Análise da última pesquisa Ibope para São Paulo

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O Ibope divulgou apenas hoje a íntegra de sua última pesquisa de intenção de voto para o segundo turno em São Paulo. Acho que ela ainda vale por alguns dias, porque não aconteceu nenhum debate, nenhum fato novo.

É com dor no coração que eu tomo a seguinte decisão: a partir de hoje, e durante algum tempo, publicarei apenas um post de conteúdo livre por semana, às segundas. No resto da semana, terça a sexta, teremos aqui só conteúdo exclusivo para assinantes. Quando conseguirmos mais publicidade, ou minha empresa começar a ganhar mais dinheiro, a gente libera mais conteúdo. Por enquanto, por amor à sustentabilidade do espaço, tenho que apostar em assinaturas, que felizmente tem sido uma boa estratégia.

Vamos à análise:

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Eu separei e editei alguns gráficos, e faço comentários abaixo de cada um.

Diferença de 12 pontos não é tanta coisa, a depender do cenário. No caso de São Paulo, porém, as circunstâncias deixam bem claro que esta vantagem de Haddad tem muita solidez.  Vejamos a seguir.

Haddad tem 50% entre homens, contra 36% de Serra. Essa diferença é vantajosa para Haddad, porque estatísticamente, os homens se posicionam primeiro nas eleições, indicando o rumo que as mulheres tomarão a seguir. Não porque as mulheres imitem os homens, e sim porque as mulheres são um pouco mais prudentes na hora de proferir seu voto, mas a tendência é votarem de acordo com a sua classe.

Observe que o petista ganha em todas as faixas etárias. Serra ganha apenas entre os eleitores com mais de 50 anos. Haddad lidera isoladamente entre os eleitores de 49 pra baixo, que são pessoas tem maior atividade social, e logo maior poder de persuasão de amigos e familiares.

Serra ganha apenas, por 11 pontos, entre os mais ricos. Haddad lidera isolado entre pobres e classe média, que igualmente tem uma vida social mais intensa, quase nunca trabalham em casa, usam transporte público, fazem churrascos na rua, etc.

Considerando apenas os votos válidos, Haddad lidera com vantagem de 20 a 28 pontos entre pobres e classe média. Serra ganha apenas de 11 pontos entre mais ricos. O tucano está isolado num determinado nicho social.

 

Apenas 15% dos eleitores se dispõem a mudar de voto, sendo que os eleitores de Haddad se encontram bem mais decididos (só 11% disseram que podem mudar) dos que os de Serra (16% podem mudar).

Interessante notar duas coisas na tabela acima:

Entre os mais ricos (+ de 5 salários), apenas 12% disseram que podem mudar. É um número bom para Serra, porque ele lidera nesta faixa e isso revela que não perderá muitos votos aí; por outro lado, não é tão ruim para Haddad, porque indica que o petista também está consolidado aí, e também não perderá muito. Entre os mais pobres do conjunto, os que ganham até 1 salário, há também um cenário bem decidido: apenas 12% dizem que podem mudar, e 86% afirmaram que sua escolha é definitiva, o que é bastante promissor para o petista, visto que ele tem sua maior vantagem nas faixas de renda mais pobres.

 

A tabela acima é talvez a mais importante dessa pesquisa, porque ela revela para onde vai o eleitor do Russomano. Pois é, ele vai, em sua grande maioria, para Haddad (59%). Serra herda somente 26% dos eleitores de Russomano. Chalita, que ficou em quarto lugar, mas teve uma votação razoável, viu seu eleitorado se dividir de maneira equânime entre PT e PSDB, os quais ficaram com 38% cada um. Mas como Chalita aparecerá na propaganda eleitoral pedindo voto para o petista, a tendência é crescer a migração de voto “chalítico” para Haddad.

 

Essa tabela é apenas uma curiosidade. PT se mantém como o partido preferido de 34% dos paulistanos, mais que o dobro do percentual obtido pelo PSDB. Repare que o PSOL já está em quinto lugar na preferência do paulistano (com 3%), embora com simpatizantes ainda concentrados entre os mais ricos.

 

Dilma continua bem popular entre os paulistanos: tem 16% de ótimo e 45% de bom. Total 61% de bom e ótimo. E apenas 9% de ruim e péssimo.

Alckmin é popular também, mas bem menos que a presidenta. Tem 10% de ótimo e 36% de bom. Total de 46% de bom e ótimo. E 16% de ruim e péssimo.

É covardia falar dos índices de aprovação de Kassab. Dispensam comentários. Só vale apontar que ele também é muito ruim entre os mais ricos, o que pega justamente o eleitorado cativo de Serra.

Conclusão: Haddad tem a faca e o queijo na mão para ganhar essa eleição. Apresenta uma vantagem sólida, espraiada em todas as classes e faixas de idade, e tem apoio de cabos eleitorais mais fortes (Lula, Dilma e Chalita) dos que os de Serra (Alckmin e FHC).

A íntegra da pesquisa Ibope está nesse link.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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