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Serra e PSB contra Dilma em 2014 ?

Parece até uma ação combinada. Todo mundo querendo implodir a base aliada. Só que estão forçando a barra. PT e PSB sempre se estranharam. Não é nenhuma novidade. Entretanto, a mídia está tentando impor uma interpretação enviesada, transferindo lógicas de ordem local para o plano nacional.

9 comentários
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(Ilustração capa: Juliano Guilherme)

 

A matéria acima é de Catia Seabra, uma das mais experientes e bem relacionadas jornalistas políticas do país. A teoria – de que o PSB pode se desvencilhar do PT e se unir aos tucanos – tem sido ventilada por vários analistas da grande mídia.

Merval Pereira, por exemplo,  em sua coluna de hoje, diz o seguinte:

Por isso mesmo, o racha do PSB com o PT em Belo Horizonte, mais do que os de Fortaleza e Recife, está sendo visto pelo comando nacional petista como uma sinalização de que o governador Eduardo Campos está se movendo para uma distância segura do PT.

(…) Com ou sem partido novo, porém, o fato é que o candidato natural do PSDB à presidência da República em 2014 está costurando nos bastidores diversas alianças políticas para viabilizar sua candidatura, confiante em que a aliança da base aliada não resistirá às dificuldades de convivência interna nem à crise econômica que tende a se agravar.

 

Parece até uma ação combinada. Todo mundo querendo implodir a base aliada. Só que estão forçando a barra. PT e PSB sempre se estranharam. Não é nenhuma novidade.  Entretanto, a mídia está impondo uma interpretação enviesada, transferindo lógicas de ordem local para o plano nacional.

Tudo bem, temos entrevista com Ciro Gomes ao Estadão, dando umas cacetadas no PT. Mas Ciro bate ainda mais forte em Aécio. E com todo o respeito pelo importante quadro político que é Ciro Gomes, ele é carta fora do baralho. Não é confiável, nem para seu próprio partido. E sua afirmação de que o PT “aniquilou sua carreira política”, ao forçar sua saída da última eleição presidencial é simplesmente ridícula. Quem mandou Ciro sair foi o PSB, e por razões absolutamente racionais: Ciro nem o PSB tinham condições políticas para bancar uma candidatura, ainda mais num ambiente altamente polarizado entre PSDB e PT. O PSB tinha que se posicionar e agiu certo: sua posição gerou excelentes dividendos políticos para o partido.

Os problemas recentes entre PSB e PT podem até trazer, como pano de fundo, divergências programáticas mais graves, mas é preciso verificar sobretudo os componentes locais, que sempre agem com muita força numa eleição municipal.

  1. Em Recife, o PT implodiu sozinho. Não há porque culpar PSB ou a relação entre PSB e PT pelos problemas na capital de Pernambuco.
  2. Em Fortaleza, briga de egos e cabeças duras. Luizanne Lins, do PT, é uma cabeça quente. Os irmãos Gomes também são cabeçudos. A briga é certa.
  3. Em BH, o Aécio envenenou e seduziu Marcio Lacerda, ao que parece prometendo apoio em eleição para governador em 2014.

 

Todavia, eu não acredito em ruptura de PSB com PT, e acho que a mídia está manipulando estatísticas de alianças.  Há um sensacionalismo tendencioso por trás do anúncio da queda no número de alianças entre os dois partidos nas capitais brasileiras. É claro que, de uma eleição para outra, as condições políticas mudam totalmente, e a quantidade de alianças com outro partido pode cair ou crescer. Mas é importante ver o quadro total, nacional. O Brasil tem mais de 5 mil cidades, não é porque o PT e PSB romperam aliança em 2 ou 3 cidades que se pode dizer que o casamento acabou.

As declarações das lideranças do PSB tem sido enfáticas: o partido vai apoiar Dilma em 2014. É isso que importa, o resto é fofoca, ou especulação interessada. E os sinais políticos de hoje não indicam nenhuma mudança nesse sentido. Ao contrário, os dirigentes partidários deram mostras de aborrecimento pelos problemas nas alianças já mencionados, e trataram de dirimir as dúvidas quanto à mútua lealdade exibindo fotos de Lula e Eduardo Campos abraçando-se sorridentes.

O anseio serrista, portanto, não passa disso, de um anseio, e parece satisfazer mais a vontade de ferir Aécio do que, efetivamente, forjar uma aliança com Eduardo Campos.

