República do Paraná prepara novo ataque midiático contra Petrobrás

A hipocrisia da República do Paraná é sem limites.

O novo golpe contra a Petrobrás, preparado meticulosamente pelo delegado Igor Romário de Paula, um dos delegados aecistas, é inflar o número referente ao prejuízo da Petrobrás causado por corrupção.

Inflar e jogar a culpa no PT, claro, quando a culpa deveria ser partilhada pelo próprio Ministério Público Federal, principal responsável pela apuração de casos de corrupção em órgãos públicos, e que deveria, portanto, desde o início, ter monitorado de perto, junto à direção da Petrobrás, a execução das grandes obras.

Afinal, se a Petrobrás fez o volume de investimentos saltar de alguns bilhões para a casa de centenas de bilhões de reais ao ano, é claro que haveria aumento da corrupção.

É uma questão matemática simples.

Há uma manipulação de narrativa, de um lado, e manipulação dos números de outro.

A manipulação dos números é uma coisa relativamente fácil de fazer. Se conseguiram manipular à vontade os dados do mensalão, transformando o Fundo Visanet em dinheiro público e culpando Pizzolato, que sequer tinha acesso a esses recursos, será relativamente fácil inflar um desvio, com base em relatórios forjados ou estimativas infladas.

Temos ainda uma curiosidade trágica.

A maneira irresponsável, sensacionalista, midiática, com que a PF conduz a Lava Jato tem causado um prejuízo muito superior aos supostos desvios. Aliás, capaz de serem tão cínicos, de acrescentarem os prejuízos causados por atrasos em obras, provocados pela truculência da PF e pela intransigência do MP e do juiz Sergio Moro, que fizeram de tudo (e conseguiram) para impedir que as empresas continuassem operando para a estatal, ao volume total estimado dos desvios.

O Ministério Público chegou a ir aos EUA, uma potência estrangeira com interesse geopolítico adversário à Petrobrás, pedir ajuda para investigar e punir a estatal.

O jogo é cada vez mais pesado.

E o objetivo, está bem claro, é dar um golpe branco de Estado.

E depois vender a Petrobrás, entregando-a aos americanos, após o pagamento de gordas comissões a todos que participaram do golpe.

Aí não falaremos de desvios de 5,6, ou 19 bilhões.

Estaremos falando de perda de soberania e um desvio de trilhões de reais, que seriam destinados ao fundo de educação.

E o pior é que o espírito desse golpe já contaminou até mesmo boa parte do funcionalismo da Petrobrás, num processo histórico que se repete em toda corporação similar. Seus funcionários passam a se ver como parte de uma corporação privada, não pública. Ocorreu o mesmo na PDVZA, na Venezuela. A estatal não é mais vista com uma instituição com obrigações políticas e morais para com a sociedade que tanto investiu em sua criação, e sim como uma empresa que visa apenas dar lucro aos acionistas, incluindo aí seus funcionários.

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PF já calcula em R$ 19 bi o prejuízo da Petrobrás
REDAÇÃO
02 Julho 2015 | 19:52

Delegado da Lava Jato anuncia que perícia técnica em fase final apontará sobrepreços muito maiores que os porcentuais inicialmente anunciados em propinas; valor é três vezes maior que o inserido no balanço da estatal

Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, no Blog do Fausto, Estadão.

A Polícia Federal reuniu elementos para apontar que o prejuízo gerado para a Petrobrás pelo esquema de cartel, fraudes em licitações, desvios e corrupção alvos da Operação Lava Jato pode chegar a 20% do valor dos contratos. O porcentual é muito superior aos 3% referentes às propinas confessadas por delatores. Segundo a PF, o rombo no caixa da estatal petrolífera já chega a R$ 19 bilhões.

O delegado da Lava Jato afirmou que essa coleta de elementos “pode levar um prejuízo à Petrobrás em seus contratos da ordem de 15% a 20%”.

“Laudos de nossos perítos da área contábil e de engenharia que devem ser divulgados em breve derrubam a tese de que a corrupção nesses contratos era em torno de 2% a 3%. Provavelmente vamos chegar em patamares de 15% a 20% do valor dos contratos sendo destinados à corrupção”, afirmou o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, nesta quinta-feira, 2.

A Lava Jato aponta até o momento um prejuízo de pelo menos R$ 6,2 bilhões para a Petrobrás, valor reconhecido pela estatal em seu balanço.

“Aquele número do balanço da Petrobrás é válido, mas conservador. Não temos dúvida de que os prejuízos são maiores que os R$ 6 bilhões lançados no balanço. Mas é quase impossível fazer essa mensuração porque há uma série de efeitos em toda a cadeia de licitação”, afirmou o procurador da República Carlos Fernando Lima, da força-tarefa da Lava Jato.

Os procuradores da força-tarefa esperam recuperar espontaneamente R$ 1 bilhão até o fim deste ano, segundo avaliação de Carlos Lima. Até o momento já retornaram aos cofres públicos R$ 700 milhões – incluindo valores devolvidos pelos réus confessos.

O delegado Igor Romário explicou que peritos federais incluíram nos cálculos em fase final “não apenas porcentuais destinados a pagamentos de agentes públicos e políticos”. “Mas também prejuízos causados em favor das empresas contratadas através do sobrepreço dos contratos, seja por jogo de planilha, seja por inserção de despesas desnecessárias.”

Igor Romário de Paula explicou que os porcentuais de até 3% comunicados até aqui nas operações da Lava Jato tinham por base a informação dos delatores.

“Só que esses laudos que estão sendo concluídos estão considerando não só a corrupção destinada aos agentes públicos. Estão embutidos aí superfaturamento, jogo de planilhas, montagem de projetos destinados a favorecer as empresas.”

O levantamento em análise concentra alguns contratos investigados.

O delegado da Lava Jato afirmou que assim que for concluído o laudo poderá ser melhor detalhado como as empresas, além de participarem de um cartel, que lhes garantia a divisão do mercado, também recebiam pagamento superior ao que era justificado para o contrato.

As denúncias envolvendo sobrepreço e fraudes em licitações ainda não integram o rol de acusações dos primeiros processos da Lava Jato. O Ministério Público Federal tem priorizado a divisão dos crimes em denúncias distintas, e concentrou as primeiras etapas nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

“Temos a impressão que nunca chegaremos a um número fechado. E, infelizmente, nunca vamos recuperar um número próximo a esse valor”, afirmou Igor Romário.

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-ja-calcula-em-r-19-bi-prejuizos-da-petrobras/

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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