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Jeferson Miola: só hecatombe política abala ‘governo de ladrões’

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil Do Facebook de Jeferson Miola. Todo poder à Assembléia de Bandidos Por Jeferson Miola Com a decisão favorável do TSE, Michel Temer eliminou a única via para seu afastamento, além da própria renúncia, que não dependia da interveniência do Congresso. A partir de agora, e caso Temer relute em renunciar, a […]

26 comentários
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Do Facebook de Jeferson Miola.

Todo poder à Assembléia de Bandidos

Por Jeferson Miola

Com a decisão favorável do TSE, Michel Temer eliminou a única via para seu afastamento, além da própria renúncia, que não dependia da interveniência do Congresso.
A partir de agora, e caso Temer relute em renunciar, a despeito da avalanche de denúncias de crimes cometidos por ele e sua turba, as duas possibilidades remanescentes para afastá-lo do cargo seriam ou [1] através de processo de impeachment no Congresso pelos crimes de responsabilidade, ou [2] em julgamento no STF pelos crimes de [a] corrupção, [b] obstrução de justiça, [c] organização criminosa, [d] prevaricação e [e] outros, que ainda deverão ser revelados.
No caso do impeachment, Rodrigo Maia, o presidente da Câmara dos Deputados acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, teria de admitir para tramitação um dos 14 pedidos de impeachment protocolados e que ele engavetou. Rodrigo Maia, porém, como operador da tropa de choque da base parlamentar do “governo de ladrões”, dificilmente instalará o processo.
Na hipótese improvável de Maia aceitar algum pedido de impeachment, o plenário da Câmara teria de aprová-lo por maioria de 2/3 dos votos, ou o mínimo de 342 deputados, o que atualmente seria incogitável sem a ocorrência de uma hecatombe política e moral capaz de abalar os pilares do “governo de ladrões” – os antecedentes comprovam o impressionante poder de resiliência de Temer, Padilha e toda a quadrilha do Planalto diante de “simples” mega-escândalos. Ou morrem com um bombardeio nuclear – ou sobrevivem; como baratas.
Para o julgamento de Temer no STF, em que pese a robustez das provas de práticas delituosas do chefe da cleptocracia cometidas no interior das instalações oficiais e nos Palácios de governo, a Câmara precisaria autorizar, também por maioria de 2/3 dos votos, a instalação do processo.
Tal como no caso do impeachment, no STF o círculo também se fecha, e Temer será protegido por uma maioria de deputados acusados por um amplo cardápio de crimes – corrupção, fraude em licitações, improbidade administrativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, tráfico, trabalho escravo e, inclusive, por tentativa de homicídio.
Tratam-se, neste sentido, não de representantes populares, mas de proverbiais bandidos [e, por isso, cúmplices] protegidos pelo foro privilegiado e que buscam, desesperadamente, se safar da prisão.
A manobra de salvar Temer no TSE, exitosa com a atuação vergonhosa de Gilmar Mendes, o Posto Ipiranga do Aécio e do Temer, é a grande estratégia das classes dominantes para deslocar a disputa pela sobrevivência do “governo de ladrões” da pressão do judiciário e da mobilização das ruas para o âmbito onde seu domínio estará mais confortavelmente garantido, que é o da podridão do Congresso mais corrupto e ilegítimo nunca antes conhecido na história do Brasil.
A oligarquia golpista acabou por decretar “Todo o poder à Assembléia Geral de Bandidos”. A burguesia oficializou, assim, o banditismo como o sistema de governo do regime de exceção.
Com esta equação, as classes dominantes pretendem preservar Temer até 31/12/2018 e dar continuidade, sem os riscos da eleição indireta, ao plano antipopular e antinacional: as reformas da previdência e trabalhista; a locupletação do capital financeiro; a desnacionalização das riquezas nacionais; a destruição das empresas estatais e nacionais; e a entrega da economia brasileira, como com o leilão de cinco áreas do petróleo da camada pré-sal em outubro próximo.
Temer seguirá no cargo, porém levando uma vida de encarcerado e vivendo uma espécie de prisão domiciliar no Palácio do Planalto. Ele será um ser ainda mais intranscendente do que já é; um prisioneiro que cumprirá um papel cartorial dentro do parlamentarismo informal de transição.
Um estrangeiro visionário conceituou com exatidão o Brasil contemporâneo, dominado por máfias que destruíram a democracia para saquear a Nação. O comentarista português e brasilianista Miguel Sousa Tavares definiu o 17 de abril de 2016, dia deplorável da aprovação do impeachment da presidente Dilma por mais de 2/3 dos integrantes da Assembléia Geral de Bandidos da seguinte maneira:
“Devo dizer que nunca vi o Brasil descer tão baixo. Quanto ao que se passou no Congresso brasileiro ultrapassa tudo o que é discutível; não existe. Foi uma assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha fazendo a destituição de uma Presidente sem qualquer base jurídica nem constitucional para tal, mas, sobretudo, com uma falta de dignidade que eu diria que é de arrepiar; uma bandalheira tudo aquilo”.
A derrota da Assembléia Geral de Bandidos e a interrupção do projeto de austeridade que aprofunda a recessão econômica e a miséria do povo brasileiro, somente será possível com um padrão de mobilização popular, de radicalização e confrontação política e de resistência democrática em patamares nunca antes experimentados na história do Brasil.
Caso contrário, as classes dominantes conseguirão impor seu plano até o fim.

