Oposição nervosa: se golpe não sair este ano, nunca mais

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Análise Diária de Conjuntura – 14/10/2015

Começa a cair a ficha na oposição acerca de uma coisa. Se o golpe não for dado este ano, o recesso parlamentar, o carnaval e as eleições municipais de 2016 irão esfriar substancialmente a pressão em prol do impeachment.

Esta é a razão pela qual ela, a oposição, demonstra tanto nervosismo. A derrota no Supremo Tribunal Federal (STF) embaralhou a sua agenda. [/s2If]
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O líder do PSDB, Carlos Sampaio, ou melhor dizendo, um dos líderes do golpe, declarou ontem (a informação está no site da Câmara) que a oposição irá entrar com novo pedido de impeachment nesta sexta-feira.

Entretanto, eles sabem que a agenda já está perdida.

Não vai ter golpe este ano.

Talvez ano que vem, depois das eleições de outubro…

Mas daí chegará novo recesso, e o golpe então ficará para 2017, penúltimo ano de governo.

A tentativa da oposição de incluir, nos pedidos de impeachment, supostas “pedaladas fiscais” em 2015 não tem sentido algum, porque tal coisa não foi sequer avaliada pelo plenário do TCU, nem pode ser tão cedo.

O TCU não julgava contas há séculos de nenhum governo, e agora vai instalar julgamento online das contas de Dilma Rousseff?

O frenesi golpista de alguns ministros do TCU, em especial aqueles sobre os quais pesam acusações criminais gravissimas, está deixando pegadas sujas demais pelo caminho.

O golpe era para ser limpo, rápido, objetivo.

Não é o que está acontecendo.

A presidenta Dilma, no congresso da CUT, já deixou bem claro que a sua especialidade é a guerra. A presidenta pode não ser tão boa no dia a dia da política, e tem a mania algo desesperadora de esperar o fio quase estourar antes de se posicionar.

O discurso dela chamou a atenção e virou capa do Globo.

Mas o Globo rasgou sua fantasia de defensor da legitimidade, e voltou a defender abertamente o golpe. Seu editorial de hoje, “Legitimidade de Cunha prejudica impeachment”, retrata o desespero do jornal diante do maior dilema hoje da oposição: Cunha é hoje o seu maior aliado no Congresso, e ao mesmo tempo o quadro mais sujo do cenário político.

Outro texto, divulgado com bastante destaque, traz opinião de “especialistas”, consultados pelo jornal, que tentam manter a acesa a chama da esperança no impeachment.

No twitter, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, já sinaliza que desistiu do impeachment via TCU, e agora começa a fazer a campanha por aquilo que representa a última bala no cartucho da oposição: a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

É muito difícil que o TSE casse sumariamente a candidatura de Dilma Rousseff. Seria o mais sujo e golpista tapetão judicial da história de todas as democracias, em virtude da magnitude do eleitorado brasileiro – 143 milhões de eleitores – e da hipocrisia das acusasões.

A decisão, se ocorrer, ficará apenas para o finzinho do ano, e deverá fazer o golpômetro disparar alguns pontos em sua véspera. Provavelmente o TSE adiará para o ano que vem, o que pode beneficiar o governo, caso este saiba criar uma estratégia de defesa política de seu mandato e de sua eleição junto à opinião pública.

O golpômetro não mudou de ontem para hoje. Deve subir uns pontinhos sexta e sábado, em virtude dos pedidos de impeachment que a oposição prometeu fazer em plenário, além dos factoides anti-governo do final de semana, mas a tendência é baixar ao longo da próxima semana.

O Globo noticia que o novo ministério do governo está muito mais pró-ativo do que o anterior. O novo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tem se encontrado inclusive com o presidente da Câmara, para tentar fazer o parlamento não ficar obcecado pela pauta do impeachment e votar outras medidas de interesse nacional.

Segundo o noticiário, estas negociações entre governo e parlamentares estão avançando e a votação dos vetos da presidente às chamadas “pautas-bomba” pode acontecer dentro de alguns dias. Caso esta votação aconteça, será uma vitória simbólica fundamental do governo, praticamente o enterro do golpe, visto que provará que a oposição não tem, nem de longe, dois terços dos deputados a seu lado.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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