Em 2018, aí sim, Eduardo Campos poderia ter sua chance. Mas pensar em 2018 agora é futurismo tolo.

*

Algumas curiosidades interessantes sobre a eleição em São Paulo divulgadas hoje na midia:

 

 

Os números referentes à verba esperada de campanha mostra duas coisas:

  1. Os valores astronômicos indica que os partidos desta vez estão com medo de fazer caixa 2.
  2. Vai ser uma briga feia. PSDB e PT vem com muito dinheiro e muito tempo. E mais ou menos equiparados nesse quesito.

*

PS:

No Painel da Folha, tem umas notas que merecem ser digeridas com atenção. Outro dia comentamos sobre elas:

Dilma 2014

O empenho total de Dilma Rousseff em arregimentar apoios para Patrus Ananias (PT) pouco tem a ver com a eleição em Belo Horizonte. A presidente viu na cizânia entre PT e PSB em várias capitais o sinal de que Eduardo Campos é um adversário em potencial para sua reeleição. Da mesma forma, a vitória de Marcio Lacerda em BH consagrará outro potencial oponente, Aécio Neves (PSDB). Ao atuar pesado em sua terra natal, Dilma faz o primeiro lance explícito no tabuleiro de 2014.

A postos Dilma atua pessoalmente desde segunda-feira na novela mineira. No Planalto, recebeu o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o vice-presidente da República, Michel Temer, só para tratar do tema. Ontem, articulou o apoio do PSD de Gilberto Kassab a Patrus.

A prazo O PMDB pediu o Ministério dos Transportes na negociação para apoiar o PT em BH. Não deve levar agora, mas a expectativa é que, após o pleito, Dilma faça nova reforma ministerial para incluir a seção mineira do partido e o PSD de Kassab.

Dia D Também de olho em 2014, Aécio programa chegada triunfal a BH, hoje, com caravana de partidos para prestigiar Lacerda. “Será o desembarque da Normandia”, exagera um tucano. O senador dará entrevista acusando o PT de trair o prefeito.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Elson

06/07/2012 - 14h47

Olá, voltei de ressaca e alma lavada,nada como uma libertadores, tudo bem que o assunto não vem ao caso agora, más é sempre bom poder gritar: É campeão!
Rapaz, 2014 ainda tá longe, muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte, vai haver muita traição e muito conchavo. Ainda nem se decidiu as eleições municipais e o povo já tá trabalhando pelas presidenciais, eu penso que o PSB vai tentar se fortalecer em postos chaves, más ainda não tem bala na agulha, exemplo disso é o PMdB, que só um presidente da República por quê o cargo lhe caiu no colo.

FranciscoD.A.

06/07/2012 - 10h22

Algumas correções:

Esqueça SERRA, esqueça AÉcio em 2014.

SERRA ficará por 4 anos, no mínimo, na Prefeitura de SP. Nao há nenhuma outra hipótese plausível.

Aécio, depois de eleger Dilma em 2010 com sua birrinha juvenil, é carta fora do baralho, com a eterna pecha de TRAÍRA. Quem sabe em 2018 ou 2022.

E, o mais importante, imagino que o Sr., para nao assustar ainda mais a turminha Lulista, “se esqueceu” de falar do ascendente PSD do Kassab, hoje , já a 3a maior força no congresso e que, junto com o PSB, rivaliza com o PMDB…

FranciscoD.A.

06/07/2012 - 10h00

TROLICE.

oliveira

05/07/2012 - 20h08

Eu não acredito que Eduardo Campos disputará a presidência em 2014. Me alinho aos que consideram esses movimentos visando as eleições de 2018. O Eduardo não deixará a Dilma e o Lula. Seria muito arriscado. Por outro lado, não há afinidade ‘ideológica’, digamos assim, entre Eduardo e o PSDB. Essas alianças locais entre o PSB e PSDB irão se desfazer em 2014 tal como ocorreu em SP. Outra coisa é que o PSDB não é um partido confiável para se fazer aliança para uma candidatura a presidente porque eles dariam um golpe de estado a ‘la paraguai’. Está na veia deles o golpismo. Foi isso que fizeram esses anos todos em que o PT esteve no poder. São orgulhosos demais para carregar uma vice presidência por 8 anos e o Eduardo tem consistencia política suficiente para ser candidato ao cargo de presidente e não aceitaria ser o vice. Enfim, eu, no lugar do Eduardo Campos, ficaria com a Dilma e o Lula em 2014 que em 2018 estaria garantido. A não ser que o PT roa a corda. Palpite.

