Sobre as manifestações contra o aumento das passagens

Primeiramente, peço desculpas aos leitores por não ter feito, até agora, nenhum comentário sobre as ruidosas manifestações ocorridas em várias capitais, em protesto contra o aumento das passagens de ônibus, e a brutal repressão que se seguiu, sobretudo em São Paulo. Manifestações políticas são sempre explosivas, mas esta parece ser particularmente polêmica.

Estou em Brasília, envolvido no meu segundo trabalho, no ramo de cinema, mais especificamente legendas eletrônicas. Desta vez, trouxe uma equipe e pensei que poderia ficar trabalhando no blog tranquilamente. Consegui ler todos os jornais e blogs, mas na hora de escrever, tive que resolver pepinos tamanho família. Deu tudo certo, mas estou arrasado psicologicamente. Amanhã as coisas se normalizam aqui. Minha equipe prometeu não me dar mais sustos, então poderei voltar a escrever.

Para não deixar passar o dia sem ao menos uma atualização no blog, eu sugiro aos leitores alguns textos que me chamaram a atenção pela argúcia, sensibilidade e espírito cívico com que encararam a polêmica. São opiniões de esquerda, francas e corajosas.

O primeiro é um artigo do Len, no blog Ponto e Contraponto, que faz uma abordagem bem consequente. Clique aqui para ler.

Depois temos um artigo, como sempre direto ao ponto, do Fernando Brito, no Tijolaço. Clique aqui para ler.

A Carta Capital está cheia de artigos interessantes para se entender as repercussões políticas do episódio. Vale a pena dar uma espiada por lá.

O blogueiro Eduardo Guimarães, que havia feito duras críticas ao viés violento das manifestações, agora aborda o assunto por um ângulo oposto. A entrevista que ele faz com uma jornalista da Rede Brasil Atual traz um relato muito chocante da violência policial em São Paulo. Leia aqui.

Bem, vou tentar dar minha opinião em poucas palavras. Estou chocado. Com a violência da polícia. Com a possibilidade de uma manifestação ter sido “infiltrada” com provocadores. Esta última hipótese me fez inclusive ficar meio paranóico. As manifestações na Líbia, por exemplo, começaram justas, mas foram infiltradas por interesses obscuros, externos, imperialistas. Mas por enquanto é só paranóia de um blogueiro cansado.

A paranóia nasceu de reportagens do Globo, citando o Wall Street Journal, onde se fala que as manifestações eram contra o “desemprego”. Estão usando as manifestações para fazer ataques especulativos contra o país!

Enfim, amanhã eu volto aqui com mais calma. Espero que livre de paranóias e com uma visão mais objetiva sobre o que aconteceu, suas repercussões e significados políticos.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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