Traidores e oposição tramam golpe paraguaio

Peemedebistas e tucanos se reúnem e já discutem sucessão de Dilma

Em encontro promovido na casa do senador Tasso Jereissati, senadores discutem apoio da oposição a um possível governo do PMDB

Por Iva Velloso, para o Site Fato online

Em reunião na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), com a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na terça-feira (4), líderes governistas e oposicionistas traçaram alguns cenários em torno de um possível impeachment da presidente Dilma. Chegaram à conclusão de que o processo será inevitável. Partindo desse ponto, iniciaram conversas em torno da governabilidade e de um possível apoio da atual oposição para soerguer a economia de um futuro governo peemedebista.

As conversas iniciaram por parábolas. Renan parecia ser o mais cauteloso ao tratar do possível impeachment da presidente Dilma. Chegou mesmo a admitir a possibilidade de que a presidente pudesse permanecer no cargo por mais algum tempo, mas foi imediatamente rechaçado por companheiros de partido. “Vocês é que são loucos de salvar o PT. Se eles conseguirem se salvar vão nos engolir. Tô fora”, disse um peemedebista.

Os senadores estão convictos de que o presidente da Câmara não terá dúvidas em dar andamento ao pedido de impeachment da presidente. Aprovada a admissibilidade para que Dilma seja julgada por crime de responsabilidade, ela será imediatamente afastada do cargo. A partir daí o Senado entra em cena. E todo processo será realizado sob o comando de Renan Calheiros.

Além do anfitrião e do presidente do Senado, também estiveram presentes Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Romero Jucá (RR), entre outros. Houve um pacto para que o encontro fosse mantido em sigilo, mas a reunião acabou sendo descoberta.

Durante a reunião, os líderes dos dois partidos também começaram um debate em torno de uma pauta mínima de sustentação da economia. Os senadores querem garantir que o país não “desça ladeira abaixo” junto com o governo da presidente Dilma Rousseff.

Vazamento

O vazamento de que haveria o encontro partiu da própria assessoria de Renan Calheiros. Pela manhã, ao divulgar a agenda do presidente do Senado, foi incluída uma reunião com a bancada do PSDB, a partir das 19 horas, na residência oficial na Península dos Ministérios.

Renan chegou a comentar sobre o assunto durante a coletiva que costuma conceder à imprensa quando chega ao Senado. “A oposição convidou para um diálogo e vamos ouvir o que eles têm a dizer”, respondeu.

Ao saber que o encontro havia sido vazado, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), chegou a cancelá-lo formalmente. Como justificativa, disse que o senador Dalírio Beber (PSDB-SC) havia combinado de oferecer à bancada um jantar a base de tainhas que trouxe do seu estado.

O jantar na casa de Beber realmente aconteceu. Mas nem todos os presentes à festa da tainha enceraram à noite na casa de Jereissati.

Liana Carvalho:
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