Helena Vargas

05/07/2012 - 16h59

O Patrus tá vindo com muita força.

PMDB indica vice de Patrus
Enviado por luisnassif, qui, 05/07/2012 – 13:33
Por zanuja castelo branco
Do UOL

PMDB desiste de candidatura em Belo Horizonte e indica vice para Patrus

Carlos Eduardo Cherem

Aloísio Vasconcelos, ex-deputado federal e ex-presidente da Eletrobrás, foi escolhido nesta quarta-feira (4) como candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte pelo PMDB na chapa encabeçada pelo petista Patrus Ananias, ex-prefeito da capital mineira e ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

“O nome de Aloísio Vasconcelos foi consensual na bancada mineira de deputados. Fechamos com o PT em nome da unidade nacional entre as duas legendas”, disse Quintão.O deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), que abriu mão de sua candidatura a prefeito para apoiar a aliança com o PT, disse que fez isso pela unidade do partido.

As principais lideranças do PMDB de Minas Gerais participaram da escolha de Vasconcelos, em reunião no gabinete da presidência da legenda na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Aloísio Vasconcelos é irmão de Ronaldo Vasconcelos (PV), que foi vice-prefeito no segundo mandato de Fernando Pimentel (PT) à frente da capital mineira, cumprido entre 2005 e 2008.

Helena Vargas

05/07/2012 - 16h58

O descolamento de partidos da base aliada
Enviado por luisnassif, qui, 05/07/2012 – 14:36
Por Assis Ribeiro
Da Reuters

Eleição municipal deve ampliar peso aliado no governo Dilma

Por Ana Flor

O resultado das eleições municipais de outubro, com suas campanhas começando oficialmente na sexta-feira, deve ampliar o peso de alguns partidos na cena nacional e obrigar a presidente Dilma Rousseff a reorganizar o primeiro escalão de seu governo no final deste ano para acomodar sua base de apoio.

O pleito de outubro reflete a tentativa de descolamento de partidos aliados do projeto petista, avaliam fontes do governo e especialistas ouvidos pela Reuters.

O principal exemplo é o PSB, aliado histórico do PT desde a primeira tentativa de Luiz Inácio Lula da Silva chegar à Presidência, em 1989, e que agora enfrenta os petistas em seis capitais. Mas outros partidos, como o PCdoB, também querem ampliar sua força individual, sem falar no PMDB, o tradicional campeão das eleições municipais.

“O resultado das eleições vai ser um quadro político mais complexo e multipartidário”, reconheceu, em conversa com a Reuters, uma fonte do Planalto que acompanha a movimentação aliada.

Apesar de seguir de perto os movimentos dos partidos da base de apoio, o Planalto tenta se distanciar da corrida eleitoral de outubro, de forma a diminuir os danos políticos para a gestão Dilma.

“A orientação da presidenta é muito clara: eleição é um problema dos partidos”, afirmou a ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti em encontro com jornalistas nesta semana.

Segundo ela, Dilma irá se manter afastada das campanhas, apesar da expectativa de muitos candidatos de que a presidente grave participações em seus programas de rádio e televisão.

Assessores da presidente reconhecem, entretanto, que ela não vai escapar de participar da corrida em São Paulo, onde o ex-presidente Lula tenta eleger o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), ou do Rio, onde já estará na sexta-feira com o prefeito e candidato a reeleição Eduardo Paes (PMDB).

Para minimizar o dano de aparições da presidente em apenas algumas campanhas, o Planalto tenta reforçar a ideia de que a legislação eleitoral apenas permite que ela tenha sua imagem utilizada nas chapas coligadas ao seu partido, o PT.

Outra legenda que deve ter seu espaço no governo avaliado após as eleições é o novato PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Apesar de estar aliado na disputa paulistana ao tucano José Serra, figura mais emblemática da oposição ao governo Dilma, o PSD deve ingressar na administração federal por ter uma das maiores bancadas no Congresso e estar coligado a governistas em outros pleitos de outubro.

DESCOLAMENTO

O principal movimento de descolamento do PT foi o do PSB, presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O partido abandonou o PT e tenta eleger prefeitos próprios nas capitais dos dois Estados onde é mais forte: Pernambuco e Ceará.

