Oposição já sabe que perdeu batalha do impeachment

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Análise Diária de Conjuntura – Manhã – 06/01/2016

A primeira semana do ano vai chegando ao fim e, pelo jeito, tudo continua na mesma. A mídia prossegue sua virulenta campanha apocalíptica, oferecendo à sociedade um quadro confuso, sinistro, assustador.

Eduardo Cunha voltou a pautar a imprensa. No Painel da Folha, encontro as seguintes notas:

Pensando no bis A oposição faz as contas e hoje acredita que Dilma teria votos suficientes para se livrar do impeachment, mas por um placar apertadíssimo. Diante disso, desenha uma nova ofensiva de desgaste permanente da petista. [/s2If]

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Torcida Eduardo Cunha tem dito que, com uma votação pouco acima dos 171 votos necessários, o governo “acaba”: continuará sem capital para aprovar medidas que o tirem do sufoco, o que manterá a crise de pé.

Tenho estoque O peemedebista lembra que ainda há três pedidos de impeachment, com argumentos diferentes do atual, que podem ser deflagrados a qualquer momento.

A oposição já entendeu que o pedido de impeachment será derrotado, e já se prepara, com ajuda da imprensa cunhista, a transformar a sua derrota numa “vitória”.

A frase de Cunha, de que o governo “acaba” se tiver poucos votos acima dos 171 nada mais é do que o choro antecipado de um derrotado.

No Globo, Merval Pereira – que até pouco tempo se reunia a portas fechadas com Eduardo Cunha, planejando o golpe – agora faz textos contra a estratégia da oposição de colar ao presidente da Câmara. É que é muito fácil ser colunista de jornal: pode falar uma coisa hoje e outra coisa amanhã.

Trecho da coluna de Merval, ontem no Globo:

Mais uma vez a oposição está escolhendo o pior caminho na disputa sobre o rito do processo de impeachment, unindo-se ao (ainda) presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nos embargos de declaração que serão impetrados para tentar mudar a decisão do Supremo Tribunal Federal.

A oposição hoje, em especial o PSDB, precisa simular distância de Cunha de dia, e jantar com ele à noite, porque ele é que tem a chave do mundinho encantado do golpe parlamentar.

No entanto, a decisão do STF ao final do ano passado deu um nó na cabeça da oposição, que ela apostou alto demais no impeachment, e perdeu.

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As novas turbulências políticas na América Latina, após as vitórias eleitorais da direita na Argentina e na Venezuela, encontrarão um cenário bem diverso de outros momentos de avanço conservador. As populações pobres da Venezuela e Argentina estão mais politizadas, mais alfabetizadas, mais conscientes de seus direitos, e esses países construíram sistemas de comunicação populares que farão a diferença neste momento.

A direita não tem mais como apelar para a truculência, para a censura, sem perder capital político, e isso restringe muito seus movimentos, de maneira que a cobra neoliberal, que voltou a erguer a cabeça nos últimos dois anos, em todo o continente, pode tê-lo feito apenas para que seja devidamente cortada, democraticamente, pelos povos latino-americanos.

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Aqui no Brasil, pelo menos, é o que tem acontecido. A cada vez que a direita se manifesta nas ruas, ela perde capital político. Isso explica o declínio de suas manifestações, até o momento em que, quando todas as circunstâncias ofereciam a grande ocasião para ela dar o golpe final no governo, ela tenha fracassado, e levado um número medíocre de pessoas às ruas. Com a esquerda, deu-se o contrário. Quando todos os elementos – pusilanimidade do governo, crise econômica, desorganização partidária e sindical – agiam para que não conseguisse mobilizar as pessoas para defender o voto, a esquerda fez a sua maior manifestação do ano, superando em muito inclusive a direita – que havia passado o ano inteiro se gabando de ter vencido a disputa das ruas.

Enfim, muitas águas irão rolar neste primeiro semestre. Há grandes enfrentamentos agendados para março. Mas antes há o Carnaval, momento de catarse popular, explosão de alegria, esperança e bom humor, justamente os sentimentos que a grande mídia quer esmagar, em sua campanha pelo ódio, pela depressão, pela desesperança.

O governo, por sua vez, tem dois meses de relativa trégua, e já deu sinais variados de que usará para investir na recuperação econômica, embora procure ter o cuidado, desta vez, de não produzir demasiado estardalhaço. O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, deixou claro que pretende ser um ministro de mais ação do que de palavras, o que é bom, não obstante a necessidade (e isso será fundamental), por parte do governo, de adotar estratégias mais assertivas de comunicação.

Certamente foi pensando nisso que Lula viajou ontem à Brasília, para se reunir com Dilma e tratar de política econômica. A entrada de Barbosa na Fazenda deu unidade de pensamento ao Planalto.

O Conselhão, fórum que reúne empresários, centrais e governo, deverá se reunir em breve, ajudando a produzir estratégias de consenso entre a iniciativa privada e o poder público. O capital produtivo certamente não está feliz com a campanha de caos da mídia, nem com a estratégia terrorista do Ministério Público, decidido a destruir empresas em nome da luta contra a corrupção.

Os profetas do caos (mídia, ministros do TCU e procuradores de oposição) sabem que precisam impor sofrimento ao povo, elevando o desemprego, para manter em baixa a popularidade da presidenta, e por isso torpedeiam a medida provisória 703/2015, que facilita acordos de leniência e permite que empresas investigadas voltam a celebrar contratos com o governo. É uma solução racional para evitar mais quebradeiras, salvar empregos, promover a recuperação econômica do país e retomar algumas importantes obras de infra-estrutura.

É um tanto irritante que alguns marajás do serviço público (procuradores e ministros do TCU), que vivem do dinheiro pago pelo contribuinte, façam campanha pelo caos e ponham a luta contra a corrupção acima de qualquer preocupação de ordem econômica ou social.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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