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E o mundo não acreditou na Globo

Os investidores estrangeiros não apenas ignoraram as advertências de Miriam Leitão; também esqueceram de ler as do Financial Times.

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Velvet Underground (a loira é a Nico)

Os investidores estrangeiros não apenas ignoraram as advertências de Miriam Leitão; também esqueceram de ler as do Financial Times. Ingratos e desinformados, injetaram no Brasil US$ 65 bilhões em 2012, considerando apenas os investimentos em produção, o que correspondeu a quase 5% do total dos investimentos em todo mundo, um recorde. Os empresários, antigamente tão criteriosos, hoje se juntam aos pobretões do bolsa família, e, referindo-se aos emplumados da Globonews, entoam um refrão do Velvet Underground:

I’m not too sorry now

that you’re gone

I don’t think I’ll miss you

I found a new one

(Eu não estou nem aí

agora que você se foi

Não acho que vou sentir sua falta

Eu achei alguém novo)

[/s2If] [s2If !current_user_can(access_s2member_level1)] Para continuar a ler, você precisa fazer seu login como assinante (no alto à direita). Confira aqui como assinar o blog O Cafezinho.[/s2If] [s2If current_user_can(access_s2member_level1)]   São Pedro também não está ajudando a turma da Judith Brito a fazer oposição. E olha que a Miriam está se esforçando: em comentário na CBN hoje afirma que você vai viver um tempo, mas morrerá um dia; ou segundo suas próprias palavras:

(…) num primeiro momento, o consumidor terá alívio grande no custo da energia; mas mais adiante (..) o preço será elevado.

Detalhe: a previsão de que o preço da energia subirá vai demandar, por parte da Miriam, uma torcida alucinada para não chover mais. Cada gota no teto de zinco vai doer na consciência da jornalista como dez mil votos no PT. Os mapas do Centro de Previsão Climática do INPE (abaixo) estão repletos de nuvenzinhas, o Clima Tempo continua  prevendo água pra todo lado e o reservatório de Furnas, que deu um susto no Ano Novo, quando o volume útil chegou a 12%, agora exibe uma posição bem menos alarmante de 25%. E subindo.

Entrementes, as editorias de opinião esqueceram hoje o apagão, a posse de Obama e demonstram altiva indiferença à nova legenda que Marina Silva está em vias de criar. Esta semana houve encontro para discutir a criação do partido, com participação de líderes sociais como o tucano Walter Fedman e Maria Alice Setúbal, herdeira do Itaú. Talvez a imprensa receie, instintivamente, que ao invés de invadir o eleitorado petista, é mais provável que a nova legenda mastigue votos da oposição.

Nada disso parece interessar muito à imprensa. Ela só quer saber de Lula, essa figura que há poucos dias realizou a proeza de ser eleito o político mais corrupto de 2012 junto às hordas feicebukeiras (as mesmas que organizaram aquela super bem sucedida manifestação conhecida como “os 20 do Masp“), mesmo sem exercer nenhum cargo público ou… político… Hoje teve Lula pra todo lado. Na Veja, Reinaldo Azevedo abriu a manhã afirmando que a postura de Lula seria explicada por uma “Síndrome da Inveja do Próprio Pênis”.  A Folha ordena, num editorial com ares de Casa Grande, que Lula cale a boca:

Nesse contexto, não é demais lembrar que Lula não ocupa cargo no governo. Embora nada o proíba de participar de articulações e defender teses e propostas, seria mais adequado que agisse com discrição e desse preferência aos caminhos institucionais, como o debate em âmbito partidário.

No Estadão, Dora Kramer vai mais longe e afirma que “ex-presidente Luiz Inácio da Silva usurpa o poder de suas criaturas”. Tenho impressão que, após divulgarem, com mal disfarçado alívio, a notícia de que Lula não pretende disputar um novo mandato, os jornalões sentiram-se mais à vontade para continuarem seu esporte preferido: detonar o barba. O mesmo Estadão testou alguns novos limites da baixaria, em seu editorial de hoje, ao chamar Rose, ex-secretária da Presidência da República, de “namorada” de Lula.