Em Belo Horizonte, uma das capitais mais importantes do país, PSB e PT romperam a aliança que elegeu o socialista Márcio Lacerda quatro anos atrás com apoio do PSDB. O PSB preferiu continuar aliado aos tucanos.

Enquanto o PT vê a movimentação de Campos como um sinal de que o governador tentará enfrentar o PT nacionalmente já em 2014, outros aliados acham normal que o partido amplie sua independência para ganhar mais poder nas próximas eleições, esteja com o PT ou não.

“Os aliados já perceberam que o PT tem um projeto de hegemonia próprio, em que não haverá espaço protagonista para outro partido”, afirmou uma liderança aliada do governo.

A avaliação de outros políticos é que a saída de Lula da Presidência da República obriga Dilma e o PT a dividir mais o poder com uma base que busca preencher espaços regionais.

O rearranjo nos primeiros escalões do governo federal entre o final deste ano e o início de 2013 deverá refletir, segundo um ministro, o maior ou menor sucesso dos aliados em ampliar espaços regionais que serão importantes para manutenção do projeto da coalizão que comanda atualmente o país.

ALIANÇAS REGIONAIS

Em muitas cidades do país as eleições municipais devem contrariar os blocos políticos tradicionais, unindo forças regionais que se enfrentam no plano nacional. É o caso, por exemplo, de João Pessoa, onde o PT quebrou a resolução aprovada pelo congresso nacional do partido, que proibia coligações com o PSDB, PPS e DEM, para fechar uma chapa que terá o PPS de vice.

“Em cidades menores isso é muito mais comum, porque as alianças locais não seguem a lógica nacional”, afirmou o professor de Filosofia Política Roberto Romano, da Unicamp.

Outro caso é o de Porto Alegre, onde apesar de o PP ter decidido apoiar formalmente o PDT, a principal expoente do partido no Estado, a senadora Ana Amélia Lemos anunciou que fará campanha para a comunista Manuela D’Ávila.

Helena Vargas

05/07/2012 - 16h56

José Dirceu e o racha entre PT e PSB
Enviado por luisnassif, qui, 05/07/2012 – 13:53
Por zanuja castelo branco
Do JC On line

Dirceu expõe briga com PSB

Ex-ministro elege o governador Eduardo Campos como adversário do PT e conclama aliados a se unirem no Recife e Fortaleza

Se ainda pairava no ar alguma dúvida de que o PT paulista, encabeçado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, elegeu o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, como adversário preferencial nestas eleições, ontem a verdade veio à tona. Em seu blog, Dirceu afirmou que o líder socialista se lança desde já na disputa presidencial de 2014, com a promoção de candidaturas próprias em Recife e Fortaleza. “Em Minas e em Pernambuco a estratégia traçada por seus líderes é a de tentar impedir o fortalecimento nacional do PT. Não conseguirão”, registrou ele, em referência às posturas do senador Aécio Neves (PSDB) e de Eduardo.

Homem de ferro do partido, Dirceu direciona os petistas a combater os candidatos do PSB no Recife e em Fortaleza, responsabilizando o partido pelo rompimento das alianças. “A diretriz é disputar com o PSB em relação a Elmano e a Humberto em Fortaleza e no Recife, capitais que o PSB, mesmo por razões distintas, decidiu romper a aliança histórica com o PT, coligação que elegeu e reelegeu os governadores do Ceará, Cid Gomes, e de Pernambuco, Eduardo Campos”, conclama Dirceu.

O petista afirmou, ainda, que é difícil explicar o quadro de desentendimento do PT com o PSB em Pernambuco. “Eu sei que Pernambuco é um caso mais difícil de entender, porque todos acompanharam e sabem que Eduardo Campos recebeu do ex-presidente Lula e de seu governo um apoio que jamais governador nenhum teve nas ultimas décadas no Brasil desde a redemocratização do país, em 1985”, reforçou Dirceu, para, em seguida, complementar: “Como não há explicação lógica e política para o rompimento das alianças em Fortaleza e no Recife, fica evidente a decisão de seus líderes, de enfraquecer o PT tentando retirar o partido do governo das duas capitais do Nordeste”, avalia.

    Helena Vargas

    05/07/2012 - 16h57

    Dirceu queimando pontes…

      FranciscoD.A.

      06/07/2012 - 13h08

      Dirceu deveria estar se preparando para ser Xerifinho de cela de cadeia…

      Ou esposinha, vai saber….


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