderia ser usada pela oposição como motivo para derrubar Dilma Rousseff (na foto) do poder. Ocorre que o nome de Lula voltou a circular como potencial candidato em 2018 e isso foi recebido como um golpe mortal nas pretensões da oposição, de substituir o PT através do voto.

A situação é tão vergonhosamente escancarada que é a imprensa estrangeira que está, ao lado de alguns jornalistas independentes brasileiros, a reverter o cenário.

Devemos usar o exemplo do Brasil para que, aqui em Angola, possamos estar vigilantes. Sabemos que, nos tempos actuais, ter reservas de petróleo significa ser objecto de cobiça. Os preços artificiais praticados na actualidade são uma prova incontestável disso.

Que o respeito à Constituição e à soberania, do Brasil e de todos os países, seja sempre observado. É isso que defendemos.

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