Parodiano Rui Castro, eu acho que “agora vai”, mas não me refiro à nova lei da Myriam Rios, e sim à informação do BNDES, divulgada ontem, de que os desembolsos do banco atingiram R$ 156 bilhões em 2012, 12% a mais que no ano anterior. Esse dinheiro terá, forçosamente, que dar frutos este ano, até porque não fica por aí. O BNDES trabalha com a perspectiva de investir R$ 2,4 trilhões até 2016. Juntando esses números ao recorde de investimentos estrangeiros diretos em 2012 (citado no início do post), a conclusão é que o solo brasileiro está superadubado, aguardando agora o crescimento das plantas e a colheita, que pode vir ainda este ano, ou em 2014.

Em termos de escândalo, a mídia já foi melhor. Renan Calheiros não tem cara nem história de santo, mas acusar um político de levar número de recorde de casas populares para seu estado soa mais como elogio do que como denúncia. A sociedade está cansada de denuncismo. Se há alguma coisa contra Renan ou Alves, temos aí uma excelente oportunidade para o Ministério Público mostrar serviço. Ninguém vai chorar por Renan, ninguém vai chorar por Alves. Mas, no caso de Renan, terão que encontrar crimes maiores do que descobrirem que uma empresa que recebeu recursos para tocar o Minha Casa Minha Vida em Alagoas é “aliada” porque pertence ao irmão do sócio do filho do senador… Legal enveredar por essa coisa de família. Me fez lembrar que  o irmão do Tasso Jereissati, o empresário Carlos Jereissati, recebeu dinheiro do BNDES para comprar, a preço de banana, uma das mais importantes empresas públicas do país.

Alás, tem sido muito comovente o choro dos éticos com a eminente eleição de Renan Calheiros para o cargo de presidente do Senado. Dora Kramer, na terça, afirmou que “Alves e Calheiros são comandantes à altura de um Parlamento em situação falimentar”.

Está todo mundo achando ótimo o escrutínio radical que a imprensa vem fazendo na vida dos próximos homens fortes do PMDB no Congresso, embora eu sinta falta de uma menção, mesmo que em pé de página, ao fato de Renan Calheiros ter sido ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso… Se alguém quiser desafinar o coro dos santos de pau oco, pode fazer um ótimo contraponto àquela história do lobista que pagava mesada para a ex-amante de Renan: lembrar que a Globo, em retribuição aos mimos que recebia do BNDES tucano, bancou por muitos anos o custo de vida de Miriam Dutra, ex-amante de Fernando Henrique, e mãe do filho que ele, recentemente, descobriu que não era dele…[/s2If]

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Carlos Antônio (@Carlosgrupon8)

25/01/2013 - 14h00

E o mundo não acreditou na Globo – http://t.co/A3lH5xVy

Decio Murtinho (@decimu)

25/01/2013 - 01h40

E o mundo não acreditou na Globo – http://t.co/rZfg1UY1

Julio Cezar Cruzeta (@jcruzeta)

23/01/2013 - 23h27

E o mundo não acreditou na Globo – http://t.co/IYlZSBD0

Kely Cristina Moura (@kelycristinar)

23/01/2013 - 21h52

“@SOS_RIO: E o mundo não acreditou na Globo http://t.co/aCX3CnIO via @sharethis”

@SOS_RIO

23/01/2013 - 21h43

E o mundo não acreditou na Globo http://t.co/GkB4r7gg via @sharethis

@turquim5

23/01/2013 - 21h41

E o mundo não acreditou na Globo e se deram bem…. http://t.co/O6Syi8Mo via Blog O Cafezinho

migueldorosario (@migueldorosario)

23/01/2013 - 09h57

E o mundo não acreditou na Globo http://t.co/TMk3mxa1


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