Internauta manda carta aberta à Veja

Um internauta amigo me envia a carta aberta que escreveu para a Veja, que insiste em mandar exemplares da revista para sua esposa, mesmo após o cancelamento da assinatura.

Creio que é um problema sofrido por muita gente. Pobres cidadãos que, mesmo após cancelarem suas assinaturas, ainda são cruelmente torturados com ataques semanais de mentira e manipulação.

Nosso tão zeloso Ministério Público, em nome do sagrado direito humano, presente em nossa Constituição, à dignidade e à informação correta, deveria notificar a revista para que não cometesse esse crime, de enviar a revista para quem não a quer mais contaminando suas casas.

Abaixo, a carta do internauta.

***

Caro Miguel do Rosário,

Peço-lhe a divulgação da minha carta aberta à Veja, se lhe parecer interessante.
Abs,

José Reinaldo Coelho Santos

CARTA ABERTA À REVISTA VEJA

São Luís (Ma), 11 de agosto de 2015

Sr. Diretor da Revista Veja,

Venho, encarecidamente, solicitar a Vossa Senhoria, que, a partir do recebimento desta, não mais envie qualquer edição dessa Revista à minha esposa, Sra. Alice de Fátima Silva Santos, pelos motivos a seguir elencados:

1 – Há muito tempo atrás, quando a VEJA ainda era uma revista respeitável, presenteei a minha mulher com uma assinatura desse semanário. No período final da assinatura, entretanto, a Veja já havia abandonado qualquer resquício de jornalismo para se transformar na maior ativista da extrema direita no país. Defende unicamente os interesses do Deus Mercado, do grande capital financeiro e especulativo. Buscando atingir os seus objetivos, trocou o bom jornalismo por uma campanha insidiosa, covarde e desonesta contra o Governo, o PT, a presidente Dilma Housseff e, especialmente, contra o ex-presidente Lula. E o que é pior, faz tudo isso sem assumir claramente a sua posição político-ideológica diante dos seus leitores;

2 – Às vésperas das eleições presidenciais do ano passado, tentou, e quase teve sucesso, num lance desesperado, golpear a Democracia publicando aquela capa criminosa com Lula e Dilma e a declaração falsa, de que sabiam de tudo que se passava na Petrobrás. Foi um lance desesperado de Vossas Senhorias, afogados em dívidas, demitindo funcionários, sendo despejados de suas instalações, para tentar colocar no Poder um governo amigo que pudesse tirá-los do estado pré-falimentar em que se encontravam e se encontram até hoje. Quase conseguiram, foi por muito pouco.

3- Agora mesmo, na edição 2437, lançam outra capa mentirosa contra Lula e reportagem também falsa contra Romário. O que pretendem Vossas Senhorias? Aonde querem chegar? Acham que somos todos idiotas?

Na verdade, a VEJA abdicou de fazer jornalismo. Faz campanha política 24 horas por dia. E isso é papel dos partidos políticos, não de uma revista de informação política. A VEJA é, em grande medida, responsável pelo intolerância que grassa nas Redes Sociais, pelo ódio que tomou conta da chamada “opinião pública”, com os seus colunistas tipo reinaldos azevedos, rodrigos constantinos e outros, que escrevem as suas colunas babando, tal qual uns cães raivosos.

Fico tentando imaginar por que a Editora Abril continua enviando a VEJA à minha mulher, se não renovei a assinatura, se não lhe pago por nada … Isso tem um custo, claro, e, certamente, um benefício maior. Quem sabe, o benefício de vender aos anunciantes a idéia de que têm um número maior de assinantes do que na verdade têm. E eu não quero, de nenhuma forma, contribuir para o sucesso ou mesmo para a simples sobrevivência dessa publicação que se tornou asquerosa. Quantos, além da minha mulher, recebem a VEJA gratuitamente?

Reitero, portanto, o pedido para que não mais nos enviem essa revista, cujo destino, invariavelmente, é o lixo. Lixo não reciclável, se é que me entendem. Pensem no vexame de serem acionados na Justiça por um ex-leitor, que não quer mais receber, nem de graça, uma revista que é a jóia da Corôa da Editora Abril.

Fico no aguardo de suas providências
José Reinaldo Coelho Santos

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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