Governo Aécio deu R$ 25 milhões para Valério, em 2004 e 2005

Matéria da Folha publicada neste sábado traz uma informação interessante, mas o jornal não faz as perguntas certas.

Reproduzo um trecho:

No relatório do inquérito 2474, escrito pelo delegado Flavio Zampronha, fica evidente que Marcos Valério recebe dinheiro de inúmeras fontes, e que usa os recursos para suas atividades de lobista político profissional.

Essa informação da Folha, de que até o governo de Minas Gerais, na gestão Aécio Neves, dava dinheiro para Valério, no mesmo período em que, em tese, Valério distribuía dinheiro para o PT, produz uma conclusão absurda: o PSDB também dava dinheiro para que o PT “se perpetuasse no poder”.

A conclusão é absurda mas é a consequência lógica da acusação da Procuradoria, de que houve “compra de votos” no Congresso.

Houve distribuição de dinheiro para caixa 2 de campanhas eleitorais, conforme admitiram e comprovaram todos os réus. Não houve uma só prova de compra de votos.

O máximo que Roberto Gurgel conseguiu, como “prova” da compra de votos, foi apontar a “proximidade” das datas entre o recebimento de algumas quantias, e votações no Congresso. Gurgel fingiu esquecer que o Congresso vota leis toda semana, então sempre haverá alguma votação “próxima”. Isso não prova nada. A teoria é um desrespeito para com o Congresso Nacional.

A procuradoria e parte do STF esconderam documentos da sociedade que mostrariam Valério recebendo dinheiro de várias fontes, inclusive da oposição, de maneira que não faz sentido ver o publicitário como um operador interessado na “perpetuação” do PT no poder.

Mesmo durante o governo Lula, Valério continuaria sendo um patrimônio do PSDB, inclusive recebendo vultosos recursos de governos do partido.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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