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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Comentários

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César Augusto Martins

11/06/2017 - 18h57

Nem a Plim Plim pra derrubar o Inelegível…

jossimar

11/06/2017 - 11h01

O temer deu a senha para retirá-lo de lá: “só saio daqui morto”.
Depois de uma afirmativa enfática destas alguém ainda acredita em eleição em 2018?
Acho que os brasileiros devem considerar a sugestão do próprio.

Loide Rita de Souza

11/06/2017 - 06h40

Ora pois.

Se gritar pega ladrão , não
Um não fica não.

Elisabeth Sasso

11/06/2017 - 03h19

nada abala a canalha e quanto o veio do TSE levou?

Marcos Pinto Basto

10/06/2017 - 23h33

Tenho feito comentários aqui no Cafezinho que não foram publicados e em algum deles mencionei a solução para a grave crise que o País atravessa.
Só uma GREVE GERAL IRRESTRITA poderá afastar essa corja corrupta do Planalto e confina-la na Papuda, aguardando julgamento em Tribunal Popular montado na Praça dos 3 Fracos poderes sofrendo de síndrome da embromação, tentam enganar a população brasileira e eles mesmo que se enganam.
Como uma população de 215 milhões de cidadãos pode tolerar um canalha, vil Traidor que nem esse Temer, sentado no trono do Planalto? Lá fora, os comentários dos principais jornais fazem jocosas criticas ao Brasil e brasileiros.
Temos o dever de acordar o Povo e partir para a GREVE GERAL IRRESTRITA!

Edgar

10/06/2017 - 20h53

Confissões de um Assassino Económico – John Perkins
https://www.youtube.com/watch?v=EepnFNaD2-Q

Gidobaldo Silva Avelar Gil

10/06/2017 - 23h22

Vamos ver até onde a República de bananas vai aguentar pagar a conta

Laercio Ferreira

10/06/2017 - 21h20

SERÁ QUE FATO E A FOTO ACIMA , FOI TIRADA NO PRESÍDIO DE PAPUDA , COM APOIO IRRESTRITO DO TSE , COM OS 54 MILHÕES DE CIDADÃOS SENDO ESTRUPADO PELO TSE?? CIDADANIA JÁ , AGORA , NESTE MOMENTO ??

Wilson Pagano

10/06/2017 - 19h16

Greve geral agora .

Poder

10/06/2017 - 14h44

Michel Temer tem o apoio da minoria organizada: as forças que controlam o dinheiro, as armas, a administração e as sociedades secretas. À moioria da população desorganizada afetada pelos desígnos superiores resta o direito ao esperneio. A elite dominante sabe que o esperneio é uma fase dentro do processo contido naquele príncipio milenar: “os cães latem e a caravana passa”.
Aliás, a história do Brasil sempre foi assim.

