Eu não queria que minhas análises soassem partidárias, mas acho que é exatamente isso o que está acontecendo. É que eu faço uma análise crítica da mídia, o que, aliás, me parece a única maneira correta de fazê-lo. Como a mídia tem um viés anti-governamental, e eu critico, acabo recaindo no maldito governismo, do qual eu queria tanto fugir. Prometo me esforçar para superar esse dilema e adotar um tom apartidário e isento – na medida em que isso não me torne um hipócrita, claro.
Por exemplo, hoje tem uma verdadeira bomba na página A13 da Folha, que realmente merecia a manchete. Menos mal que o jornal liberou a íntegra da matéria em seu site, com direito a infográfico e tudo.
O caso envolve o banco PanAmericano, que pertencia ao grupo Silvio Santos e que teve seu nome vinculado a campanhas petistas e à operações financeiras nebulosas, incluindo a compra de suas ações pela Caixa. Eu gostaria que esse escândalo – e suas implicações com o PT – fosse mais explorado pela mídia. O rombo no Panamericano, divulgado em fevereiro deste ano, ficou em torno de R$ 4 bilhões. Tem uma matéria no Estadão de hoje que promete desdobramentos explosivos, podendo configurar um dos maiores escândalos financeiros do governo Lula.
Desta vez, porém, há um vínculo direto entre a campanha do PSDB em Alagoas e tráfico de influência do governo do estado. O governo devia R$ 3 milhões ao banco e só se dispôs a pagar se o mesmo fizesse uma doação para sua campanha, através do pagamento de fornecedores. O banco aceitou o acordo espúrio.
Este é um caso emblemático para pensarmos a necessidade de uma reforma política e a aprovação do financiamento público de campanha.
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