E vai terminando a mais longa eleição da história

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)]Análise Diária de Conjuntura – 10/11/2015.

O terceiro turno das eleições de 2014, que entrou 2015 adentro, vai terminando de maneira melancólica para os derrotados nas urnas:
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1) o locaute golpista dos caminhoneiros perde força, deixando na sociedade a sensação estranha de que a oposição conservadora é partidária da desordem;

2) o delator-empreiteiro dá uma rasteira na tese de Gilmar Mendes, e diz que as doações de campanha não foram propina. Com isso, mata o golpe hondurenho que Gilmar Mendes e Aécio Neves queriam aplicar em Dilma;

3) a Lava Jato agora se especializa em vazar conversas íntimas de réus, como os comentários de Marcelo Odebrecht; pior, a plantar notinhas na imprensa tucana de que um empreiteiro “pode falar” em negócios com filho de Lula. Ou seja, estão tropeçando nas próprias pernas e desmoralizando a sua conspiração midiático-judicial. Enquanto isso, um monte de gente segue presa sem provas;

4) A liderança do golpe, Eduardo Cunha, conseguiu a proeza de unir todas as forças progressistas contra si. Com todas as denúncias contra si, recusa-se a renunciar. Há um lado profundamente poético nessa história: o ultra conservador foi desmascarado. Todos os seus impropérios contra o PT e contra a presidente Dilma converteram-se em elogios;

5) Meia dúzia de mercenários se acorrentam numa pilastra da Câmara, de onde exibem cartazes em ingês, ao príncipe do Japão, pedindo o impeachment da presidenta. Sem noção.

***

O problema central agora passa a ser a economia, que fechará o ano com um número bastante negativo, dando margem para o show apocalíptico da mídia.

Em Brasília, trava-se agora batalha para convencer Dilma e seu ministro da Fazenda a liberarem crédito internacional para os Estados e crédito para incentivar o consumo, de maneira a movimentar a economia, elevar a arredacação, o que seria a única maneira de fazer o ajuste dar certo.

Quem lidera esta batalha é Lula, e para isso tenta emplacar o Henrique Meirelles na Fazenda. Meirelles seria um Levy menos dogmático, um pouco mais sensível a questão do emprego e da retomada econômica.

Alguns estrategistas políticos ligados ao PT tem alertado o governo que, se não forem tomadas medidas para recuperar a economia, o impeachment pode voltar à pauta, desta vez não pelas mãos dos derrotados em 2014, mas pela voz das ruas.

A economia será o desafio mais complexo, porque exigiria uma criatividade que o governo até o momento não tem demonstrado possuir.

Além disso, já está claro que a questão econômica também passa pela articulação política. O governo precisa retomar o diálogo com as forças econômicas, empresários e sindicatos, e construir uma agenda em comum para voltarmos a crescer.

O princípio do ajuste não é constestado. Todos sabemos que é preciso arrecadar mais do que gastamos, mas a economia é um ser vivo, que precisa de cuidados para não ficar doente ou morrer. Não se cura uma doença exagerando no remédio. É preciso que a dosagem não seja excessiva, permitindo que o próprio corpo produza os anticorpos necessários à sua recuperação.

De qualquer forma, a economia brasileira é tão diversificada e complexa que ela se recuperará de uma maneira ou outra, a partir do ano que vem, para o qual, aliás, temos perspectivas de inflação menor e mais crescimento.

O perigo é o desemprego, que possivelmente continuará aumentando até meados do primeiro semestre de 2016.

Uma medida para gerar postos de trabalho nas áreas que perderam mais empregos nos últimos meses não seria má ideia.

As eleições municipais do ano que vem também ajudam. Os prefeitos, por razões óbvias, concentram seus esforços para gerar empregos e melhorar a economia da cidade em ano de eleição. Historicamente, os índices de crescimento econômico sempre melhoram em anos eleitorais. [/s2If]

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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