Joel Santos Santos Santos

10/06/2017 - 17h34

O guadrilha desgraçada onte er por pais ter um novo rumo mas at. Aquele abrute est corronpido pq o supremo n espulsa esse Gilma d seu cargo e vergonha por mundo inteiro oq ouve onte

Jose Jailton Da Silva

10/06/2017 - 15h45

LADRÕES

João Batista

10/06/2017 - 12h42

A única saída é com eleições diretas em 2018 se tiver. Se o governo eleito for do campo popular, uma vez tomando posse, proceda o ato de anular todas as reformas danosas ao povo brasileiro.

luiz Paulo lisboa

10/06/2017 - 11h38

Derporavel e o que podemos dizer de um Pais onde bandidos governam aos seus interesses…….. que podemos espera de tudo isso . Bandidos criando leis que protegem a si mesmo enquanto aqueles que labutam ver sem nenhum poder de reaçoa seus direitos sendo tirado de forma abritaria sera que vivemos realmente em um lugar de Democracia ou sera que ja houver Democracia no Brasil…………… Conseguiram tira Um Presidente eleito legalmente……o que me assombra e ver a imparcialidade do povo..conseguimos colocar milhoes em avenidas em epoca de canarval……. leva milhoes em estadios de futebol e nao nos importamos com com que acontece no Mundo politico lamento em ver tudo isso………………….. Destruiçao de Um Pais chamado Brasil

PASCOAL JACINTO DA SILVA FILHO

10/06/2017 - 10h28

Acredito que uma outra opção seria a anulação do impeachment.

Marilene Flores

10/06/2017 - 13h21

Nojo ,

Valdirio Guerra

10/06/2017 - 13h12

https://www.youtube.com/watch?v=Vz6JM8GX-5o&feature=youtu.be

Marchinha do Temer ao povo Brasileiro – Daqui não saio daqui ninguém me tira.

Roberto

10/06/2017 - 09h46

Não há mais saída dentro das instituições. Agora é GREVE GERAL. Dia 30 haverá uma greve geral, ainda de advertência. Depois, é GREVE GERAL por tempo indeterminado, até a derrubada do golpe.

    WILSON PAGANO

    10/06/2017 - 16h12

    Não tem greve de advertência gente! O poder está com eles porra, vamos para a luta agora tem é que ser greve geral por tempo indeterminado, sejamos esperto pelo menos uma vez . Ou tudo ou Nada..

      Roberto

      11/06/2017 - 04h11

      Olha, Wilson, bem que eu queria Greve Geral por tempo indeterminado já. Mas não dá pra fazer um movimento desse porte pela vontade dos dirigentes sindicais. É preciso todo um trabalho junto aos trabalhadores. Uma greve geral que fosse um fiasco seria muito ruim para o movimento popular.

Nando Gaia

10/06/2017 - 12h39

Temer não sai,aceita que dói menos.querem golpe,golpistas.

Domenico Ranz

10/06/2017 - 12h33

Nosso sistema sempre foi e continuará sendo um governo de ladrões . Isso é tão óbvio que por isso tem passado despercebido pela maioria até que estouraram os escândalos atuais em decorrência das radicalizações políticas. Qual é a origem dessa PLUTOCRACIA? Dinheiro é poder. Quem tem mais dinheiro , mais poder tem e busca acumular mais dinheiro que resulta em mais poder. O sistema financeiro formado pelos bancos e grandes empresários , portanto formam a cabeça do poder . Essa cabeça tem poder tão grande que se apossa do ESTADO e coloca mais a serviço dela para acumulação de mais dinheiro do que a serviço da população. Como ela faz isso? Por vários meios, sendo a CORRUPÇÃO a forma mais usada por aqui. Portanto não temos Democracia de fato, pois só votamos , mas depois o sistema corrompe o eleito que para isso encontra todas as facilidades. Então o nosso regime político ,como acontece em quase todo mundo, com mais visibilidade ou menos visibilidade é a CLEPTOCRACIA , poder dos ladrões, governo de ladrões para os maiores ladrões concentradores de dinheiro do sistema. Não temos Democracia que é governo do povo pelo povo e para o povo. Essa temos que conquistá_la usando vários meios,desde manifestações públicas, greves, movimentos de lutas populares, ocupações de vários espaços públicos, denúncias contra agentes corruptos do estado e seus corruptores,enfim exercer a ação cidadã.

Marisson Veiga

10/06/2017 - 12h29

Há outra via que tb não dependeria do Congresso: a votação pelo STF do MS para anulação do impeachment.

Welbersonn Fww

10/06/2017 - 12h25

FORA PSDB E FORA PMDB,A POPULAÇÃO NÃO AGUENTA MAIS VOCÊS

Francisco Bronzato

10/06/2017 - 12h04

Paulo L Maia

10/06/2017 - 11h54

CLEPTOCRACIA.
Literalmente governo de ladrões, amparados por poderes superiores. Tudo em benefícios próprios e dos cleptocratas.


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