FMI atribui recessão do Brasil à Lava Jato

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Análise Diária de Conjuntura – Manhã – 19/01/2016

A mídia, naturalmente, tentou esconder. Mas está lá.

O relatório Panorama Econômico Mundial, divulgado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), atribui a recessão econômica do Brasil à “incerteza política em meio às sequelas ininterruptas da investigação na Petrobras”.

Em espanhol, o texto diz o seguinte: ” En términos de la composición por países, las revisiones pueden atribuirse principalmente a Brasil, cuya recesión (causada por la incertidumbre política en medio de las secuelas ininterrumpidas de la investigación de Petrobras) está demostrando ser más profunda y prolongada que lo esperado.”

O FMI deveria também alinhar, como causa das incertezas políticas, não apenas a Lava Jato, mas ao golpismo da oposição, ao histerismo apocalíptico da mídia, além da militância dos ministros do TCU.

A irresponsabilidade da força-tarefa da Lava Jato, incluindo aí o justiceiro da Globo, Sergio Moro, já causou prejuízo de dezenas, quiçá centenas de bilhões de dólares ao país.

O gráfico do FMI, com a estimativa para todos os países, é este:

Enfim, a democracia brasileira experimenta, desde que foram divulgados os resultados eleitorais em outubro de 2014, uma dura prova de resistência.

O governo tem culpa no cartório, claro, porque jamais entendeu a importância da política, que foi solenemente subestimada.

Não se criou narrativas, não se produziu agendas positivas, não se usou o poder da palavra e da semiótica para fazer um contraponto, elegante, necessário, à demolição diária da imagem da presidenta e do governo.
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Dilma não caiu, e não deve cair, porque a sociedade demonstrou (até o momento, ao menos) maturidade e coragem para enfrentar o golpe.

A Lava Jato passa por um período de turbulências, porque os advogados de Marcelo Odebrecht entenderam que não basta apontar as insuficiências técnicas de seu caso.

O Judiciário brasileiro não está operando segundo questões técnicas.

Temos, pela primeira vez, portanto, questionamentos políticos duríssimos contra a conspiração midiático-judicial feitos pelos principais advogados do país, cujo prestígio a imprensa não pode negar, e aos quais, portanto, não pode negar acesso às suas páginas.

A Lava Jato tornou-se uma batalha de comunicação.

Um exemplo bobinho: a mídia agora quer impor a máscara do “japonês da Lava Jato” ao Carnaval. Todo ano é a mesma coisa. A mídia tenta vender uma suposta “tendência” de máscara de Carnaval. Só que essas máscaras nunca vingam.

Há alguns anos, um fabricante se deixou engambelar e produziu algumas milhares de máscaras de Joaquim Barbosa. Encalhou tudo.

No Carnaval, o brasileiro não quer saber de política. Além disso, os papeis se invertem. As figuras populares não são os justiceiros, mas piratas, presidiários, malandros.

É o momento em que o povo procura fugir do convencional e, por isso as manipulações midiáticas jamais alcançam o Carnaval.

A mídia tentou aprisionar o Carnaval nos desfiles de Sambódromo. Resultado: os desfiles se tornaram monótonos, comerciais, medíocres.

No front político, segundo a Folha, o PMDB pode manter Michel Temer como presidente do partido, mas Temer está tendo que recuar em todas as suas pretensões golpistas. E mesmo assim, será um presidente mais fraco, um presidente, por assim dizer, decorativo.

A Folha estreiou hoje a primeira coluna de sua nova estrela, Kim Katiguiri. O artigo desce o malho no Movimento Passe Livre e nas manifestações contra o aumento no preço das passagens.

A opinião de Katiguiri reforça o fosso crescente entre duas classes de manifestantes antigoverno. De um lado, temos jovens sem partido, desligados de sindicatos, organizados em tornos de bandeiras específicas.

De outro, os chamados coxinhas, com idade de 50 anos para cima, que aceitam em suas marchas os tipos mais bizarros de manifestantes, empunhando faixas em prol de intervenção militar, atacando o sufrágio universal, lamentando que a ditadura não tenha matado mais gente.

Os primeiros são brutalizados pela polícia miltar. Os segundos, tiram selfie com a polícia. Os primeiros são jovens. Os segundos, velhos.

Nenhum dos grupos tem grande penetração popular. Ambas são manifestações mais de classe média, mas é evidente que a primeira tem potencial para se popularizar entre os mais jovens.

O ataque de Katiguiri ao MPL, contudo, explica porque os manifestantes pró-golpe não conseguiram botar tanta gente na rua como esperavam, ao final do ano passado. As alas radicais das marchas golpistas assustaram a maioria, que agora não tem mais certeza se um golpe é a melhor solução para o país.

O Globo de hoje, como de praxe, traz ataques diretos aos que eles consideram como seus adversários. A coluna de Ilimar Franco tenta deslegitimar o Fórum Social, por causa do patrocínio que este recebe da Petrobrás, apesar da estatal informar que patrocina o evento desde 2001.

Se fosse para ser oposição ao governo, o Fórum Social Mundial seria oposição ao governo, e se as estatais não patrocinassem, encontrar-se-ia patrocínio em outra parte, em governos estaduais, em prefeituras, em ONGs.

Segundo o jornal, o Fórum defenderá Dilma contra o golpe. É isto que desagrada à Globo. A sua pregação de golpe não vingou, enquanto o discurso antigolpe avançou com muita força.

Merval Pereira, por sua vez, dedica sua coluna de hoje para atacar Wadih Damous, deputado federal (PT-RJ), por causa de entrevista que este concedeu ao jornal dias atrás.

As críticas de Pereira, porém, são mordidas de uma boca banguela: previsíveis, mal escritas e incoerentes. Sem ter nada do que acusar Wadih, Pereira se limita a tentar ridicularizar as opiniões políticas do deputado.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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