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Dilma e as crises

Ontem eu troquei uma ideias com um cientista político, e ele observou que, apesar das crises ministeriais, a Dilma conseguiu manter intacta a sua autoridade, e que a linha editorial dos jornais tem optado por um respeito quase reverencial pelo rigor da presidente no trato com a coisa pública.

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Ontem eu troquei uma ideias com um cientista político, e ele observou que, apesar das crises ministeriais, a Dilma conseguiu manter intacta a sua autoridade, e que a linha editorial dos jornais tem optado por um respeito quase reverencial pelo rigor da presidente no trato com a coisa pública. Na difícil relação com os diferentes partidos, que é também uma disputa de poder, a presidente tem puxado a corda com mais força.

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Ela paira sobre as crises quase como uma rainha, com sua popularidade estável, embora ao custo de alguma insatisfação junto a setores da base aliada, incluindo aí a militância, cada vez mais irritados com a desenvoltura com que a mídia derruba ministros.

O Globo hoje publica mais um editorial tentando derrubar o ministro, embora (como eu já disse) em tom resignado, como quem perdeu as esperanças de fazê-lo antes da reforma. O interessante é notar que se joga todo o mal na conta do “lulopetismo” mas isenta-se Dilma de qualquer estigma.

Em breve teremos Natal, depois Ano Novo, e será difícil manter viva a pauta contra o Trabalho esse tempo todo.

Seguindo a mesma linha, a Folha também acusa a política de alianças, o pragmatismo e o fisiologismo, mas elogia Dilma e afirma que ela está mais forte do que nunca:

Depois de vários escândalos e de subsequentes demissões em sua equipe de governo, o fato é que a presidente Dilma Rousseff parece ostentar o semblante de uma tripla independência.

(…) Ao mesmo tempo, prosseguindo no isolamento do ministro sob suspeita, Dilma procura afirmar um perfil administrativo diverso daquele que marcou seu antecessor. À bonomia conivente que prosperou nos anos Lula, a presidente substitui, aos poucos, uma imagem de maior cobrança por eficiência e de menor desatenção frente aos erros de seus subordinados.

Verdade que o editorial acusa Dilma de manter o estilo de “porteira fechada”, que consiste em deixar os ministérios em mãos dos partidos que ocupam os cargos máximos de cada pasta; mas o faz com tanta delicadeza, que algum desavisado pensará que se trata de um alerta carinhoso, de pai pra filha.

Se a Dilma conseguir se desvencilhar das imagens negativas de seus ministros em queda, poderá chegar a 2014 como uma grande força política, visto que, se o PT já consegue facilmente o voto do povão, através da participação de Lula na propaganda eleitoral, Dilma obterá – também com facilidade – os votos de classe média com os quais o PSDB conta para sobreviver.

Ele lembrou, porém, que manter esse nível de popularidade será uma tarefa cada vez mais complicada, visto que a curva da ascensão social vai ficando menos acentuada conforme ela sobe. Ou seja, após o primeiro movimento de elevar a qualidade de vida de milhões de pessoas, o segundo movimento, de promover um salto qualitativo na educação, por exemplo, é missão mais lenta e trabalhosa.

O grau de cobrança e exigência em relação ao governo cresceu. As análises que comparam a diferença entre Lula e Dilma na reação às crises de imagem perante a opinião pública devem levar em conta também esse Brasil em transformação que ela herdou do antecessor. O Brasil de Dilma não é o Brasil de Lula. A opinião pública (não confundir com opinião publicada) hoje é maior e mais qualificada (o que, paradoxalmente, a deixa mais suscetível à mídia) que a da era Lula.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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